RESUMOUma das características mais marcantes da agricultura familiar brasileira é a sua heterogeneidade e, incluso neste aspecto, estão as diferentes formas de complementar a renda familiar. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo caracterizar a agricultura familiar, no Brasil, em especial à questão dos plurirrendimentos, que são os estabelecimentos onde há atividades agropecuárias (produção vegetal, produção animal e derivados, e produtos agroindustriais) conjuntamente com aquelas atividades não vinculadas à agropecuária (podendo ser outras receitas do estabelecimento ou do produtor). O estudo é ampliado utilizando-se de dados das receitas da agricultura familiar no Rio Grande do Sul e Pernambuco, dois estados que têm disparidades socioeconômicas e manifestam diferentemente as estratégias pluriativas. Com a finalidade de atingir os objetivos, foi feito um levantamento bibliográfico sobre o tema, além de uma pesquisa exploratória com a coleta de dados quantitativos secundários utilizando o Censo Agropecuário de 2006 e 2017, como também indicadores socioeconômicos disponíveis no IBGE-SIDRA e IBGE Estado e Cidade. Como resultado, observa-se uma estratégia de diversificação da renda do agricultor familiar, ao realizar atividades além das agrícolas dentro da propriedade ou fora dela. Os dados nos estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul evidenciam a hipótese de que as condições socioeconômicas podem influenciar no plurirrendimento dos estabelecimentos, com base nos indicadores socioeconômicos.
A pandemia de Covid-19 afetou negativamente o acesso aos mercados pela agricultura familiar. Compreender a resiliência é necessário, pois refere-se à capacidade de adaptação dos atores para minimizar os impactos das crises, assim como entender o perfil dos atores, identificando suas capacidades e limitações e observando a resiliência diante de atuais e futuras crises. Assim, o objetivo geral do presente artigo é analisar a resiliência e os impactos da pandemia de Covid-19 na agricultura familiar dos estados de São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG). Para o primeiro objetivo específico, verificaram-se os efeitos da pandemia e a resiliência em variáveis como saúde, renda, comercialização, tipos de produção e preço de venda e de insumos. Quanto ao segundo, esquematizou-se o perfil da agricultura familiar a partir da análise SWOT. Metodologicamente, tem-se uma pesquisa exploratória descritiva, quantitativa e qualitativa, utilizando dados secundários de notas técnicas e relatórios para a construção dos resultados. A comercialização foi muito afetada em MG. Em SP, observou-se alteração na renda devido ao aumento nos preços dos insumos. A partir da análise SWOT, identificou-se o perfil desse grupo, o que possibilitará a formulação de estratégias para o aumento da resiliência frente às crises.
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O termo cesta básica é dado ao conjunto de alimentos básicos em quantidades mínimas suficientes para alimentar uma família e foi estabelecido junto com o Decreto Lei n. 399 de 30 de abril de 1938 que regulamenta o Salário Mínimo no Brasil. Com o passar dos anos, órgãos públicos e instituições de ensino iniciaram a coleta de dados para realizar o Cálculo da Cesta Básica de Alimentos em diversos municípios do Brasil, como é o caso do DIEESE em várias capitais do país, da Fundação PROCON/SP em São Paulo, do Índice do Custo da Cesta Básica (ICB-FEALQ/ESALQ) em Piracicaba – SP, cálculo do custo da Cesta de Produtos Básicos realizado pelo CEPEAC em Passo Fundo – RS, entre outros projetos que mostram a sua importância e contribuição para os centros de pesquisa econômicos que permite compreender as variações de preços dos produtos e o impacto gerado na vida do trabalhador ao demonstrar o custo de vida em uma localidade específica, além auxiliar na formação de políticas públicas. Pensando nisso, a Universidade Federal de São Carlos desenvolve, desde 2017, a análise do custo da Cesta Básica em Araras – SP (ICB-CCA/UFSCar) e determina a participação do custo da cesta básica no salário-mínimo da população de baixa renda. Com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e baseado na metodologia realizada pela Fundação PROCON/SP em parceira com o DIEESE, foram coletados dados de 40 produtos divididos nas categorias alimentação (inclui itens agropecuários), limpeza doméstica e higiene pessoal em seis supermercados da região central do município de Araras – SP, três vezes por semana no período de setembro a dezembro de 2017 e 2018. Os principais resultados encontrados foram: maior representatividade da alimentação com 81,91% em média, seguidos de higiene pessoal e limpeza doméstica, com 10,3% e 7,77%, respectivamente. A relação entre o preço calculado da cesta básica e o valor do salário-mínimo foi de 69,76% em 2017 e de 70,02% em 2018, cuja alimentação simbolizou 57,03% no primeiro ano e 57,48% no segundo ano da pesquisa. Considerando que a alimentação apresentou maior representatividade, a cebola e a batata foram os itens que mais variaram em ambos os anos. Estas variações são explicadas por questões climáticas, dificuldades na colheita e também por questões que envolvem o mercado, como oferta do produto ou suprir os gastos de produção. Conclui-se que o custo da cesta básica representa a maior parte do salário-mínimo da população de Araras – SP. Futuros trabalhos devem ampliar continuamente esta pesquisa dada sua relevância social para o município e também como forma de apoiar os gestores na elaboração de políticas públicas para Araras-SP, uma vez que os dados obtidos permitem avaliar a evolução dos preços.
Grupo de Trabalho (GT): GT5. Agricultura familiar e ruralidades ResumoPeríodos de crise, como a pandemia de Covid-19, alteram a realidade em que os atores sociais estão inseridos. No caso da agricultura familiar, os impactos afetam negativamente o acesso aos mercados. Assim, coloca-se em evidência o conceito de resiliência, que se relaciona com a capacidade de adaptação dos atores para minimizar os impactos negativos. Para que a agricultura familiar se beneficie desse conceito, é importante que se conheça bem o seu perfil, de modo a identificar suas capacidades e limitações. Com esse conhecimento, os esforços para aumento da resiliência são melhor empregados, de modo a mitigar os efeitos de atuais e futuras crises. Nesse sentido, o objetivo geral do presente artigo é analisar a resiliência e impactos da pandemia de Covid-19 na agricultura familiar dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Para o primeiro objetivo específico, foram verificados os efeitos da pandemia e a resiliência em variáveis como saúde, renda, comercialização, tipos de produção e preço de venda e de insumos. Para o segundo objetivo específico, foi esquematizado o perfil da agricultura familiar a partir da análise SWOT. A metodologia consistiu em uma pesquisa exploratória com viés descritivo e quantitativo, com confecção de quadros. Os resultados foram baseados, principalmente, em dados secundários presentes em notas técnicas e relatórios. Percebe-se que a comercialização foi muito afetada em Minas Gerais e, em menor grau, em São Paulo. Contudo, São Paulo apresentou muitos agricultores familiares enfrentando alta nos preços dos insumos, o que acabou por alterar a renda das famílias. Em adição, em muitos casos, os conhecimentos sobre o contágio, sintomas e prevenção da Covid-19 eram baixos, o que é preocupante. Com a criação do perfil da agricultura familiar através da análise SWOT, foi possível perceber pontos 02 a 06 de agosto de 2021 | Brasília -DF 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural -SOBER 6º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo -EBPC importantes, o que possibilita a formulação de estratégias para o aumento da resiliência frente às crises.
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