A maioria das sociedades indígenas das Terras Baixas da América do Sul privilegia uma reflexão sobre a corporalidade tanto na elaboração de suas cosmologias quanto na produção de um idioma simbólico focal tecido para a pessoa. A proposta deste artigo consiste em problematizar como o sistema de nominação utilizado pelos Wapichana da Terra Indígena Malacacheta, atual estado de Roraima, enfeixa processos de comunicação do corpo com o mundo. Nominar implica fabricar corpos e tal pratica é suplementada pela decoração, afirmação e ritualização dos corpos. O fundamento epistemológico desta produção converge para os postulados de pessoa, corpo e corporalidade. Trata-se de um estudo onomástico, com enfoque qualitativo, cujo objetivo é mostrar como os Wapichana moldam o corpo através de palavras, gestos simbólicos, pinturas, fumigações, ornamentos, rituais e visões cosmogônicas, de modo que, na TI-Malacacheta, o corpo pode ser pensado como matriz de símbolos culturais e configura um objeto de significação social.
A partir de uma observação feita pelo naturalista alemão Robert Schomburgk sobre as mulheres indígenas, esse artigo discute alguns aspectos relativos ao gênero e a agência feminina, considerando experiências recentes entre as mulheres Makuxi de Roraima; pretende-se mostrar que as mulheres são agentes ativos, particularmente no âmbito da comunidade e nos movimentos sociopolíticos, além de sugerir que a situação histórica a qual se instalou no Brasil nas últimas décadas não apenas ampliou os espaços para a ação feminina, como também inovou aqueles já ocupados por elas. Palavras-chave Gênero; agência;Makuxi.
O presente artigo tem como objetivo entender algumas relações sociais, políticas e econômicas que deram início a migração venezuelana para Roraima, em específico para cidade de Boa Vista, capital do estado. O foco do artigo serão os conflitos que ocorreram a partir das representações sociais criadas acerca dos migrantes, como os responsáveis pelas mazelas que assolaram o Estado no contexto das primeiras levas migratórias. Para tanto, nos valeremos da pesquisa bibliográfica e da nossa experiência de campo no âmbito da pesquisa realizada durante o mestrado em Boa Vista[1]. Inicialmente tentaremos identificar elementos históricos no país de origem, que talvez tenha impulsionado o movimento migratório sem precedentes da sua população, para em seguida, situarmos as condições da migração em Boa Vista.
O artigo aborda o problema da sociodiversidade no rio Uraricoera tendo como ponto de partida um caso de memória envolvendo o etnônimo Sapará. Presente na documentação histórica durante o século XVIII, este etnônimo, como tantos outros, começou a desaparecer da documentação durante o século XIX e chegou ao século XX referenciado a alguns indivíduos vivendo entre os Makuxi e Taurepang, no médio Uraricoera. A memória enfatiza ainda o mito de criação e a chegada do branco. O texto sugere ainda que a memória Sapará é uma resposta aos constantes conflitos de terras em Roraima.
A maioria das sociedades indígenas das Terras Baixas da América do Sul, como já sabemos, privilegia uma reflexão sobre a corporalidade não apenas na elaboração de suas cosmologias, mas também quando elaboram um idioma simbólico focal para a pessoa. A proposta deste artigo consiste em problematizar como o sistema de nominação utilizado pelos Wapichana da Terra Indígena Malacacheta, atual estado de Roraima, povo da família linguística Arawak, enfeixa processos de comunicação do corpo com o mundo. Nominar implica fabricar corpos e tal pratica é suplementada pela decoração, afirmação e ritualização dos corpos. O fundamento epistemológico desta produção converge para os postulados de pessoa, corpo e corporalidade. Trata-se de um estudo onomástico, com enfoque qualitativo, cujo objetivo é mostrar como os Wapichana moldam o corpo através de palavras, gestos simbólicos, pinturas, fumigações, ornamentos, rituais e visões cosmogônicas, de modo que, na TI-Malacacheta, o corpo pode ser pensado como matriz de símbolos culturais e configura um objeto de significação social. Corpo, sangue, sopro e nome, independente da ordem simbólica, são os componentes que informam a pessoa na TI-Malacacheta. Infere-se que, nesse caso, a originalidade do pensamento ameríndio, no que tange à corporalidade, remonta ao lugar que o corpo humano ocupa na visão dos nativos, ou seja, na autodesignação que eles elaboram por si, sobre si e para si.
Com base na memória oral, esse artigo aborda o impacto da presença dos fazendeiros no vale do rio Uraricoera, Roraima, ao longo da primeira metade do século XX. A experiência dos índios nas fazendas, seja como filhos adotivos ou trabalhadores, aponta a dimensão violenta na ocupação fundiária na região; como mostrou Peter Rivière (1974), tal experiência funcionaria, ainda, como um dispositivo de mobilidade etno-social quando os índios adquiriram um novo status, de caboclos ou civilizados.
ResumoA partir de uma observação feita pelo naturalista alemão Robert Schomburgk sobre as mulheres indígenas, esse artigo discute alguns aspectos relativos ao gênero e a agência feminina, considerando experiências recentes entre as mulheres Makuxi de Roraima; pretende-se mostrar que as mulheres são agentes ativos, particularmente no âmbito da comunidade e nos movimentos sociopolíticos, além de sugerir que a situação histórica a qual se instalou no Brasil nas últimas décadas não apenas ampliou os espaços para a ação feminina, como também inovou aqueles já ocupados por elas. Palavras-chaveGênero; agência;Makuxi. Abstract From an observation by Germany naturalist
O presente trabalho resulta de uma pesquisa feita com mulheres indígenas, membros da Associação Cultural Indígena Kapói, que saíram de suas comunidades de origem, na Guiana, e hoje residem no contexto urbano da cidade de Boa Vista, capital de Roraima, onde utilizam o artesanato indígena como instrumento de geração de renda e afirmação cultural. A produção de artefatos põe em relevo as técnicas e conhecimentos apreendidos na vida comunitária e os critérios do fazer bem-feito, comuns a outros povos indígenas das terras baixas sul-americanas, e necessárias ao novo universo social que valoriza um produto esteticamente bemfeito para venda.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.