RESUMO Introdução Partindo das formulações teóricas de Pierre Bourdieu sobre o Estado, este trabalho examina dados de mais de 200 carreiras civis do Poder Executivo Federal com o objetivo de compreender como se dá a distribuição de diferentes tipos de capital na burocracia brasileira. Métodos Para isso, foi empregado o método Principal Components Analysis (PCA) em uma base de carreiras construída a partir de dados extraídos do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape). Resultados Os resultados mostram que são mais valorizadas e mais restritas as carreiras associadas à noção bourdieusiana de mão direita do Estado, como economia, gestão, finanças e controle, e menos valorizadas e menos restritas as carreiras mais associadas à mão esquerda do Estado, como saúde, educação e assistência social; Discussão revelando uma distribuição desigual de capitais entre segmentos da burocracia brasileira. Isso pode interferir nas chances que cada tipo de burocrata tem na luta permanente para indicar o que é e para falar em nome do interesse público.
Este trabalho é um relato etnográfico sobre esse espaço que se autonomeia como Carreiras Típicas de Estado. O foco reside nas estratégias utilizadas por essas carreiras para construir a sua própria identidade, atribuindo sentidos específicos a ela. Também são exploradas algumas táticas empregadas por essas carreiras para lutar por causas que elas consideram legítimas. Ao final, mostra-se como os dados etnográficos revelam práticas que talvez possam ser interpretadas como maneiras pelas quais servidores públicos fazem Estado a partir da sua condição de sujeitos valorativos. Palavras-chave: Burocracia. Estado. Elites.
Proponho neste trabalho uma reflexão sobre o lugar de fala de Michel Foucault, dado que ele mesmo negava a filosofia, as ciências sociais ou a história como seus territórios. Sugiro que tais negações podem estar ligadas à dissociação que Foucault fazia entre linguagem e verdade. Foucault entendia que a natureza infinita da linguagem apagaria qualquer sistema de referências. O simples ato de falar sobre as coisas franquearia, portanto, uma distância, que seria, em si mesma, ficção. Concluo argumentando que talvez Foucault possa ser melhor compreendido não a partir de possíveis posicionamentos fixos, mas em seus incessantes e propositais deslocamentos.
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