Pelo alongamento das cadeias alimentares, o sistema alimentar global gera um distanciamento dos produtores agrícolas com os consumidores. Frente a essa conjuntura global, movimentos locais de resistência se destacam, propondo iniciativas de reaproximação entre agricultores e sociedade. Assim, o objetivo desse trabalho é analisar a evolução desses processos de desconexão e reconexão entre produção e consumo, assim como as reconfigurações territoriais desses movimentos nas últimas décadas no município de Mocajuba (PA) na Amazônia Oriental. Para atender ao objetivo, foi realizada uma análise dos fluxos de produtos agrícolas e alimentares entre o município e o exterior e dentro do município, complementada por uma análise da trajetória do território nas últimas décadas e dos projetos de desenvolvimento local atuais. Destacou-se um aumento relevante dos fluxos de produtos agroindustriais vindos de fora do município a partir dos anos 2000-2005, especificamente para as zonas rurais, possibilitado pelos programas sociais que elevaram a renda da população. Isso se traduz por uma dependência cada vez maior dessas zonas rurais em relação aos produtos agroalimentares “globalizados”. Porém, observaram-se movimentos de valorização de produtos amazônicos de base alimentar tradicional como a farinha de mandioca e o açaí e, mais recentemente, iniciativas de reaproximação entre produtores e consumidores mocajubenses, tendendo a dinamizar as zonas rurais.
Este artigo objetiva analisar e entender, em um contexto de globalização, as interações entre o local e o global que permitam uma melhor autonomia dos territórios locais. Neste objetivo, estudou-se um território da Amazônia Oriental, considerado rural e isolado, mas integrado nos processos de globalização: Mocajuba-Pa. Uma análise de fluxos dentro do município e entre este e o exterior, assim como dos diferentes projetos de desenvolvimento local foi conduzida. Esta análise mostrou os impactos no local das influências globalizadas, tais como a homogeneização dos modelos de consumo e a fragmentação do território. No entanto, destacou-se também iniciativas locais e as suas conexões com o global, enfatizando um local que interage com várias escalas. Essas experiências, baseadas na articulação das diferentes escalas e atores, destacam-se por apresentar potencialidades para uma maior autonomia do território.
Diante dos múltiplos problemas ambientais, sociais e econômicos do atual sistema agroalimentar global, os desafios são vários. Entre eles pode ser destacada a necessidade de elaboração de novas epistemologias. A Agroecologia traz novas bases epistemológicas com vistas à construção de um sistema agroalimentar mais sustentável e justo. Esse artigo objetiva apontar as principais mudanças epistemológicas presentes na proposta agroecológica e suas potenciais implicações práticas em direção aos sistemas agroalimentares mais sustentáveis. Assim, por meio da análise, primeiramente, dos fundamentos da construção dos conhecimentos da ciência moderna e depois, dos da Agroecologia, constatou-se um pluralismo epistemológico na Agroecologia que se alicerça na visão holística dos sistemas, integrando a coevolução dos processos sociais e naturais, o diálogo da diversidade dos saberes e na admissão das questões éticas e ideológicas. O estabelecimento dessas novas bases epistemológicas associadas a novos focos metodológicos permite mudanças nas práticas agrícolas, nos valores e comportamentos dos cidadãos promovendo uma filosofia da ética.
Debido al alargamiento de las cadenas alimentarias, el sistema alimentario global genera una distancia entre los productores agrícolas y los consumidores. Frente a esta coyuntura global, se destacan los movimientos de resistencia local, que proponen iniciativas de acercamiento entre los agricultores y la sociedad. Así, el objetivo de este trabajo es analizar la evolución de estos procesos de desconexión y reconexión entre producción y consumo, así como las reconfiguraciones territoriales de estos movimientos en las últimas décadas en el municipio de Mocajuba (PA) en la Amazonía Oriental. Para cumplir con el objetivo, se realizó un análisis de los flujos de productos agrícolas y alimenticios entre el municipio y el exterior y dentro del municipio, complementado con un análisis de la trayectoria del territorio en las últimas décadas y proyectos de desarrollo local en curso. Hubo un aumento significativo en el flujo de productos agroindustriales desde fuera del municipio desde los años 2000-2005, específicamente hacia el área rural, posibilitado por programas sociales que elevaron los ingresos de la población. Esto se traduce en una creciente dependencia de estas zonas rurales de los productos agroalimentarios “globalizados”. Sin embargo, ha habido movimientos de valorización de productos tradicionales de origen alimentario amazónico como la harina de mandioca y el açaí y, más recientemente, iniciativas de acercamiento entre productores y consumidores de Mocajubes, tendientes a dinamizar las zonas rurales.
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