O preconceito contra as pessoas não heterossexuais persiste e atualmente assume diversas formas. Este estudo teve por objetivo apresentar o processo de construção e validação de um instrumento multidimensional de avaliação de atitudes face a lésbicas e a gays. Partindo de uma revisão teórica sobre diversos aspectos do preconceito anti-homossexual, foram definidos três tipos de atitudes negativas. Selecionou-se, em seguida, um conjunto de escalas pré-existentes, tendo os seus itens sido categorizados de acordo com as atitudes previstas. Análises fatoriais exploratórias revelaram uma escala composta por três dimensões atitudinais negativas, duas de caráter mais tradicional (Rejeição da proximidade e Homopatologização) e uma de caráter mais atual (Heterossexismo moderno), assim como por uma atitude positiva (Suporte). Todas as dimensões apresentaram uma b oa consistência interna. Provas adicionais da validade de constructo do instrumento foram obtidas através de um estudo diferencial, em função do sexo dos participantes e do seu contato interpessoal com lésbicas e gays.
In this paper we intend to articulate a multidimensional perspective on citizenship with a psychological understanding of lesbian and gay identities' development in the context of a Southern European country: Portugal. We begin by reviewing some legal statements and institutional regulations around gay and lesbian issues and the lack of opportunities for the affirmation of a non-hegemonic (sexual) identity in Portugal. Next, we describe participation efforts developed by the Portuguese LGBT nongovernmental organizations (NGOs) and the actual results that such efforts already produced in the political and cultural attitudes toward gay men and lesbians: particularly, the legal approval of domestic same-sex partnership is emphasized as a symbolic achievement of such political struggle. Finally, we explore the implications of communitarian participation for gay and lesbian identities' development, not just in terms of collective empowerment but also in what concerns individual development and well-being.
Ancorado numa perspectiva crítica, este artigo propõe uma revisão teórica sobre as abordagens psicológicas em torno da diversidade humana. Num primeiro momento, são examinadas as evoluções conceptuais que a noção de diversidade foi assumindo na psicologia. Posteriormente, elencamos algumas propostas epistemológicas consonantes com a perspectiva crítica adoptada. Por fim, procedemos a uma sistematização de princípios orientadores de uma praxis crítica celebrante da diversidade humana e combativa do que sugerimos ser a "violência de inexistir", representada pela rejeição das inumeráveis realidades subjectivas e relacionais que sempre nos caracterizam na diversidade.
Neste artigo, pretende-se explorar as vivências subjetivas, relacionais e sociais de sujeitos questionantes do binarismo de género. Tendo por base os estudos queer, partimos à exploração e desconstrução de mecanismos sociais opressores neste binarismo. Foram entrevistadas oito pessoas questionantes do binarismo de género e procedeu-se à análise temática (Braun e Clarke 2006) dos dados recolhidos. Emergiram dois temas: (i) processos de subjetivação-ao nível do self e da alteridade retratando as diversas dificuldades e conquistas; e (ii) «Sem um lugar que seja seu»-caracterização da opressão da heteronormatividade nas posições de sujeito e nos processos de genderização de contextos; temas estes que elucidam a desumanização experienciada pelo choque entre a desidentificação face ao binarismo de género e a obrigatoriedade de cumprir normas. Palavras-chave Géneros, não-binarismo, queer, humano.
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