Este artigo apresenta considerações teórico-metodológicas sobre pesquisa referente à reconversão social de famílias da condição de moradores em terras de usina, tanto trabalhadores agrícolas quanto operários rurais, para a de assentados de reforma agrária. Trata-se de objeto em construção que, baseado na situação empírica da falência da usina Santa Maria, na região do Brejo paraibano, aponta para a questão da reconstrução dos mundos subjetivos, imposta pela nova situação vivida, através do conceito de “desenraizamento” e dos meios de sua superação, centrais na obra de Pierre Bourdieu.elocation-id: e2230208Recebido: 10.jul.2022 • Aceito: 19.out.2022 • Publicado: 7.dez.2022Artigo original / Revisão por pares duplo-cego / Acesso aberto
O presente artigo apresenta algumas das representações construídas para justificar as trajetórias vividas por homens e mulheres que passam, no final da década de 1990, da condição de trabalhadores assalariados da usina Santa Maria para a de assentados rurais de reforma agrária. Para tanto, nos valemos de narrativas construídas por moradores de um dos assentamentos implantados, no ano 1997, nas terras desapropriadas da usina falida: o assentamento União, localizado no município de Areia, na região do Brejo Paraibano. As representações aqui presentes são parte de depoimentos ouvidos durante a execução de diferentes atividades (propostas de adaptação de algumas técnicas de práticas de extensão rural participativas), que permitiram a criação de momentos compartilhados de discussão e de interpretações sobre o passado e o presente; revelando, nas memórias individuais, o fio condutor para a compreensão das transformações coletivas vividas.
São Luiz do Paraitinga, estância turística localizada no estado de São Paulo, é conhecido por seus casarões do século XIX e suas festas populares. Em 2010, o município sofreu com a maior enchente de sua história, quando viu parte de seu patrimônio arquitetônico ruir. Doravante, o período de reconstrução pós-enchente reforçou o olhar de gestores públicos e de alguns segmentos sociais locais para a relevância do turismo para o desenvolvimento local. Em consonância com o contexto vivido, o presente trabalho teve como objetivo pensar com os moradores do bairro Alto do Cruzeiro suas potencialidades para o planejamento de um turismo mais sustentável, visto que vivem em condições mais precárias no que se refere ao acesso a bens e serviços. Com base na metodologia da história oral e na realização de um diagnóstico rápido participativo pode-se constatar a existência de um bairro com fortes vínculos de amizade e portador de um sentimento enraizado de pertencimento ao lugar, características que, somadas às manifestações culturais identificadas, poderão servir de suporte para o desenvolvimento do turismo de base comunitária no bairro.
Novas configurações do campo nas sociedades contemporâneas vêm resultando na denominada nova ruralidade. Nesse cenário, o meio rural ultrapassa a dimensão agrícola, à qual esteve vinculado durante bastante tempo, e abarca uma multiplicidade de funções, dentre as quais se destaca o turismo. Nesse artigo apresentaremos considerações iniciais, baseadas em nossa experiência no assentamento Nova Pontal, município de Rosana (SP). Mais especificamente, interessa-nos aqui o espaço rural dos assentamentos no Brasil, com ênfase analítica sobre os aspectos da divisão sexual do trabalho, organização social e questão ambiental relacionada à atividade turística. Para tanto, foram adotadas, além de metodologia participativa, técnicas como a observação participante e a coleta de depoimentos gravados. Do ponto de vista sociológico, notamos que a abertura destes espaços à visitação representa, por um lado, uma função simbólica relevante para campesinos e citadinos e, por outro, poderá vir a ser uma força motriz para a recuperação e/ou conservação do meio ambiente.
O presente artigo descreve os impactos na estrutura fundiária, nos regimes de propriedades e na produção de lavouras antes e depois da reforma agrária na região do Brejo paraibano, a qual, no início dos anos noventa passou por grandes transformações sociais em decorrência da falência da Usina Santa Maria. Proprietária de cerca de cinco mil hectares, os quais, através da luta pela reforma agrária foram reconvertidos em dez assentamentos rurais. Para tanto, nos baseamos em diversas fontes de pesquisa que se complementam, em especial, em depoimentos coletados via pesquisa de campo na região e em certidões de propriedades adquiridas e/ou arrendadas que se encontram sob a guarda do Acervo Documental da Usina Santa Maria no arquivo central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Os resultados evidenciam que a transformação da área da plantation canavieira (terra de negócio) em assentamentos (terra de trabalho) gerou impactos desde a estrutura fundiária dos municípios como nas condições alimentares da população.
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