ResumoO artigo analisa a construção da memória da primeira-dama argentina Eva Perón (1919Perón ( -1952. Destacamos que, na Argentina contemporânea, sua memória tem sido reivindicada positivamente por diferentes grupos político-sociais e não apenas pelos peronistas. Contudo, ressaltamos a necessidade de se diferenciar a memória da história de Eva Perón, marcada por tensões inclusive com a base social do peronismo. Palavras-chaveArgentina -peronismo -memória. ContatoAvenida Tancredo Neves, 6731Caixa Postal 2044 85867-970 -Foz do Iguaçu -Paraná -Brasil
O objetivo deste artigo é analisar as representações da ditadura de Alfredo Stroessner e de seus opositores no romance paraguaio Asunción Bajo Toque de Siesta (2007), de Hermes Giménez Espinoza. Consideramos que essas representações configuram uma crítica a testemunhos sobre a ditadura ao assinalarem um “esvaziamento” do espaço público e uma descrença na política partidária e institucional enquanto instrumentos transformadores da sociedade. No romance, a desilusão com a política partidária e institucional desencadeia processos de reelaboração da memória não apenas do período stronista, mas de toda a história paraguaia. A partir da história paraguaia e da literatura do país, apontamos possíveis explicações sobre esses processos de reelaboração e as suas implicações político-identitárias.
O objetivo deste artigo é analisar representações da oposição na “literatura stronista”, caracterizada pela exaltação dos “feitos” do general e ditador paraguaio Alfredo Stroessner (1954-1989). O forte controle do espaço público pela ditadura não eliminou o dissenso na sociedade paraguaia, o que repercutia na opinião pública. As representações dos opositores no discurso stronista visavam criar um “inimigo” que justificasse a repressão, mas a permanência do dissenso também fez com que o discurso stronista precisasse se apropriar de princípios, demandas e processos ligados à oposição, como indica a análise da “literatura stronista”.
O objetivo do artigo é retomar o debate sobre o caráter “nacional” e/ou “cosmopolita” atribuído ao escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) e sua obra. O artigo analisa a crítica literária, sobretudo a argentina, e as percepções de outros sujeitos político-culturais do país entre as décadas de 1930 e 1950. Apontamos que já era assinalado o “cosmopolitismo” na obra inicial do escritor, tradicionalmente definida como “nacional” e/ou “nacionalista”. Nota-se, também, que a etapa posterior de sua obra, considerada “cosmopolita”, não desencadeou uma imediata percepção de ruptura com o “nacional”, inclusive entre setores nacionalistas ligados ao peronismo, diferentemente da visão que se consolidou a partir da queda de Perón em 1955.
Introdução: Peronismo e HistoriografiaO peronismo constituiu, sem dúvida, um caso de manipulação bem sucedido, já que conseguiu proporcionar uma participação efetiva das camadas mobilizadas, apesar de, como é óbvio, abster-se de reformas sociais ou mantê-las dentro dos limites aceitáveis pelos grupos sociais e econômicos mais poderosos. 2Miguel Murmis e Juan Carlos Portantiero, por sua vez, defendem que o reformismo peronista já era uma tendência do movimento operário argentino desde o começo da década de 1930. Segundo os autores, a crise econômica internacional de 1929 e a repressão ao movimento operário fortaleceram os líderes sindicais que pregavam a negociação com os patrões e o Estado. Assim, ao invés de manipulação, como propõe Germani, destacam que houve uma aliança de classes nas origens do peronismo. Em outras palavras, conferem autonomia ao movimento operário na adesão ao peronismo. Entretanto, essa autonomia teria sido perdida em uma etapa seguinte. "Não haveria, nesse sentido, uma dissolução da autonomia em favor da heteronomia operária, no momento inicial do peronismo na Argentina, mas, em todo caso, em uma etapa posterior". Já Daniel James destacou-se ao apontar as resistências dos trabalhadores ao peronismo, inclusive daqueles que compunham sua base social. O autor enfatiza, por exemplo, a dificuldade dos líderes sindicais peronistas em controlar a "violência" de suas bases e em fazê-las aceitar planos de aumento da produtividade instituídos pelo governo de Perón.Ainda que destaquem fissuras, os autores são unânimes em dividir a história do movimento operário argentino em antes e depois do peronismo. O controle do governo de Perón teria predominado sobre os desvios dos trabalhadores. Como mencionamos, Germani ressalta a expressiva adesão ao peronismo entre Topoi, v. 11, n. 21, jul.-dez. 2010, p. 222-234.
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