A notifi cação da violência doméstica pelos profi ssionais de saúde contribui para o dimensionamento epidemiológico do problema, permitindo o desenvolvimento de programas e ações específi cas. O objetivo do trabalho foi verifi car a responsabilidade desses profi ssionais em notifi car a violência, especialmente a doméstica e as possíveis implicações legais e éticas a que estão sujeitos. Assim, foi realizada pesquisa na legislação brasileira e códigos de ética da medicina, odontologia, enfermagem e psicologia. Quanto à legislação, as sanções estão dispostas na Lei das Contravenções Penais, Estatuto da Criança e Adolescente, Estatuto do Idoso e na lei que trata da notifi cação compulsória de violência contra a mulher. Também existem penalidades em todos os códigos de ética analisados. Conclui-se que o profi ssional de saúde tem o dever de notifi car os casos de violência que tiver conhecimento, podendo inclusive responder pela omissão. DESCRITORES: Violência doméstica, ética. Violência doméstica, estatística e dados numéricos. Notifi cação de abuso. Atitude do pessoal de saúde. Comunicação sigilosa. ABSTRACTDomestic violence reporting by health providers contributes to the epidemiological assessment of the magnitude of the problem, which allows the development of specifi c programs and actions. The aim of the study was to assess the level of responsibility of these providers towards reporting violence, especially domestic violence, and potential related legal and ethical implications. The Brazilian legislation and ethics code of Medicine, Dentistry, Nursing and Psychology were studied. Legal sanctions are found in the Criminal Law of Misdemeanor Offenses, the Child and Adolescent Statute, the Elderly Statute and in the law establishing mandatory reporting of violence against women. There are also penalties in all ethics codes reviewed. It is concluded that health providers have the legal duty of reporting known domestic violence cases and they can even be charged with omission.
A avaliação do grau de satisfação dos usuários do sistema de saúde é um importante indicador a ser considerado no planejamento das ações. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de satisfação de usuários dos serviços de saúde pública municipal quanto aos serviços utilizados. Este estudo tipo inquérito foi conduzido em cinco municípios do Estado de São Paulo. A amostra foi selecionada de forma estratificada e aleatória, sendo entrevistados 471 chefes de família ou respectivos cônjuges. Os dados qualitativos foram analisados pelo método de Análise de Conteúdo, e os dados quantitativos foram processados utilizando-se o software estatístico Epi Info. Dentre os usuários dos cinco municípios, 93,0% utilizam o serviço municipal de saúde. Para 72,0%, os serviços de saúde prestados estão resolvendo os problemas e necessidades da população. Com base no acesso ao atendimento, 57,6% da população queixaram-se da presença de filas para o atendimento. Mais da metade (69,5%) afirmou ter confiança na equipe de saúde; no entanto, muitos relatos demonstraram a carência de um atendimento humanizado. Em relação aos serviços de saúde, 61,7% classificaram-os como ótimo ou bom. Conclui-se que a maior parte dos usuários mostrou-se satisfeita com os serviços de saúde municipais, apesar da grande quantidade de queixas quanto ao atendimento, falta de humanização e acolhimento, deficiência de recursos físicos e materiais. A percepção do usuário é de extrema importância ao se dimensionar o reflexo das ações que vem sendo desenvolvidas no setor saúde, e serve como vetor de direcionamento e planejamento do serviço.
