RESUMO O artigo teve por objetivo apresentar o conceito de práticas sociais do filósofo Alasdair MacIntyre, a partir de seus usos na Filosofia do Esporte, e compará-lo com o conceito de práticas corporais mobilizado na literatura brasileira do campo da Educação Física. A discussão foi realizada a partir de uma revisão narrativa de ambos os conceitos, buscando contextualizar seus percursos epistemológicos, apropriações e possíveis fragilidades e potencialidades. Foi possível constatar que o conceito de práticas de MacIntyre é dotado de estabilidade e possibilita a investigação estruturada de questões específicas dos esportes, mas possui menor amplitude de significantes comparado ao conceito de práticas corporais.
O esforço na busca pelo êxito é fator primordial no âmbito esportivo e é influenciado por diversos fatores intrínsecos e extrínsecos ao esporte e, em ambos os casos, há forte presença de questões afetivas. Benedictus Espinosa (1632-1677), em sua obra Ética, desenvolve questões sobre a afetividade. Para ele, os afetos estão diretamente associados às ações motoras e à relação entre ser humano e ambiente. Argumentamos que o esporte, por constituir um fenômeno imprevisível, contribui com a constante alteração dos afetos, gerando implicações no que se concebe por esforço. A articulação com elementos da filosofia do esporte permite ainda dialogar com aspectos da área compreendendo o esforço como integrante da chamada atitude lusória, importante para alcançar os bens intrínsecos ao esporte. Espera-se, com isso, contribuir para ampliar a discussão sobre filosofia do esporte na Educação Física brasileira e ampliar a compreensão sobre a questão do esforço no esporte.
Este trabalho investiga a relação dialética entre desejo e razão, pensando-a no contexto das práticas corporais. Inicialmente, examinou-se a questão na filosofia grega, que circunscreve essa dialética em um projeto teleológico da “boa vida”. Em seguida, analisou-se como essa dialética se comporta a partir do advento da teoria psicanalítica, discutindo continuidades e rupturas com a tradição aristotélica a partir do destaque ao papel do inconsciente. Conclui-se que a dialética entre desejo e razão pode conferir aportes importantes às reflexões sobre as práticas corporais por meio de conceitos que antes pareciam incompatíveis, promovendo uma via ainda pouco explorada nos estudos do corpo e do movimento.
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