O objetivo deste texto é analisar como as representações e as autorrepresentações da cultura árabe se projetam em eventos performativos particulares como são as recriações históricas de cariz cristão no mundo ocidental, nomeadamente em Portugal e Espanha. Estas imagens serão também observadas na criação de espaços e de projetos performativos dedicados sobretudo à dança e à música de traços árabes ou orientais. Procura-se explicitar modos de configuração deste outro mundo que são construídos por meio de formas de expressão performativa emergentes na atualidade europeia como exercícios nostálgicos de objetificação do passado da Velha Europa cristã. Estas podem ser melhor entendidas como reperformances. O texto suporta-se na pesquisa etnográfica em diversos eventos de recriação histórica, nas interlocuções com performers e na etnografia destes espaços e projetos dedicados a estilos performativos árabes, supostamente tradicionais.
Apresentação do Dossiê "Artes e antropologias: políticas, poéticas das ruas e modos de fazer etnográficos". Na organização desse dossiê (per)seguimos um itinerário que, há longa data, vem nos ocupando e está ligado, por um lado, aos cruzamentos entre arte e política e, por outro, à imbricação entre práticas e modos de fazer etnográficos e artísticos. Junto com outra antropóloga e fazedora de artes do corpo, Julia Ruiz di Giovanni, aqui ausente, mas sempre presente num diálogo que mantemos nos últimos anos, fomos potencializar essa troca que se deu tanto em momentos de discussão acadêmica, com congressos, seminários e cursos ou em eventos de caráter híbrido, com artistas e pesquisadoras, para não mencionar as conversas menos formais que vem atravessando o oceano Atlântico inúmeras vezes.
Este artigo explora as modalidades de engajamento que a disciplina antropológica tem vindo experimentar, e em particular, seguindo um percurso pessoal da minha atividade como antropólogo e cidadão, procura dar conta da produção de um certo tipo de antropologia pública. Tomo como ponto de partida a perceção de que todo o conhecimento é, para além de situado, político, uma vez que a produção ou o enquadramento do conhecimento tem sempre efeitos políticos. Para ilustrar esse debate proponho partilhar as estratégias e os itinerários utilizados na realização de três encontros internacionais que buscaram cruzamentos entre arte, antropologia e ativismo e que visavam conjugar tanto artistas quanto pesquisadores, num pano de fundo ligado a uma cidadania engajada. Palavras-chave: Antropologia Pública. Arte. Ativismo. Antropologia engajada. Anthropologies, arts and politics: engagements and encounters Abstract: This article explores the modes of engagement of anthropology that anthropology has been experiencing, and in particular, following a personal journey of my activity as an anthropologist and citizen, seeks to account for the production of a certain type of public anthropology. I take as my starting point the perception that all knowledge is political, besides being situated, since the production or framing of knowledge always has political effects. To illustrate this debate, I propose to share the strategies and itineraries used in the realization of three international meetings that sought intersections between art, anthropology and activism and that aimed to conjugate both artists and researchers, in a backdrop linked to an engaged citizenship.Keywords: Public Anthropology. Art. Activism. Engaged Anthropology.
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