O extremo leste do Subdomínio de Transição da Província Carajás é dominado por associação formada essencialmente por tonalitos e trondjhemitos com granodioritos subordinados (TTG), todos apresentando biotita e epidoto magmático como principais minerais máficos. Os tonalitos e trondhjemitos apresentam similaridades geoquímicas com suítes TTG arqueanas, enquanto os granodioritos seguem um trend cálcio-alcalino e apresentam enriquecimento em K2O, Rb e Ba, quando comparados com os trondhjemitos dominantes. Os dados geoquímicos não indicam uma vinculação entre esses dois grupos de rochas, não havendo evidências de que os granodioritos derivem dos trondhjemitos por processos de cristalização fracionada ou fusão parcial de rochas TTG. Os tonalitos e trondhjemitos exibem afinidades com TTG de alta razão La/Yb e Sr/Y da Província Carajás, sugerindo que foram derivados de fontes à base de granada anfibolitos em altas pressões (cerca de 1,5 GPa) e tiveram sua evolução magmática controlada pelo fracionamento de granada e, possivelmente, anfibólio. A ampla distribuição da associação TTG na área estudada implica a existência expressiva de rochas tipo TTG no Subdomínio de Transição, o que pode fortalecer a hipótese de que o Subdomínio de Transição represente uma extensão do Domínio Rio Maria, mas afetado por eventos de retrabalhamento crustal neoarqueanos.
Na porção leste do Subdomínio de Transição, porção sul do Domínio Carajás, afloram leucogranodioritos (Leucogranodiorito Pantanal), aparentemente alojados em uma associação TTG (Trondhjemito Colorado, ~2,87 Ga) e seccionados em sua porção oeste por leucogranitos deformados. O Leucogranodiorito Pantanal tem afinidade cálcio-alcalina peraluminosa, enriquecimento em Ba e Sr, e padrões de ETR sem anomalias expressivas de Eu e acentuado fracionamento de ETRP. Suas altas razões La/Yb sugerem ter sido derivado de magmas gerados em condições equivalentes ao campo de estabilidade da granada (1,0 a 1,5 GPa), como também sugerido para a Suíte Guarantã (~2,87 Ga) do Domínio Rio Maria. Sua origem pode estar relacionada à fusão discreta de rochas TTG e/ou interação destas com fluidos enriquecidos em K, Sr e Ba, derivados do manto metassomatizado. Os leucogranitos revelam assinatura geoquímica de granitos tipo-A reduzidos, possivelmente originados a partir da fusão desidratada de rochas cálcio-alcalinas peraluminosas durante o Neoarqueano. Além dessas unidades, foi descrito na porção leste do Leucogranodiorito um hornblenda-biotita-granito afim geoquimicamente aos granitos tipo-A oxidados, correlacionado à Suíte Vila Jussara, também neoarquena. Este trabalho sugere que a porção estudada pode apresentar ligação evolutiva com o Domínio Rio Maria, tendo sido afetada por eventos de retrabalhamento crustal durante o Neoarqueano.
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