DISTONIA DE TORÇÃO. ANTONIO DE MORAES AUSTREGÉSILO FILHO. Tese apresen-tada à Faculdade Nacional de Medicina em concurso para a cátedra de Neurologia. 1 volume com 316 páginas. Impressa por Irmãos di Giorgio e Cia., Rio de Janeiro, 1945. O A. analisa, inicialmente, com minúcia, os trabalhos de Ziehen, Schwalbe, Oppenheim, Thomalla, assim como os de Hall e Wimmer, referindo-se cronologicamente a tôdos os que contribuíram para o esclarecimento do assunto. Destaca-se nesta revisão bibliográfica a contribuição brasileira que se fêz sentir com os trabalhos de Rocha Vaz e J. Carvalho (1912) . Marques (1934). No tocante à etiologia, analisa os fatores desembriogenéticos e os ocasionais, êstes naturalmente em correlação com os espasmos de torção sintomáticos. Aborda, depois, a sintomatologia e as formas clínicas, descrevendo com minúcias as modalidades de exteriorização destas distonias, objetivando-as com clichês dos casos clás-sicos da literatura, procurando dar uma descrição tão completa quanto possível desta síndrome, separando as formas clínicas segundo sua etiologia, localização dos sintomas, para abordar o complexo capítulo do diagnóstico diferencial; considera com detalhes a atetose, a coréia, as síndromes parkinsonianas, as moléstias do grupo wilsoniano e as mioclonias. O capítulo da anatomia patológica é extenso, procurando o A. analisar as mais importantes contribuições, iniciando pelos clássicos trabalhos de Thomalla e de Wimmer. Nesta minuciosa análise salienta a topografia dos distúrbios anátomo-patológicos dizendo haver constante comprometimento do putamen e do pálido, e lesões outras, atingindo a corticalidade extrapiramidal, o cerebelo, o tálamo, o núcleo vermelho, o de Luys e a substância negra. Do ponto de vista lesionai, há distúrbios que podem ser classificados como endógenos, provavelmente desembriogenéticos, e alterações outras de natureza vária -tóxica, traumática, circulatória, inflamatória -correlacionadas naturalmente com os espasmos de torção sintomáticos. O A. destaca as alterações da oligodendrogliadegeneração mucóide -que poderiam ser, na sua opinião, primitivas e, com isso "modificariam o funcionamento das células nervosas do estriado e do pálido, do cerebelo, da cortiça cerebral extrapiramidal e de outras regiões".Após rápidas referências à evolução, prognóstico e tratamento, o A. apresenta sua contribuição pessoal constante de 2 observações anátomo-clínicas, 1 anatômica e 12 clínicas. Estas observações se referem a casos de espasmo de torção -enfermidade de Ziehen-Oppenheim -como o próprio A. as identifica, t a casos de espasmo de torção sintomáticos. A primeira observação classificada clinicamente como espasmo de torção, anatomicamente evidencia, ao lado de uma dismielinização do pálido, um quadro típico de meningoencefalite cisticercótica, com um cisticerco em pleno núcleo caudado. As manifestações inflamatórias na cortiça cerebral, o cisticerco do núcleo caudado, a hiperplasia glial no caudado e no putamen, e mesmo as alterações cerebelares com " desaparecimento das células de Pu...