Com o álbum Music in exile (2015), o grupo malinês Songhoy Blues adentrou espaços midiáticos geralmente ocupados por artistas associados à música massiva. A partir da Semiótica da Cultura, o objetio é analisar como as dinâmicas do disco, suas fronteiras semióticas, produzem diferença na memória oficial da música pop nas mídias. As contribuições da crítica pós-estrutural e pós-colonial buscam o sentido político das hibridizações, que inscrevem significados diaspóricos e alternativos. Music in exile é elaborado nos agenciamentos das mesclas dos gêneros musicais, geralmente centralizados no Ocidente, e assim reorganiza as identidades musicais.
Resumo O artigo analisa peças musicais de DJs experimentais a partir de duas categorias relacionadas à semiótica da cultura: semiosfera e suas fronteias; e memória da cultura, desenvolvidas pelo semioticista russo I. Lotman. São discutidas as características da música eletrônica de pista, seus subgêneros e as diferenças colocadas em experimentações produzidas por esses DJs. O corpus de análise é formado por composições de três artistas: DJ Tudo, Psilosamples e Dandara. A argumentação e a análise demonstram a efetividade dessas duas categorias para o entendimento das dinâmicas produtiva e criativa desse tipo de trabalho que destoa do mainstream da música pop eletrônica.
ResumoConstantes transformações demográficas, sociais e ambientais vêm favorecendo o aparecimento de novas doenças e a reemergência de outras. O aprendizado sobre essas é fundamental para os estudantes dos cursos da saúde. O objetivo deste artigo foi identificar de que maneira a utilização de um jogo produzido por seis alunos de graduação do curso de Medicina, o qual foi inspirado na brincadeira infantil denominada "queimada", pode contribuir no ensino e na aprendizagem sobre principais pulgas e doenças por elas transmitidas. Essa prática, a qual foi vivenciada em uma quadra poliesportiva, proporcionou um aprendizado mais divertido e prazeroso para a construção ativa de conhecimento.
O movimento punk inglês produziu rompimentos com o rock mainstream da indústria fonográfica, mas após algum tempo, sua estética se estabeleceu como fórmula cristalizada. No álbum Sandinista! (1980), a banda inglesa The Clash se afasta dessa rigidez musical ao movimentar-se para as fronteiras, em contato com outras culturas e seus agenciamentos textuais. Essa mudança é um aspecto fundamental na construção da linguagem híbrida do disco que difere dos moldes identitários do punk rock. Com base nos Estudos Culturais e na Semiótica da Cultura, este artigo visa demonstrar como o grupo propôs uma arte de fronteira musical e política com o chamado Terceiro Mundo, usando textos (dub, jazz, soul, hip hop, calypso) geradores de uma semiótica que difere do regime significante (DELEUZE; GUATTARI, 1995) do punk britânico.
Resumo A organização da música pop recorre ao termo world music para classificar produções não aderentes ao núcleo Europa/Estados Unidos. Este trabalho propõe três eixos de discussão sobre o uso do world music: a) revisar textos sobre o tema; b) identificar desigualdades narrativas históricas, de âmbito global, que o permeiam; c) análise empírica das obras de três artistas com base na Semiótica da Cultura e contribuições de linhas pós-estruturalista e decolonial para repensar o world music e sua função de forma estética.
Este artigo visa compreender como gêneros de música pop expandem suas fronteiras através de processos de diferenciação, principalmente na atualização de sua diversidade timbrística. O timbre é uma qualidade sonora que opera afetivamente, forçando diferentes corpos sonoros a se misturarem entre si. Afecções desta ordem podem ocorrer, por exemplo, nas canções de artistas que arranjam seus instrumentos musicais e demais equipamentos de forma atípica. Observamos a relação entre estes agentes a partir da Teoria das Materialidades da Comunicação. Além disso, entrelaçamos a Semiótica da Cultura com as Teorias do Afeto para compreender as processualidades dos encontros culturais e semânticos fronteiriços, acionados nas afecções dos timbres. Como exemplo prático, observamos o caso do pós-punk com a banda brasileira Rakta, e do world music com o conjunto congolês KOKOKO!, de modo a contribuir no entendimento das dimensões políticas do timbre. O artigo ainda pretende repensar as relações políticas e os enfrentamentos sonoros provocados no contexto do Sul Global.
Este artigo versa sobre o uso das técnicas do sampling e do remix como parte dos processos criativos na música eletrônica que, em determinados casos, trazem memórias e identidades musicais dos DJs (disc-jóqueis). Por meio dos Estudos Culturais, a presente pesquisa investiga o hibridismo nas produções musicais de quatro DJs brasileiros: KL Jay (Racionais MC’s), Alfredo Bello (DJ Tudo), Luana Hansen (DJ e MC) e Rodrigo Gorky (Bonde do Rolê e Fatnotronic) – cujas subjetividades são percebidas nos sampleamentos e/ou remixagens. A ideia é compreender como a memória musical proporciona ao disc-jóquei determinados elementos que articulam hibridismos na linguagem musical. O sampling e as técnicas de remixagem oferecem a esses DJs meios de reforçar a diversidade musical nas mídias. Dessa forma, o aspecto fugidio das identidades desses artistas, que opera nas substâncias híbridas de suas canções, subverte padronizações e discursos hegemônicos na cultura midiática.
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