A protagonista que ora apresentamos, Leolinda Daltro, possui uma trajetória singular. Para o historiador, que se depara com o corpus documental por ela codificado e publicado, constata a sua complexidade e, por acréscimo, o compromisso com suas‘Memórias’. Uma memória a um só tempo individual e coletiva, considerando o emaranhado de personagens e instituições que envolviam sua atuação de ‘missionária’. Sem a pretensão de prognosticar o verdadeiro/falso ao revisitar o documento, optamospor problematizar o pioneirismo de um programa laico de educação indígena, no norte de Goiás, hoje Estado do Tocantins, projeto este que obteve a ampla participação na sociedade nacional e regional, na virada do século XIX para o XX.
Resumo: O artigo pretende revelar o projeto educacional e social nos livros escolares da Série Fontes, divulgada e amplamente utilizada nas escolas públicas de Santa Catarina, em um momento de revivificação do nacionalismo brasileiro. Palavras-chave: Série Fontes; pátria(nação); educação pública.Em Santa Catarina, a noção de que "uma boa educação forma um bom cidadão" pode ser encontrada na série de livros escolares de Henrique da Silva Fontes, denominada Série Fontes, a partir da década de 1920, conectada ainda com um momento de recrudescimento do nacionalismo. A educação foi pensada como capaz de proporcionar o desenvolvimento da cidadania e, portanto, o engrandecimento da pátria (nação), isto é, proporcionar a harmonia necessária ao bem estar social. As imagens deste ideal de cidadão são retratadas nas inúmeras lições da Série Fontes, como por exemplo: "O menino estudioso, obediente, leal e cuidadoso de suas obrigações será depois um cidadão excelente."1 Esta idéia pode ser melhor traduzida no ato de reviver, de re-significar as noções presentes na Série Fontes de fé, justiça, lealdade, honradez, honestidade, que o "bom cidadão" deverá construir para si e sua família. Portanto, neste momento especial do nacionalismo, o discurso da intelectual idade brasileira concede um outro significado ao valor da educação, ou seja, o de constituir a redenção nacional.
ResumenTeniendo en cuenta su experiencia entre los indios de las tierras de los sectores de Goiás y la propuesta de creación de una asociación de protección de los pueblos indígenas la cual Leolinda de Figueredo Daltro (1859 - 1935) divulgó intensamente y en diversos espacios sociales, después de su regreso al Río de Enero, se pueden hacer algunas proposiciones. Al final, lo que ella sabía o había leído sobre el modo de vida indígena antes de su experiencia entre ellos. ¿Lo que ella sabía de la política indígena adoptada por la República? O lo que conocía sobre la región central de Brasil y por la cual se dirigió. Estos son los temas que discutiremos a lo largo del texto. Para mejor profundizar ese regreso a la capital federal, creemos que también es importante comprobar cómo Leolinda se involucró con la "causa indígena”. O de qué manera una propuesta secular de educación indígena logró mover la opinión pública. Por lo tanto, se puede suponer que el episodio singular experimentado por Leolinda - y registrado en su libro Da catechese dos indios no Brasil - nos señala varias pistas sobre su misión - en las ciudades y en los sectores - y la pluralidad de red de la sociedad regional y nacional en el que estaba involucrada y comprometida. Palabras clave: Revista de Historia de la Educación Latinoamericana, Leolinda Daltro, Oaci-zauré, mediador, causa indígena.
O presente artigo busca analisar a obra Início do Feminismo no Brasil (1918) – primeira parte – da educadora baiana Leolinda Daltro (1859-1935), residente no Rio de Janeiro. A obra constitui o registro do relato de suas memórias, as quais a autora provavelmente pretendia dar continuidade. Situaremos aqui como questão central a memória individual entendida como uma das práticas culturais dos registros de uma “produção de si”, que adquire significados específicos a partir da constituição do indivíduo moderno. Chama a atenção do historiador à ambiguidade peculiar que caracteriza a proposta da protagonista em foco, pois a obra pretende subsidiar em poucas páginas a história do feminismo no Brasil e, ao mesmo tempo, tratar do relato de sua trajetória individual enquanto educadora, indianista e feminista. Pode-se presumir que Leolinda, natural da Bahia, mas já identificada com o cotidiano da sociedade fluminense, sentiu, pensou e viveu experiências simultâneas, que a colocaram em tempo e espaço múltiplos entre o expirar do Império e o advento da República, na passagem do século XIX para o XX.
RESUMO Foi uma oportunidade inusitada que proporcionou à educadora baiana Leolinda Daltro o contato com um grupo indígena Xerente, em visita ao Rio de Janeiro. Identificada com a missão de educá-los, decidiu acompanhá-los no retorno - realizando dupla viagem - à região do Brasil central. Em sua obra Da catechese dos indios no Brasil (1920) se pode constatar que a massa documental é indissociável da sociedade que a produziu. Nossa intenção foi a de compreender a pluralidade desta atuação e sua articulação com uma extensa rede que ela construiu e que também a constituiu e envolveu.
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