BackgroundThe use of potentially inappropriate medications (PIM) among the elderly is a serious public health problem because it is intrinsically linked to increased morbidity and mortality, causing high costs to public health systems. This study’s objective was to verify the prevalence of and the factors associated with the use of PIMs by elderly Brazilians in institutional settings.MethodsWe performed a transversal study, by consulting the case files of elderly people living in Long Term Care for the Elderly (LTC) in towns in the State of São Paulo, Brazil, as well as structured interviews with the nurses responsible for them.We identified PIMs using the list of recently updated Beers criteria developed by a group of specialists from the American Geriatrics Society (AGS), who reviewed the criteria based on studies with high scientific evidence levels. We defined the factors studied to evaluate the association with PIM use prior to the statistical analyses, which were the chi-square test and multiple logistic regression.ResultsAmong the elderly who used drugs daily, 82.6% were taking at least one PIM, with antipsychotics (26.5%) and analgesics (15.1%) being the most commonly used. Out of all the medications used, 32.4% were PIMs, with 29.7% of these being PIMs that the elderly should avoid independent of their condition, 1.1% being inappropriate medication for older adults with certain illnesses or syndromes, and 1.6% being medications that older adults should use with caution. In the multivariate analysis, the factors associated with PIM use were: polypharmacy (p = 0.0187), cerebrovascular disease (p = 0.0036), psychiatric disorders (p < 0.0001) and dependency (p = 0.0404).ConclusionsThe results of this study showed a high prevalence of PIM use in institutionalized elderly Brazilian patients. and the associated factors were polypharmacy, psychiatric disorders, cerebrovascular diseases and dependency.
BackgroundThe increased prevalence of malocclusions represents a secular trend attributed to the interaction of genetic and environmental factors. The analysis of factors related to the causes of these changes is essential for planning public health policies aimed at preventing and clinically intercepting malocclusion. This study investigated the sucking habits, nocturnal mouth breathing, as well as the relation of these factors with malocclusion.MethodsThis is a longitudinal study in which 80 mother-child pairs were monitored from the beginning of pregnancy to the 30th month after childbirth. Home visits for interviews with the mothers were made on the 12th, 18th and 30th months of age. Finger sucking, pacifier sucking, bottle feeding, breastfeeding and nocturnal mouth breathing, were the variables studies. On the 30th month, clinical examinations were performed for overjet, overbite and posterior crossbite. A previously calibrated single examiner (Kappa coefficient = 0.92) was responsible for all examinations. Data were analyzed using the chi-squared or Fisher’s exact tests, at a significance level of 5%.ResultsBottle feeding was the most prevalent habit at 12, 18 and 30 months (87.5%; 90% and 96.25%, respectively). Breastfeeding was 40%, 25% and 12.50% at 12, 18 and 30 months, respectively. Nearly 70% of the children in this study had some sort of malocclusion. Pacifier sucking habit at 12, 18 and 30 months of age was associated with overjet and open bite; and at 30 months, an association with overbite was also observed. Finger sucking habit and breastfeeding at 12, 18 and 30 months were also associated with overjet and open bite. The posterior crossbite was associated with bottle feeding at 12 and 30 months, and nocturnal mouth breathers at 12 and 18 months.ConclusionsSucking habits, low rates of breastfeeding, and nocturnal mouth breathing were risk factors for malocclusion.
The aim of this study was to analyze the influence of sociobehavioral variables on the prevalence and severity of dental caries in 4-to 6-year-old children. A cross-sectional study was performed on a sample of 1993 children enrolled in 58 public preschools from Araçatuba City, São Paulo State, Brazil, during 2010. The exams were made using the decayed, missing, and filled teeth index (World Health Organization methodology) and detection criteria for non-cavitated lesions. A tested, self-administered questionnaire was sent to parents to obtain information about their socio-behavioral characteristics. Standardization was performed to verify concordance among examiners (kappa = 0.84). The prevalence of cavitated caries lesions was 41.2% (821), and the prevalence of both, cavitated and non-cavitated caries lesions, was 43.9% (875). The means ± standard deviations of the decayed, missing, and filled teeth index for children aged 4, 5, and 6 years were 1.18 ± 2.45, 1.65 ± 2.67, and 1.73 ± 2.77, respectively. Caries were significantly more prevalent in children from families with low incomes and low educational levels. The presence of dental caries was associated with access to dental services (p < 0.05). The associations between both, cavitated and non-cavitated dental caries lesions, and the frequency of oral hygiene were statistically significant. The prevalence of dental caries in preschoolers was strongly associated with factors related to the children's parents. Therefore, information about parents' socio-economic status, behaviors, and attitudes in relation to oral health should be considered when planning prevention and educational programs for the oral health of preschool children.
