<p>Este artigo discute aspectos cognitivo-interacionais relacionados a uma subclasse de construções de estrutura argumental: a <em>Construção Transitiva</em>. Alinha-se teoricamente à Linguística Funcional Centrada no Uso que abriga a concepção de que as línguas são moldadas pela complexa interação de princípios cognitivos e funcionais. A partir da análise de dados empíricos, a pesquisa conclui que a Construção Transitiva é altamente esquemática e produtiva, em termos de <em>types </em>e de <em>tokens</em>, o que justifica o alto número de verbos licenciados por essa construção, e atesta que a aproximação ou afastamento entre as instanciações são motivados preponderantemente por propriedades semânticas.</p>
Este trabalho discute aspectos relacionados ao ensino e aprendizagem de gramática no âmbito da Educação Básica na região do Seridó, no estado do Rio Grande de Norte (RN). Para isso, objetivou mapear as discussões e percepções acerca do ensino de gramática oriundas de dissertações produzidas no âmbito do Programa de Mestrado Profissional em Letras. Teoricamente, o estudo baseia-se nas discussões de Travaglia (2002), Antunes (2003), Faraco (2006), Neves (2010), Bispo e Silva (2011), Vieira e Brandão (2019), dentre outros. Os resultados obtidos demonstram que, apesar dos avanços quanto à abordagem do fenômeno gramatical nas aulas de língua portuguesa, percebe-se, ainda, uma dificuldade de atrelar a reflexão gramatical às práticas de leitura e produção de textos.
O contexto pandêmico ocasionado pela Covid-19 trouxe consigo diversos desafios para a sociedade, em especial, no âmbito da educação em todos os níveis. Das mudanças nas relações interpessoais à gerência de um modelo de ensino aliado as tecnologias da informação e comunicação (TICs), o ensino presencial migra para a dimensão educacional remota que surge como uma estratégia educacional temporária, a fim de dirimir o impacto que a crise de saúde pública impõe. Por consequência, essa estratégia tem permitido a reflexão sobre as práticas educacionais e sobre o processo de ensino-aprendizagem em um contexto de isolamento social sem data certa para acabar. Nessa linha, neste trabalho, objetivamos relatar uma experiência desenvolvida na esfera do Ensino Superior, na graduação em Letras, a partir do componente curricular “Elementos de Morfologia e Sintaxe da Língua Portuguesa”, ofertado na modalidade presencial e adaptado à forma remota de ensino no ano de 2020. Diante disso, realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa em que se busca discutir a experiência vivenciada no Ensino Superior nesse contexto de ensino remoto. Concluímos que o formato remoto não substitui a vivência cotidiana presencial, mas pode ser uma experiência significativa, sobretudo, quando o trabalho envolve a cooperação entre os sujeitos.
Resumo: Com base no quadro teórico da Linguística Funcional Centrada no Uso e na Gramática de Construções, este artigo analisa um tipo de relação de herança, os elos de polissemia, em tokens da construção transitiva. A partir do exame de dados empíricos, discute que os falantes estendem o significado básico dessa construção, que se atrela a uma cena transitiva prototípica, para abarcar outros tipos de eventos que se afastam do protótipo. Desse modo, a forma é pareada com sentidos diversos, evidenciando polissemia construcional.Palavras-chave: Linguística Funcional Centrada no Uso. Gramática de Construções. Construção transitiva. Relações de herança. Polissemia.
considerações iniciaisUma língua sem polissemia seria realmente um sistema não só excessivamente pesado, com um número incomensuravelmente superior de formas, como inevitavelmente estático, funcional apenas num mundo sem variação nem inovação. A polissemia é, pois, uma realidade natural, conceptual e linguisticamente necessária (SILVA, 2006, p. 1).
Este artigo tem como objetivo revisitar e discutir aspectos teórico-metodológicos relacionados à prática de análise linguística em sala de aula. Para isso, aborda problemas da tradição gramatical normativo-prescritiva na escola, confrontando-os com as investigações linguísticas atuais que propõem o estudo reflexivo dos fenômenos gramaticais e concebem a análise linguística como instrumento de apoio para as práticas de leitura e de produção de textos. Para tanto, apresenta um exemplo de experiência didática ancorada na análise linguística, a fim de fomentar a discussão sobre as possibilidades pedagógicas a partir da reflexão gramatical. PALAVRAS-CHAVE: Gramática normativo-prescritiva. Análise linguística. Prática pedagógica.
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