O objetivo do trabalho foi avaliar se o avanço agrícola já evidenciado na APA Serra do Lajeado está interferindo na qualidade das nascentes. O avanço agrícola foi verificado pela análise de área de cobertura florestal da APA pelo MAPBiomas, pelo quantitativo de produção de soja, além de estudos em literatura. A análise da preservação das nascentes foi realizada conforme protocolo de avaliação de impacto ambiental e a qualidade da água foi avaliada através de análises físicas, químicas e microbiológicas e analisada estatisticamente utilizando Análise de Componentes Principais (ACP). Os trechos de rio a jusante da nascente foram analisados por meio de protocolo de avaliação rápida (PAR). Os resultados indicaram aumento do avanço agrícola na APA Serra do Lajeado. As nascentes, embora apresentem alto grau de preservação, apresentam contaminação por coliformes, sendo sua água imprópria para o consumo. Os trechos de rios mais antropizados foram aqueles localizados próximos a área de agricultura.
A partir da análise dos documentos no processo de execução do Programa de Compensação Ambiental Xerente – Procambix e do desenvolvimento do Projeto “Gestão Participativa da Biodiversidade em Terras Indígenas Atingidas por Barragens Hidrelétricas na Amazônia Brasileira” (UFT/CAPES) surgiu a oportunidade de realizar esta entrevista com um indígena Xerente, que participou como gerente-executivo e membro do Conselho Gestor do Programa. O objetivo da entrevista é apresentar a experiência de povos indígenas no processo de gestão e execução de programas de compensação ambiental de empreendimentos hidrelétricos relatando suas dificuldades, apreensões e angústias, que permearam sua trajetória durante o desenvolvimento das ações do Programa. O povo indígena Xerente, vive nas Terras Indígenas (TI) Xerente e Funil, ocupando uma área de 184 mil hectares no município de Tocantínia, no Estado do Tocantins. Apesar de serem identificado nos estudos de viabilidade da usina não foram inseridos como população atingida do empreendimento para receber a mitigação dos impactos socioambientais. A entrevista com Paulo Waikarnase Xerente, foi realizada em duas etapas, a primeira em outubro de 2016 e, a segunda em 11 de agosto de 2017.
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