OBJETIVO: Avaliar o conhecimento popular e as práticas cotidianas em saúde bucal de usuários de serviços públicos de saúde. MÉTODOS: A população estudada foi selecionada a partir de uma amostra estratificada de usuários que procuraram atendimento nas unidades sanitárias da zona urbana de Santa Maria, RS. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada e organizados em conjuntos de categorias descritivas, permitindo sua distribuição em tabela de freqüência. RESULTADOS: Verificou-se que predominam usuários entre 21 e 40 anos de idade, do sexo feminino e com padrão socioeconômico baixo. A busca pela saúde e o controle das doenças bucais são atribuídos à responsabilidade individual de realizar a higiene bucal e procurar tratamento dentário. A presença e os benefícios do flúor no creme dental e na água de beber não foram reconhecidos pela população estudada. CONCLUSÕES: Os programas de saúde devem considerar os aspectos relativos ao conhecimento e as práticas em saúde bucal, para viabilizar o processo de capacitação da população e promover a responsabilização coletiva da promoção da saúde em todos os níveis da sociedade.
ResumoO objetivo deste estudo foi analisar a percepção do idoso quanto ao cuidado humanizado na atenção básica de saúde, com enfoque sobre os aspectos do atendimento ambulatorial que interferem na qualidade do atendimento. Para isso, realizou-se um estudo do tipo transversal, abrangendo todas as unidades básicas de saúde de um município do interior do Estado de São Paulo, por meio de entrevistas dirigidas aos idosos que frequentavam essas unidades. O instrumento utilizado foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que, em busca de maior objetividade para a avaliação da qualidade do cuidado à saúde, propôs o conceito de responsividade, para referir-se aos elementos não diretamente ligados ao estado de saúde, e sim aos envolvidos no atendimento acolhedor e resolutivo com responsabilidade e vínculo. Dessa forma, os domínios de responsividade avaliados foram: pronta atenção, dignidade, comunicação, autonomia, escolha dos profissionais, confidencialidade e estrutura física e conforto. Os resultados foram analisados através do software Epi Info 3.5.2. Verificou-se que alguns domínios da atenção em saúde, altamente valorizados pelos idosos, tiveram desempenho bem inferior, como: Autonomia, em que apenas 54,4% tiveram liberdade para tomar decisões sobre sua saúde ou tratamento; e Comunicação, em que 67,6% não obtiveram informações sobre outros tipos de tratamentos ou exames e 79,2% não tiveram oportunidade para esclarecimentos quanto às dúvidas sobre o tratamento. Sugere-se, portanto, mudanças nos serviços de atenção básica à saúde prestados, principalmente quando se trata de idosos, uma população especial que necessita receber uma assistência diferenciada. Palavras-chave: Humanização da assistência, Serviços de saúde, Políticas públicas, Assistência a idosos.
Este estudo examinou agressões físicas intrafamiliares registradas em Araçatuba, São Paulo, Brasil, durante 2001-2005. São descritas características sócio-demográficas de agressores e vítimas; parentesco; local, horário, dia da semana e motivos das agressões; tipos de lesão e uso de álcool/drogas pelos agressores. Das 7.750 ocorrências, 1.844 estavam relacionadas à agressão física intrafamiliar: 81,1% envolvendo parceiros íntimos (grupo A), 11,6% pais/responsáveis e filhos (grupo B) e 7,3% outros familiares (grupo C). Nos três grupos, as agressões ocorreram principalmente em casa, sendo os agressores predominantemente do sexo masculino. No grupo A as agressões ocorreram principalmente nos finais de semana (38,9%), sendo o ciúme, motivo freqüentemente relatado (21,5%). No grupo B, crianças/adolescentes constituíram 68,1% das vítimas, predominando as meninas entre os adolescentes; 3,8% dos agressores eram adolescentes, e 5,2% das vítimas tinham idade > 60 anos. Nos três grupos, predominaram lesões leves, principalmente equimoses e escoriações, acometendo cabeça e membros superiores. Os agressores estavam freqüentemente alcoolizados: 26,8% (grupo A), 21,6% (grupo B), e 17,1% (grupo C). O uso de drogas foi provavelmente subestimado nos três grupos (2,2%, 1,8% e 4,5% respectivamente).
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