Este artigo identifica a presença de sofrimento psíquico e social em desempregados e analisa sentimentos e impactos decorrentes da busca frustrada por trabalho em Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil. Realizou-se uma pesquisa transversal em 2017 e 2018 com 200 desempregados em curta e longa duração, os quais responderam a um questionário sócio-demográfico e à Escala de Avaliação de Sofrimento Psíquico-social de Trabalhadores Desempregados. Com idade média de 33 anos, 50,5% eram casados, 47,5% tinham ensino médio e 50% estavam em desemprego severo. Dos 46,5% com renda, apenas 10,5% recebiam seguro-desemprego, e 22,5% dos 60% informais não recebiam pagamento. Os principais sentimentos e eventos sociais relatados foram tristeza (77,5%), vergonha (76,5%), ansiedade (71,0%), dificuldade em fazer amizades (31,0%) e perda de confiança social (27,5%). Embora a análise conjunta dos dois fatores tenha apontado para o sofrimento em apenas 7,5%, a associação entre sofrimento psíquico e desemprego severo (p=0,002) demonstra a vulnerabilidade psíquica relacionada à situação de precarização.
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