De um professor de saúde pública pede-se competência na sua área específica de conhecimento. Seja em planejamento, epidemiologia, qualquer que seja, esta competência é formalmente atestada pelos títulos que possuimestrado, doutorado -e medida (é o que se supõe) de maneiras diversas, como, por exemplo, pelo número de trabalhos que publica. Títulos conquistados e pesquisas realizadas significam (outra vez, é o que se supõe) um conhecimento adquirido e praticado com estudo e rigor, um conhecimento sólido, em suma. Um dos significados da palavra "professor" (Novo Dicionário Aurélio, 1 a edição) é "homem perito ou adestrado".Fazem parte das atividades do professor dar aulas, orientar alunos, organizar cursos. Atividades pedagógicas: ensinar, trabalhar o próprio conhecimento, transmiti-lo da melhor forma. Nestas atividades, o professor titulado, o pesquisador competente, é, em geral, um amador. Aprende por conta própria, na sua prática diária, com seus acertos e erros, até onde seu interesse e sua sensibilidade o permitem. Um improviso que seria inaceitável na sua prática específica em saúde pública. De modo geral, o professor do ensino superior ( e não só da saúde pública) não estudou para ser professor: ele estudou medicina, ou sociologia, ou estatística, e, por algum caminho, por alguma contingência, exerce a atividade de professor, trabalha em educação. Sua formação não inclui o estudo da educação, da filosofia, da didática, embora a sua atuação no ensino delas dependa, mesmo que ele não tenha disto maior consciência.Se epidemiologia, planejamento ou outras áreas da saúde pública são assuntos que se estudam, que requerem um aprendizado, também é assim com a educação. A educação possui uma história longa -era já uma preocupação central dos gregos antigos. Tem a sua filosofia, com diversas escolas e ideologias, e o seu lado técnico, que estuda e elabora alternativas para o processo de ensino e de aprendizagem. Existe todo um debate sobre a relação da educação com o social e o político, sobre a sua prática como meio de transformação do homem e da sociedade e sobre a sua concepção como um objetivo a ser alcançado por cada cidadão e pela sociedade como um todo. Por lidar com pessoas, pelo aspecto de contato humano que envolve, a educação terá sempre um lado de arte e de envol-
I. O LEGADO AO CENTRO DE ESTUDOS GEOGRÁFICOS DE LISBOAQuando criou, em 1943, o Centro de Estudos Geográficos (CEG) de Lisboa, Orlando Ribeiro concebeu-o como um instrumento de trabalho aberto a todos os que desejavam realizar investigação em Geografia. As incipientes colecções do Centro foram formadas pela documentação que já tinha reunido e foram enriquecidas, a pouco e pouco, pelo material científico trazido das suas viagens de estudo. O próprio escritório da sua casa era para ele uma espécie de anexo do Centro, tendo sempre considerado que a sua biblioteca pessoal iria um dia integrar a que aí se organizava, pelo que não raras vezes se torna difícil delimitar a fronteira entre ambas. Os investigadores do Centro, ainda pouco numerosos, colaboravam todos para enriquecer o património comum. Assim se constituíram, passo a passo, as ricas fototeca e mapoteca que o Centro de Estudos Geográficos de Lisboa hoje possui.Em 1965, Orlando Ribeiro encarregou António Miguel Agostinho, funcionário do Centro, de estabelecer o ficheiro dos milhares de livros e folhetos que já então possuía, a fim de facilitar a sua futura inserção na biblioteca do Centro. Em 1973, transmitiu a direcção deste a investigadores mais novos e, em 1983, sentindo a saúde cada vez mais abalada, quis assegurar o destino do seu espólio científico, mediante a redacção de um testamento, no qual esmiuçou os aspectos que lhe pareciam mais importantes. Preocupava-o, na altura, a futura publicação das suas obras manuscritas ou inacabadas. Foi, felizmente, possível cumprir quase completamente esta parte do testamento antes da sua morte, em Novembro de 1997. Graças ao trabalho de um grupo de colaboradores e discípulos, Finisterra, XXXVII, 73, 2002, pp.
Resumo: A investigação sobre as diversas formas da memória da profissão, definidas como parte integrante da construção da identidade profissional, e as implicações que decorrem da sua ausência constituem o tema deste artigo. Esta área de investigação está associada à história das bibliotecas e dos arquivos enquanto instituições e acompanha a necessidade de se conhecer a história intelectual do campo profissional, a história da profissão e a história dos seus profissionais e carreiras. Enfatizase a necessidade da criação de um Dicionário da Profissão e enumeram-se diversas áreas do espaço biográfico dos profissionais I-D cuja investigação se encontra por fazer, dando especial realce a duas áreas pouco discutidas e praticadas em Portugal: o registo autobiográfico e o papel dos obituários.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.