As disputas fiscais entre os estados brasileiros foram um dos traços marcantes da segunda metade da década de 90 no país. O artigo analisa a chamada "guerra fiscal" e seu impacto sobre as relações federativas, procurando identificar o conjunto de fatores que a propiciaram. Explora ainda sua relação com o problema do desenvolvimento desigual das diversas regiões do país. Para ilustrar a generalização dos conflitos interestaduais em matéria fiscal, o trabalho examina algumas frentes da guerra, como a indústria automotiva, o setor de informática e a agroindústria. Por fim, aborda sinteticamente as perspectivas de encaminhamento do problema, tendo em vista a recomposição do pacto federativo em bases mais equânimes e construtivas.
O artigo trata da presente crise do capitalismo internacional, interessando-se pelo nexo entre seus aspectos propriamente econômicos e as questões políticas e institucionais que ela suscita. São discutidos alguns elementos de caráter cognitivo e metodológico importantes para uma agenda de pesquisa da crise, e em seguida é apresentado um panorama do processo de globalização neoliberal que caracterizou o mundo nas ultimas décadas e que está no centro da crise contempor ânea. O artigo conclui com uma breve prospecção das mudanças que poderão advir da crise, sobretudo no que diz respeito à revalorização da política e ao fortalecimento do papel do estado.
Resumo.A sociologia é uma ciência que procura estabelecer proposições gerais sobre fenômenos sociais, mas suas investigações se desenvolveram, desde a origem, a partir de diferentes tradições nacionais, dirigindo-se a problemas específicos. O artigo examina a formação da sociologia brasileira como processo intelectual marcado pela percepção de possíveis peculiaridades da sociedade brasileira diante de modelos gerais de cunho determinista. Argumenta que, ao enfrentar esse dilema, a sociologia brasileira tem oferecido contribuição importante ao conhecimento genérico da vida social na medida em que, com os seus estudos, a experiência do Brasil pode ser situada em termos comparativos. Essa proposição é ilustrada por uma recapitulação do debate sobre a questão racial na fase clássica da ciência social brasileira -de fins do século XIX ao meio do século XX.
Neste artigo procura-se compreender por que, no Brasil, os empresários assumiram a divulgação de discursos e práticas de responsabilidade social empresarial (RSE), quando na Argentina foi a sociedade civil organizada que o fez. Desse modo, além do esforço comparativo – sempre útil para apontar semelhanças e diferenças, criar escalas e perceber generalidades – compreende- se que na abordagem do tema há uma lacuna a ser suprimida: a construção de um marco histórico sobre a ação empresarial em relação à questão social. Como corolário, pretende-se entender o quadro contextual que reveste de sentidos a expressão RSE em cada realidade nacional analisada, levando em consideração o fato de que, mesmo sendo um discurso global, ele não é homogêneo.
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