interessantes dados de cerca de 30 indústrias presentes no país, concernentes à sua participação na pesquisa clínica.O aspecto que primeiramente chama à atenção e que reflete o crescente investimento das indústrias de pesquisa nesse setor, é que, de 1980 a 2001, o percentual sobre vendas destinado à pesquisa e desenvolvimento aumentou de 12% para 21%, respectivamente. Nesse quesito em particular, a indústria farmacêutica ocupa a liderança, em relação aos demais segmentos econômicos locais, como se pode observar: Farmacêutica: 21%; Telecomunicações: 5%; Média das indústrias nos Estados Unidos: 4%; Automotiva: 4%; Eletrônica: 6%.Esse alto investimento -imprescindível à manutenção das atividades de pesquisa e desenvolvimento -é, entre outros, um dos responsáveis pela crescente ocorrên-cia de fusões neste setor. Sabe-se, por exemplo, que para se chegar a um único produto, o processo -que dura cerca de 10 a 12 anos -deve começar por analisar entre cinco a dez mil compostos químicos. Para isso, o centro de estudos Tufts Center for the Study of Drug Development estimou que em 2003 foram investidos cerca de US$ 897 milhões.O resultado de todo esse investimento -o novo medicamento -deve, então, após o seu "nascimento", batalhar por seu "posto" de "inovação", de forma cada vez mais ágil e competitiva, em nome da manutenção de sua viabilidade no mercado. Um medicamento tem 20 anos de exclusividade, a partir do início da patente, no tocante aos genéricos, mas em relação ao mercado, ele tem um prazo muito menor. A despeito dessas dificuldades com que as indústrias devem se deparar hoje, é que delas provêm a grande maioria dos produtos disponibilizados comercialmente, ficando cerca de apenas 1% deles por conta da produção das universidades.O resultado do trabalho das indústrias tem contribuído significativamente, ao longo dos anos, para o aumento da expectativa de vida e redução dos índices de mortalidade de diversas doenças. Tome-se como exemplo a expectativa de vida no Brasil, que, em 1950, era de 43 anos e em 2000, passa a 69 anos.O mesmo se verifica nos Estados Unidos, quando em 1900, a expectativa de 47 anos passa a 78 anos, no ano de 2000. Concomitantemente, reduzem-se as taxas de mortalidade de algumas doenças como febre reumá-tica em 83%, úlcera péptica em 72%, isquemia miocárdica em 62%, enfisema pulmonar: 57%, hipertensão arterial em 21%. Cabe ainda lembrar que a redução na mortalidade por AIDS, por conta das novas condutas, particularmente do uso do coquetel, tendo hoje, os aidéticos, sobrevida e qualidade de vida superiores graças aos medicamentos. A vertiginosa diminuição da transmissão materno-fetal também devida aos avanços da indústria farmacêutica, entre outras ações, deve ser mencionada.Havia, em 2000, nos Estados Unidos, 46 mil médicos envolvidos em pesquisa clínica. Na mesma época três mil participavam de protocolos na América Latina. Essa diferença, devido ao passado do trabalho de pesquisa no Brasil, que não lhe conferiu credibilidade internacional, vem caindo progressivamente. Sempre dispusemos de grand...