Trata-se de um trabalho que buscou empregar o método “Spatial Synoptic Classification” (SSC) para a região de São Paulo – SP e, por meio de um ensaio comparativo, confrontar os resultados alcançados com os da "Análise Rítmica em Climatologia" (ARC). Para tanto, o uso do método SSC possibilitou avaliar - no nível diário - tanto a atuação geral dos tipos de tempo como aquelas situações geradoras de chuvas, ao longo do período de 1958 a 2014. Do mesmo modo, dentro desse período de 57 anos, foram selecionados dois anos-padrão, um chuvoso (2010) e outro seco (2014), cujos respectivos ritmos diários (atuação geral dos sistemas atmosféricos e gênese pluvial) também foram interpretados pelo método ARC. O confronto dos resultados obtidos no emprego desses dois métodos apontou para resultados promissores e demonstrou que o método SSC é capaz de complementar a ARC. Ambos as metodologias revelaram as nítidas diferenças de ritmo quando comparadas as variações pluviais entre os dois anos analisados, sobretudo durante o verão. Tais métodos trouxeram à luz, ainda, os tipos de tempo geradores de grandes volumes de chuva no verão de 2010 e as sequências rítmicas responsáveis pela longa e severa estiagem que ocorreu na metrópole paulistana durante o ano de 2014.
As repercussões das dinâmicas dos elementos atmosféricos no território são deflagradas, fundamentalmente, pelas formas através das quais o espaço geográfico é produzido pelos grupos sociais. Nesse contexto, o artigo procurou abordar a relação entre o conceito de eventos extremos e vulnerabilidade a enfermidades respiratórias utilizando-se de estudo exploratório sobre ondas de frio em Piracicaba – São Paulo. Para a sua identificação, foram utilizados cinco índices climáticos diferentes aplicados aos dados de temperaturas mínimas, obtidos pelo INMET. As ondas de frio detectadas em cada um dos índices foram correlacionadas (comparativamente) com os dados de internação por doenças respiratórias obtidos no DataSUS, entre os anos de 1998 e 2014. Os resultados indicam a ocorrência de maior número de ondas de frio nos meses de inverno, ocorridas principalmente no período da normal climatológica (1961-1990) quando comparada ao período recente (1991-2014). Entre as técnicas comparadas, observou-se que a quantidade de ondas identificadas é díspar e varia de 72 (CSDI-OMM) a 329 ondas (IPCC) na mesma série histórica. Na análise da vulnerabilidade, foi identificado que a faixa etária mais afetada por enfermidades respiratórias é de 0 a 9 anos e acima de 80 anos, mais da metade do total de internações entre 1998 a 2014 (21.115 internações). De modo geral, os meses representativos do inverno, que havia apresentado maior ocorrência de ondas de frio, também apresentaram maior número de internações, principalmente o mês de julho, com uma média superior a 200 internações. Por fim, os resultados indicam que não é apenas a temperatura (onda de frio) a principal responsável pela deflagração de enfermidades respiratórias. Concluiu-se a necessidade de se abordar os conceitos de eventos extremos e vulnerabilidade para uma análise socioespacial da produção das doenças respiratórias, onde os elementos climáticos consistem em apenas um fator para a deflagração dessas doenças.
Urban climatology and environmental justice frequently share the same research site: the city. However, they study urban areas in distinct ways.Urban climatology has contributed to a better understanding of the urban boundary and canopy layer climates by embracing a broader and deeper investigation of the atmospheric and climatic specificities of the cities. Environmental justice has contributed a better understanding of how the poor and people of color are disproportionally affected by environmental problems. I argue here that we need both fields to fully understand urban climates because they are shaped both by legacies of colonialism, and race, gender, and class, and by the particularities of urban energy budgets and the variation in intra-urban air quality and thermal-hygrometric characteristics they drive. Critical physical geography can provide important analytical, theoretical, and methodological tools to help urban climatologists and environmental justice scholars work together toward the goal of social and environmental transformation.
O objetivo do artigo foi analisar as relações entre a ocorrência de ondas de calor e ondas de frio e as ilhas de calor de superfície no município do Rio de Janeiro - RJ. As ondas foram definidas a partir da duração mínima de três dias consecutivos, com temperaturas superiores (inferiores) aos percentis 95 (5%), para as ondas de calor (frio). Dados de temperatura média diária de sete estações no município foram coletados e sistematizados, entre 2015 e 2019. Quanto às ilhas de calor de superfície, foram empregadas cenas do satélite Landsat 8, em dois momentos representativos do verão e do inverno. Foi identificada maior frequência de ondas de calor na estação de Irajá, que também apresentou a segunda maior frequência de ondas de frio. No caso desta última, foi observada maior frequência na estação Santa Cruz, área próxima à linha de costa e posicionada numa zona de entrada de sistemas frontais. Nesse sentido, não apenas a ilha de calor superficial, mas outros fatores geográficos também foram relevantes para a geração das ondas, como a altitude, posição e proximidade da linha de costa.
