Este ensaio propõe uma reflexão acerca da organização institucional do tempo e do trabalho segundo as exigências do capitalismo contemporâneo e as dinâmicas da modernidade, derivando na alienação e na dominação do homem pelo mercado mundializado. Essa lógica acaba por recusar a temporalidade da experiência, resultando no encolhimento do espaço do conhecimento, da liberdade, da felicidade e legando ao homem a perda do sentido e do mestrado do tempo e de sua vida. Tal ideal é regido pelo princípio do desempenho, rendimento e performances do trabalhador em seu ofício-lógica essa atravessada pela competitividade e uma espécie de cultura do ódio que promove a eliminação e a ferocidade em lugar da cooperação e da solidariedade, apoderando-se ainda de espaços democráticos importantes, como a educação, que deixa de ser "educação para a liberdade" para se tornar "educação para a adaptação".Palavras-chave: tempo, trabalho, capitalismo, modernidade.
<p>Este ensaio procura mostrar de que maneira a modernidade tecnológica produz em permanência comportamentos arcaicos, preservados no interior da civilização que se pretende lógica e científica. Da pseudoformação escolar aos particularismos políticos, do fim do espaço público às legislações submetidas a lobbies, passa-se da ideia de <italic>polis</italic> - a cidade como destino comum de uma coletividade que partilha os mesmos valores - à <italic>thyase</italic> - organização de grupos na forma de seitas - religiosas ou políticas. Mostra-se, assim, o modo de produção do mal-estar e da violência no mundo contemporâneo, só podendo ser superados rompendo-se com os particularismos ressentidos e com a política que opõe amigo e inimigo. Neste sentido, assim como o futuro é contingente, o passado também o é, podendo ser reaberto em suas esperanças de paz e felicidade não cumpridas e que podem fazer advir o presente.</p>
Gostaríamos de agradecer imensamente a toda equipe de Artelogie, em especial a Edgard Vidal que sempre foi muito solicito e atencioso conosco. Nosso imenso agradecimento também para Cristina Moura, que traduziu os textos de Dominique Chateau e Raoul Kirchmayr para o português, e a todos os pareceristas que nos ajudaram a avaliar e selecionar os textos aqui publicados.
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