Este artigo analisa os processos interativos decorrentes do contato entre culturas, surgidos a partir da constituição do Império Romano e conhecidos de forma ampla sob a denominação de romanização. Objetivamos compreender a dinâmica do "projeto imperial" através do controle político das províncias a partir dos estudos de caso da Africa Proconsularis e da Britania. Para tanto, escolhemos examinar a cooptação imperial da elite local com a formação de uma hierarquia de identidades, no primeiro caso, e a reorganização dos sistemas de assentamentos com a construção do território, no segundo.
Este artigo tem como objetivo demonstrar que os calendários romanos foram uma construção cultural e que sua elaboração reforça a idéia de que desde o início do período republicano, a autoridade política estava implícita no exercício do patronato.
O culto imperial é um valioso objeto de análise para se perceber a conexão entre religião, a política e o poder numa sociedade imperialista. Desta forma, se constitui num campo de experimentação que estimula e permite o diálogo e, consequentemente, a reflexão comparativa sobre as especificidades e diferenças que marcaram a trajetória histórica dos impérios agrários 1 .A maioria das cerimonias e rituais vinculados aos monarcas nas sociedades imperiais eram organizadas e custeadas pelas elites governantes e celebrados nos centros de poder. Contavam com a presença do monarca e não apresentam um caráter regular. Diferentemente, na sociedade romana não havia nenhum tipo de cerimônia, como por exemplo, uma coroação, na qual o imperador atuasse diretamente, nem havia um ritual que exaltasse o seu papel e status religioso. O culto imperial foi forjado, através de uma linguagem religiosa como uma prática cultural especificamente romana, cujo objetivo era representar a posição onipotente do imperador, como restaurador do mundo romano e fiador da paz. Era celebrado por colégios sacerdotais específicos, na ausência do imperador e apresentou uma base regular e institucional em todas as regiões que formavam o Império Romano.Logo, o culto imperial concebido como um "transcrito público" 2 se constitui num valioso experimento de pesquisa para se observar a diversidade, a pluralidade, a singularidade dos rituais de poder existentes nas sociedades imperialistas.
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