RESUMO Com base em relatos autobiográficos de um grupo de sete mulheres professoras da educação básica que em algum momento assumiram-se lésbicas, discute-se, valendo-se de discursos de gênero, como elas produzem a docência e o currículo. Como referências, utiliza-se a noção de experiência de Walter Benjamin, Giorgio Agamben e Jorge Larrosa, que inspirou a coleta e a análise das narrativas. Aliam-se a esses estudos as contribuições de Michel Foucault acerca da sexualidade e do cuidado de si e a crítica de Judith Butler ao sistema corpo/sexo/gênero. Conclui-se que as experiências das professoras como lésbicas nas escolas produzem uma pedagogia que atua não apenas como questionamento dos padrões heteronormativos, mas como uma produção de conhecimento próprio pela qual elas reinventam suas identidades como professoras.
RESUMO:Neste artigo exploro a produção do gênero no magistério, a partir dos depoimentos de sete professoras que se assumiram lésbicas e que atuaram na educação básica. Utilizo para esta análise os estudos de Michel Foucault, especialmente o dispositivo da sexualidade, e de Judith Butler, a respeito da crítica ao sistema corpo/sexo/gênero. Inicio problematizando o conceito de mulher no magistério a partir de alguns textos que discutem o gênero na educação e encerro esta parte do texto fazendo algumas provocações sobre a potência do conceito de gênero para as análises das mulheres nos processos de produção e profissionalização da docência. Posteriormente, apresento um recorte de dados de uma pesquisa concluída na qual as professoras lésbicas investigadas contam como veem a si como docentes nas escolas. Concluo este texto evidenciando não apenas como as professoras investigadas subvertem alguns padrões de gênero nas suas vidas pessoais e profissionais, mas também como elas, ao produzirem outros femininos ou artes de viver, reconfiguram os seus próprios estilos de pensar a si e a educação. PALAVRAS-CHAVE: educação; gênero; professoras; lésbicas.Abstract: In this article I explore the production of gender in teaching, from the testimonies of seven teachers who came out as lesbians and who acted in basic education. To this analysis I use the studies of Michel Foucault, especially the device of sexuality and Judith Butler, about the criticism of the body / sex / gender system. I start questioning the concept of women in teaching from some texts that discuss gender in education and I end this part of the text with some questions about the power of the concept of gender to the analyzes of women in processes of production and professionalization of teaching. Subsequently, I present an excerpt of data from a completed survey in which the lesbian teachers see themselves as teachers in schools. I conclude this text showing not only how the investigated teachers subvert some gender norms in their personal and professional lives, but also how they, in producing other feminines or arts of living, reshape their own styles of thinking about themselves and education.Keywords: education; gender; teachers; lesbians.Resumén: En este artículo voy a explorar la producción de género en la enseñanza, a partir de los testimonios de siete profesoras lesbianas que actuaron en la educación básica. Utilicé los estudios de Michel Foucault, en especial el dispositivo de la sexualidad, y de Judith Butler, sobre la crítica del sistema cuerpo/sexo / género. Empecé a cuestionar el concepto de mujer en la enseñanza en algunos textos que hablan de género en la educación y finalizo esta parte del texto haciendo algunas preguntas sobre el poder del concepto de género en los análisis de las mujeres en los procesos de producción y profesionalización de la enseñanza. Posteriormente, les presento una partede los datos de una encuesta realizada con las lesbianas para averiguar cómo las profesoras se ven a sí mismas como maestras en las escuelas. En la conc...
A criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em 2008 deu novo impulso e formato à educação profissional e tecnológica no Brasil. O currículo integrado passou a ser o norte dessa nova concepção e diversas estratégias foram postas em prática para operacionalizá-lo, incluindo o trabalho por projetos. O presente artigo tem por objetivo fazer um breve resgate de vertentes pedagógicos e de contextos históricos do trabalho por projetos para debater sua aplicação, em especial, na educação profissional e tecnológica de acordo com três diferentes vertentes político-pedagógicas: Pragmatismo, Fenomenologia Social e Materialismo Histórico-Dialético. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica precedida de discussão teórica em que são apresentadas as principais características e diferenças no trabalho por projetos. Ao final, propõe-se um esquema de modo a sintetizar o trabalho por projetos nessas três grandes correntes.
Este artigo reúne reflexões de docentes a respeito da relação entre a violência de gênero e os jovens da educação básica. É um trabalho resultante de um projeto de pesquisa intitulado “Abjeções e subversões na Educação: os discursos de gênero dos docentes realizados no IFPR, Campus Colombo-PR. O objetivo é apresentar uma análise das narrativas de sete professores do Ensino Médio que atuam na rede pública de ensino onde o estudo foi realizado, enfatizando como a violência de gênero tem ocupado as escolas e como eles subvertem as práticas sexistas e discriminatórias. Tem-se como base os Estudos Feministas, de Gênero e da Teoria Queer. Para os professores pesquisados a escola é lugar de violência em relação ao gênero, verbal e física, principalmente, a partir das falas machistas e homofóbicas dos estudantes e das práticas de desmerecimento e assédio sexual contra as meninas. Para os professores há “um combo de preconceitos” na sala de aula que envolve, por exemplo, o gênero e o racismo. Como mecanismos de enfrentamento e regulação há, por parte deles, uma produção discursiva de temas como a violência contra a mulher, naturalização das identidades sexuais, machismo e preconceito contra homossexuais que acabam constituindo algumas práticas de defesa dos direitos humanos no espaço escolar.
Neste artigo será discutida a dimensão educativa do uso dos dispositivos móveis, como tablets, smartphones e celulares no processo de aprendizagem ubíqua. Com base nos estudos de Pellanda (2009) e Santaella (2013) e no campo do diálogo da Educação a Distância com a Comunicação, assim como através de outras contribuições teóricas que possibilitam novas perspectivas nesta interface. Para tanto, serão analisados os processos da aprendizagem de um grupo de 61 estudantes de cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) ministrado por meio da Educação a Distância (EAD). Metodologicamente, a análise deu-se a partir da aplicação de entrevistas e questionários encaminhados por e-mail, em que se objetivou analisar como os estudantes são mediados, através de dispositivos móveis, selecionando e sistematizando o conhecimento. Com esta análise concluiu-se que, praticamente, a metade dos estudantes pesquisados utiliza os dispositivos móveis como ferramenta para aprender, reconhecendo as características de dinamicidade, interatividade e autonomia propiciadas pela Internet, aproximando os indivíduos da capacidade de pesquisar e estudar no ciberespaço e, desse modo, construindo conhecimentos.
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