Este artículo es una propuesta de cartografía de la antropología portuguesa, durante el período que comenzó con la transición a la democracia, en 1974, y se extiende hasta nuestros días. Al movilizar la producción de antropólogas y antropólogos, a partir de los trabajos producidos, desde las universidades y la investigación, y desde el papel del Museo Nacional de Etnología, el texto comienza por situar en un tiempo largo la trayectoria de la disciplina, caracterizada por el cosmopolitismo de lo nacional, que se combina con lógicas coloniales, en un enfoque de la nación y del imperio, que se continúa hasta el 25 de abril de 1974. La Revolución de los Claveles inaugura un período de ruptura y creatividad, en el que la antropología portuguesa responde a su propia manera a la propuesta de «democratizar, descolonizar y desarrollar» que se inicia entonces, con una clara expansión de la disciplina en el nuevo marco democrático, a la que se agregan los fondos y el optimismo resultante de la adhesión a la CEE. Este tiempo de ampliación sería violentamente interrumpido, debido a los reflejos de la crisis, provocando la contracción del campo disciplinario y la búsqueda de nuevos caminos. En un momento en que los contornos de la ciencia neoliberal parecen sofocar la capacidad de expansión de la disciplina, limitando los horizontes de los más jóvenes practicantes de la antropología en Portugal, los rastros recientes ponen el énfasis en las/os antropólogas/os en las sociedades futuras. [pt] Este artigo é uma proposta de cartografia da antropologia portuguesa, no período que se abre com a transição para a democracia, em 1974, e se prolonga até à actualidade. Mobilizando a produção de antropólogas e antropólogos, a partir das obras produzidas, do lugar nas universidades e na investigação, e do papel do Museu Nacional de Etnologia, o texto começa por recolocar num tempo longo o percurso da disciplina, pautado pelo cosmopolitismo do nacional, que se conjuga com lógicas coloniais, numa abordagem da nação e do império, que se continua até 25 de Abril de 1974. A Revolução dos Cravos inaugura um período de ruptura e criatividade, em que a antropologia portuguesa responde, a seu modo, à proposta de «democratizar, descolonizar e desenvolver» que se então se inicia, com uma evidente expansão da disciplina no novo quadro democrático, a que acrescem os fundos e o optimismo resultantes da adesão à CEE. Este tempo de ampliação seria violentamente interrompido, devido aos reflexos da crise, de que resulta a contração do campo disciplinar, e a busca de novos caminhos. Num tempo em que os contornos da ciência neoliberal parecem sufocar a capacidade de expansão da disciplina, limitando os horizontes dos mais jovens praticantes da antropologia em Portugal, os trilhos recentes colocam a ênfase no lugar das antropólogas/os nas sociedades futuras.
Nesta adaptação duma tese de doutoramento em História Moderna e Contemporânea no ISCTE, pretende-se analisar a reforma agrária portuguesa em Avis, onde assumiu "proporções elevadíssimas", ainda que esteja por fazer a comparação por concelho e por distrito. Com "uma abordagem científica" (p. 20), interroga "o que levou uma população que viveu e trabalhou durante várias gerações com a cabeça baixa, os olhos no chão e o chapéu na mão de repente a levantar a cabeça e agir?" (p. 19). Maria Antónia Pires de Almeida, apresentada como "especializada em História Social Contemporânea e interessada na História Oral, Memórias e Identidades, Sociologia Rural e Património", considera que houve uma "direcção partidária", um "líder forte" e um "aparelho partidário" que encaminharam um movimento que não se justificava, porque "o tipo de vantagens adquiridas com a reforma agrária pelos trabalhadores propriamente ditos não me parece inovador em relação aos direitos já conquistados com as lutas no Verão de 1962 e a legislação emitida no governo de Marcelo Caetano" (p. 23). O processo de reforma agrária terá constituído um anacronismo por "as condições sociais e económicas nos campos já terem sofrido uma evolução positiva muito significativa precisamente devido à saída do excesso demográfico que pesava sobre aos campos e à legislação emitida no período de Marcelo Caetano" (p. 63). Assim, "interrompeu os processos de investimento na agricultura que estavam a ser postos em prática desde os anos 60 pelos mais dinâmicos empresários agrícolas alentejanos, sendo responsável por grande parte do desinteresse que actualmente se verifica no meio rural
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