A questão de Taiwan: o cenário futuro mais favorávelPAULO PEREIRA PINTO A eleição de Chen Shui-Bian para Presidente de Taiwan, em 18 de março de 2000, estabelece uma nova cena de partida para cenários alternativos futuros das relações entre Pequim e Taipé. Trata-se do candidato mais criticado pela República Popular da China (RPC) durante a campanha eleitoral, tendo em vista suas posições independentistas.Antes do pleito, os mais altos dirigentes chineses desaconselharam, severamente, que os eleitores formosinos nele votassem. Após a divulgação dos resultados, o vencedor acenou amistosamente em direção ao outro lado do estreito, afirmando que não proclamaria a independência. Além disso, admitiu reiniciar negociações no âmbito do conceito de "uma China", desde que ambas as partes fossem colocadas em patamar idêntico de igualdade, isto é, cada uma considerada como "um Estado". Tal postura foi recusada pelo Presidente Jiang Zemin, cujo Governo reconhece Taiwan como uma província e a futura administração de Chen Shui-Bian como "autoridades locais".O exercício de reflexão, a seguir, pretende sugerir, com respeito à questão, a perspectiva mais favorável a que se poderia almejar, considerando as tendências de peso identificadas poucos dias após a derrota do Kuomintang, no poder há setenta anos -20 no continente e 50 na ilha de Formosa.A evolução recente do assunto revela que, até o início da década de 1990, Taiwan defendia a existência de "uma China", representada pela "República", instalada "temporariamente" nesta ilha, com o firme propósito, ainda, de reconquistar o continente pela força. As autoridades de Taipé decidiram, então, renunciar unilateralmente à "soberania" sobre o outro lado do estreito, limitando sua jurisdição ao arquipélago formado por Taiwan e as pequenas ilhas de Penghu, Kinmen e Matsu.É importante ressaltar, nesse ponto, a dúvida quanto a se caberia aos dirigentes locais o direito de retirar da soberania de "uma China", parte de seu território, fosse a massa continental a que "renunciavam"-caso se queira ver o tema a partir de Taipé -ou a pequena região onde estavam instalados -na hipótese de se considerar as coisas desde Pequim. A RPC tinha, então, para o observador local, todo o direito de entender tal iniciativa como movimento em direção à independência da ilha.De qualquer forma, diante da necessidade de estabelecer-se um canal de comunicação entre "duas entidades políticas de um mesmo país", foi possível dar
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