Os primeiros casos brasileiros de infecção pelo HIV (da sigla em inglês, Vírus da Imunodeficiência Humana) e de AIDS (também da sigla em inglês, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foram relatados em 1983. Os anos 1980 foram marcados pelo surgimento dessa infecção sexualmente transmissível, uma enfermidade que chegou a ser chamada de Doença dos 5H, em razão de casos identificados em homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína injetável) e prostitutas (hookers em inglês), e foi responsável pela estigmatização de gays. A própria homossexualidade já foi considerada doença: em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria publicou, em seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,que a homossexualidade era uma desordem, o que levou diversos cientistas a tentar comprovar que havia um distúrbio mental nos gays. Então chamada de homossexualismo, a homossexualidade foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) de 1977 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 1975, a Associação Americana de Psicologia deixou de considerar a orientação sexual como transtorno mental e a OMS seguiu o mesmo caminho em 1990. Apesar de não ser mais considerada uma doença, a homossexualidade ainda é associada a uma enfermidade: a AIDS. Além disso, para algumas pessoas, ser homossexual significa necessitar de cura. A sexualidade é um tema que controverso, um tabu, que desperta sentimentos e percepções distintos e é alvo de discussões em diversos segmentos da sociedade. Partindo de tais premissas, tem-se como problema de pesquisa: AIDS e homossexualidade ainda se confundem? Destarte, o objetivo desta pesquisa é mostrar se esta associação ocorre e de que maneira ela se dá. Para tanto, o presente ensaio, um estudo teórico escrito a partir de uma pesquisa exploratória, de caráter bibliográfico e documental, baseia-se em uma revisão de literatura especializada no domínio estudado, que utiliza o método de revisão narrativa, não sistemático e não exaustivo.
Este artículo presenta el síndrome de inmunodeficiencia adquirida (SIDA, en portugués, o SIDA), cuando apareció en la década de 1980 desde una perspectiva interdisciplinaria: por un lado, se abordan los signos, síntomas, métodos de diagnóstico y tratamiento y forman parte del modelo biomédico que participa en la interpretación de esta enfermedad; por otro, las representaciones de la enfermedad en artículos periodísticos publicados en el periódico O Globo, uno de los más importantes de Brasil. La salud y el periodismo ayudan a construir ideas y entender conceptos, prejuicios y estigmas que recaen y siguen cayendo sobre la enfermedad que se conoció como la plaga gay, una de las varias denominaciones atribuidas al SIDA cuando surgió. Se discute si es posible entender el proceso salud-enfermedad desde una perspectiva plural, que va más allá de los límites de la medicina. Para ello, analizamos textos del periódico O Globo, que tratan sobre el binomio del VIH/SIDA, prestando especial atención al lenguaje y la lexicografía utilizados en la elaboración de los mismas, y teniendo en cuenta la visión médica sobre la enfermedad en la década de 1980. El trabajo nos permite concluir que es posible y necesario afrontar el proceso de salud-enfermedad utilizando no sólo fenómenos biológicos, sino utilizando aspectos sociales, económicos, políticos y ambientales, frente a diversos ámbitos disciplinarios.
O presente trabalho, fruto de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e documental, discute como são construídos os textos da coluna do médico e pesquisador Rico Vasconcelos, especialista em profilaxia pré-exposição para a infecção pelo HIV, e como sua produção discursiva sobre temas como HIV e AIDS chega ao público não especializado. Analisaremos quatorze artigos publicados e, para tanto, a saúde coletiva servirá de campo de análise: discutiremos se as postagens são elaboradas a partir de um modelo médico hegemônico ou se os escritos têm um viés interdisciplinar, que permite ao leitor compreender as questões relacionadas ao processo saúde-doença extrapolando os limites definidos pela medicina.