RESUMO:As metrópoles brasileiras caracterizam-se pela conflituosa relação entre os grupos sociais e as dinâmicas da natureza. No caso das chuvas, essas influências se dão através dos diferentes totais de precipitação que, não necessariamente elevados, podem deflagrar variados transtornos. Nesse contexto, o artigo tem como objetivo identificar os sistemas atmosféricos deflagradores de excepcionalidades climáticas e as suas diferentes ocorrências no espaço urbano. As excepcionalidades foram definidas em dois eixos: o primeiro, referente aos totais pluviométricos superiores a 20mm em 24h, denominados eventos extremos. O segundo, dos eventos que deflagraram impactos relacionados ao espaço urbano -chamados episódios extremos. Foram utilizados dados de 32 postos pluviométricos da Rede AlertaRio (1999)(2000)(2001)(2002)(2003)(2004)(2005)(2006)(2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012), dispostos a cada 15 minutos e agrupados em totais mensais e anuais, através do software Microsoft Excel 2013. Foram extraídos cinco anos-padrão e, no interior deles, analisados os dias nos quais ocorreu o limiar de 20mm/24h (excepcionalidade). A localização dos episódios se deu pela identificação dos bairros noticiados no Jornal O Extra. Aproximadamente 65% das excepcionalidades foram desencadeadas pela Frente Polar Atlântica. Caso considere-se os sistemas associados e/ou gerados pela FPA, o percentual chega a 85%. Nem todo evento extremo deflagrou episódios extremos. A intensidade das chuvas não foi determinante para a ocorrência de repercussões, mas sim a natureza dos lugares.Palavras-chaves: Eventos extremos; Episódios extremos; Excepcionalidades; Geografia do Clima; Rio de Janeiro. BETWEEN EVENTS AND EPISODES: CLIMATIC RHYTHM AND EXCEPTIONALITIES TO A GEOGRAPHY OF CLIMATE APPROACH IN RIO DE JANEIRO CITYABSTRACT: Brazilian metropolises are characterized by a conflictive relationship between social groups and natural dynamics. In rainfall case, these influences take place through different precipitation levels which not necessarily high can trigger disturbances. This article's main goal is to identify the atmospheric systems that trigger climatic exceptionalities and analyze their different occurrences in urban space. The exceptionalities were defined about two axes: first related to rainfall levels above 20mm in 24h, defined as extreme events. Second events which triggered impacts related to urban space -defined as extreme episodes. Rainfall data from 32 AlertaRio's rain gauges (1999)(2000)(2001)(2002)(2003)(2004)(2005)(2006)(2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012) were used, organized in 15-minutes data grouped in monthly and annual totals. 5 standard years were extracted and its extreme days analyzed. The extreme episodes' localization was given by neighborhood reported in O Extra. About 65% of the exceptionalities were triggered by Atlantic Polar Front. Considering associated systems or those generated by Atlantic Polar Front, the values can reach 85%. Not every extreme 1 Este artigo é resultado da dissertação de mestrado, defendida no ano d...
RESUMO Este texto foi desenvolvido a partir da indagação quanto ao "lugar de estudo quando da elaboração da monografia de conclusão de graduação em licenciatura em Geografia na UERJ/FFP, no ano de 2011, intitulada "A Geografia Fiśica contemporânea no Brasilem busca das gêneses das abordagens integradoras". O conceito de "lugar" foi incorporado e compreendido como espaço de identidade e pertencimento, no qual o pesquisador é influenciado pela interlocução com outros cientistas que aprofundam e enriquecem o debate. Assim, a "caracterização da área de estudo"capítulo exigido naquela etapa do trabalho-se apresentou como um desafio, posto que o "lugar" referido naquele momento se encontrava na dimensão subjetiva. Nesse sentido, as presentes notas buscam explicitar as influências de minha vivência geográfica enquanto estudante de graduação de Geografia da FFP/UERJ nas pesquisas realizadas sobre a Geografia Física e na construção de minha concepção de Geografia.
Physical-natural, economic, social, and spatial factors constitute processes that, when associated, form and give meaning to the spatial complexity of the Metropolitan Region of Rio de Janeiro, configuring it as a susceptible and vulnerable space to the occurrence of climate exceptionalities. Thus, this paper aims to analyze the spatial and temporal variability of extreme precipitation events in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro. Daily data regarding 48 rainfall stations were used: 40 stations in a series from 2008 to 2019 and 8 stations concerning the period between 1970 and 2019. The percentile technique was used to establish standard years (1, 10, 90, and 99 percentile) and to define the extremes (99th percentile). The R software was used to perform autocorrelation tests, to extract the RX1Day and RX5Day indices, and to perform the Mann-Kendall, Pettitt, and Sen's Slope tests. The influence of altitude, slope orientation, and sea level was verified on the spatial distribution of precipitation and extreme events.The years with the highest occurrence of extremes, as well as concentrated and persistent events of greater magnitude, are identified as rainy and extremely rainy, namely 1988 e 2009. 90% of extremes occur in the rainy season, especially during December, January, and March. However, April manifests extremes of a greater magnitude. Four stations with negative and two with positive trends were identified.
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