Ao tecer o título desse livro como "Um estudo sobre branquitude no contexto de reconfiguração das relações raciais no Brasil, 2003-2013", Ana Helena Ithamar Passos enquanto professora, pesquisadora, militante, feminista e produtora de conhecimento mostra que o mesmo é fruto das ações políticas e se reconhecem nas mesmas. A autora apresenta como tese principal do seu estudo, que é um dos frutos de seu doutorado, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro sob a orientação da professora Denise Pini Rosalem da Fonseca e ao imergir na leitura do presente livro que é de uma leveza, agradável, escurecido e empardecido por 6 capítulos que nos ajuda a compreender esse movimento de reconfiguração das relações raciais no Brasil.
Após aprovação da Lei 12.711/2012, Lei de Cotas, e considerando os resultados promissores da política pública, o presente estudo visa compreender que a concordância da Lei funcionou como indicador de “sucesso” das cotas, ainda que não haja consenso sobre a sua aceitação. Pode-se dizer que tal cenário indica que o Brasil estaria trilhando um caminho de quebra do paradigma, que desde o início foi questionada. A problemática da política redistributiva precisa ser pautada a todo momento e a necessidade de trazer a discursão de como ela é formulada, bem como ela pode ser considerada uma política pública que promove principalmente a igualdade após a abolição da escravatura em 1888. Por fim, o presente artigo traz a promoção e a reflexão quanto às ações afirmativas que devem ser implementadas dentro das Instituições Federais de Ensino Superior para que negros e cotistas se sintam membros significativos dentro de uma sociedade acadêmica.
O presente texto destaca reflexões sobre políticas do corpo negro instituídas por mulheres jongueiras a partir de aproximações nas práticas culturais do Sapê do Norte. Busca desconstruir a representação estereotipada de subalternidade da mulher negra, enfatizando como as comunidades percebiam historicamente os processos de opressão racial e em contraponto criavam estratégias para fortalecer a liderança feminina. As questões de interseccionalidade de gênero são discutidas sob esse prisma, constituindo territorialidades e contextos de autoafirmação. Nas rodas de jongos o corpo é premissa da relação ancestral, da circularidade expressa nos ciclos geracionais interligando o passado e o presente por meio dos cantos e danças. É neste contexto que traçamos alguns paralelos sobre territorialidades femininas, ancestralidade, circularidade.
A forma como a mídia aborda questões relacionadas aos direitos das minorias deve ser objeto de preocupação dos pesquisadores da área, sobretudo quando se considera a capacidade que os meios de comunicação têm de interferir na esfera pública e social. Este artigo, particularmente, analisa o apagamento e o silenciamento da política de titulação de territórios quilombolas no jornal A Gazeta em um período de 15 anos a partir da promulgação da Constituição Federal (1988-2003). Tendo como suporte teórico-metodológico as categorias interdiscurso [ou memória do dizer] e silêncio, da escola francesa de Análise do Discurso, foi possível constatar a invisibilização de comunidades remanescentes de quilombos na cobertura realizada por esse jornal, que é um dos impressos de maior tiragem do Espírito Santo e de maior legitimidade na elite capixaba. O periódico ainda se limitou, no parco espaço destinado a essa minoria, a tratar de questões ligadas à cultura e a problemas sociais locais, passando ao largo de assuntos de real interesse daquelas comunidades como o direito constitucional ao reconhecimento e à demarcação de seus territórios.
A proposta pedagógica da escola da comunidade quilombola de Linharinho em Conceição da Barra-ES tem sido formulada observando sua inserção dentro dessa comunidade tradicional. Este texto traz as reflexões das professoras pesquisadoras que se debruçam sobre a seguinte pergunta: o que as crianças quilombolas têm a nos dizer em seus modos de ser e de sentir a escola e comunidade? O objetivo do nosso trabalho é valorizar as narrativas das crianças para se pensar ações pedagógicas e implementação de políticas públicas na comunidade. Concluímos que a escola e comunidade estão na busca de alternativas, ouvindo as narrativas dos estudantes, para que com eles e para eles se construam novos horizontes, valorizando os saberes, as culturas e tradições da comunidade.
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