This article presents acquired immunodeficiency syndrome (AIDS, in Portuguese, or AIDS), when it appeared in the 1980s from an interdisciplinary perspective: on the one hand, signs, symptoms, diagnostic methods and treatment are addressed and are part of the biomedical model that participates in the interpretation of this disease; on the other, the representations of the disease in journalistic articles published in the newspaper O Globo, one of the most important in Brazil. Health and Journalism help to build ideas and understand concepts, prejudices and stigmas that relapse dwell and still fall on the disease that became known as the gay plague, one of several denominations attributed to AIDS when it arose. It is discussed whether it is possible to understand the health-disease process from a plural perspective, which goes beyond the limits of medicine. For this, we analyze texts from the newspaper O Globo, which deal with the HIV/AIDS binomial, paying special attention to the language and lexicography used in the elaboration of them, and taking into account the medical view about the disease in the 1980s. The work allows us to conclude that it is possible and necessary to face the health-disease process using not only biological phenomena, but using social, economic, political and environmental aspects, in front of various disciplinary fields.
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Os primeiros casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA, em espanhol, ou AIDS, na sigla em inglês) foram documentados, em junho de 1981, no Estados Unidos. A imprensa não pôde manter-se indiferente à enfermidade, já que ela se tornou uma pandemia. Em dia 31 de dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, informou-se sobre os primeiros relatos de pneumonia causada por um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, denominada Covid-19, em referência ao tipo de vírus (do inglês, Coronavirus disease) e ao ano de início da epidemia (2019). O presente trabalho analisará como duas epidemias, a AIDS e a Covid-19, chegaram à imprensa brasileira, e serão discutidas semelhanças entre as coberturas jornalísticas de ambas.
A retórica do preconceito é uma das diversas maneiras de expressaõ do discurso social. O discurso é uma ferramenta de construçaõ da identidade, que influencia diretamente na percepçaõ que cada ser humano tem de si mesmo. Assim sendo, o discurso midiatico exerce papel fundamental na formaçaõ da consciência e da identidade, inclusive no sentido da mudança. Sob esta perspectiva, como é tratada a questaõ da representatividade negra e gay na telenovela brasileira? Para responder a essa pergunta recorremos à proposta de anaĺise do discurso e de seus usos semânticos e concluiḿos que a telenovela contribui para a propagaçaõ de uma imagem distorcida da realidade, que desvela um discurso cuja desconstruçaõ evoca um paiś branco e heteronormativo, homofóbico, ainda que exista um processo de reconhecimento e participaçaõ negra e homossexual nas produçoẽs audiovisuais brasileiras.
Este trabalho pretende compreender a ruptura da figura do homem heterossexual por meio da análise da cena do duelo entre os personagens Chicó, Cabo Setenta e Vicentão, na microssérie O Auto da Compadecida (2000, TV Globo, direção de Guel Arraes). O artigo reflete sobre aspectos que dizem respeito às falas dos personagens e às suas atitudes, com base não só nos elementos lexicais, seus significados e sentidos proporcionados ao interlocutor, mas considerando também a forma como as estruturas sociais se fazem presentes no discurso, encarando que a sociedade e a linguagem estabelecem entre si uma relação simbiótica. Lançamos mão da Análise Crítica do Discurso (ACD), uma abordagem teórico-metodológica, que investiga de que maneira as formas linguísticas atuam na reprodução, manutenção e transformação social. Os analistas críticos do discurso concentram-se em analisar a reprodução do sexismo e do racismo, da legitimação do poder e o papel da política e da mídia na produção discursiva da relação de dominação entre grupos. Abordamos os conceitos de heteronormatividade, heterossexualidade e gênero, tendo como substratos as discussões presentes nas obras “Nordestino: uma invenção do falo - uma história do gênero masculino (Nordeste – 1920-1940)”, de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2013), e Manifesto Contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual”, escrito por Paul Preciado (2014). A partir disso, propusemos a problematização da masculinidade, compreendendo-a como uma construção social, e depreendemos que as narrativas audiovisuais são importantes na construção de sentidos e que há padrões e estereótipos sobre o comportamento masculino em produções televisivas.
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