O objetivo deste estudo é examinar, no poema “Do antológico bêbedo” que compõe “Reamanhecer”, segunda parte do livro Amanhecência (1974), de Stella Leonardos, as relações entre leitura/escritura no exercício metapoético de apropriação de poemas de expressão modernista da literatura brasileira. Como fundamentos teóricos para a análise, destacamos os estudos de Maciel (1999) sobre a “poesia crítica”; Blanchot (1987) no que se refere ao estatuto do pensamento poético; além de Collot (2004) sobre o “sujeito lírico fora de si”.
O presente artigo procura apontar um princípio de alteridade presente na subjetividade lírica de As flores do mal, especialmente, no poema “LXXXVII O SOL”. Para tanto, daremos ênfase à imagem poética do sol como “o outro” do sujeito lírico, como dispositivo que o lança ao “fora de si”, encaminhando-o à experiência do cotidiano, a partir dos estudos de M. Collot (2006), que dizem respeito à compreensão da alteridade na poesia moderna e contemporânea.
Resumo: este artigo tem como objetivo investigar a poesia de Orides Fontela como espaço de afecções e de sensações capazes de ilustrar, na materialidade textual, também uma espécie de teoria de criação e de desenvolvimento da subjetividade poética. Para a análise dos poemas, as concepções de “matéria-emoção” e de sujeito lírico fora de si, de Michel Collot, são nucleares para que se entenda a lógica compositiva dos textos. Ao lançar-se ao fora de si, o sujeito se imbrica no mundo, e dessa relação afetiva insurge a matéria-emoção, isto é, um espaço de fruição poética em que sujeito e mundo são densidades recíprocas, imbricadas e sem hierarquias. Palavras-chave: Orides Fontela; matéria-emoção; subjetividade; sensação; poética.Abstract: this article aims to investigate Orides Fontela’s poetry as a space of affections and sensations capable of demonstrating in textual materiality a theory of creation and development of poetic subjectivity. Therefore, through the analysis of the poems, the conception of “matter-emotion” and the “lyrical subject outside himself”, by Michel Collot, are nuclear for understanding the compositional logic of the texts. Through these concepts, both subject and world are imbricated and form this affective relationship matter-emotion emerges, namely, a space of poetic fruition whereby subject and world are reciprocal and imbricated densities without hierarchies.Keywords: Orides Fontela; matter-emotion; subjectivity; sensation; poetic.
Resumo Este trabalho tem por objetivo analisar o estatuto ontológico da linguagem poética, fundamentada por um ritmo singular, a partir da apreciação de dois poemas de Orides Fontela: “Gênesis”, publicado em Helianto, de 1973; e “Antigênesis”, em Rosácea, de 1986. Para tanto, lançaremos mão das considerações de Henri Meschonnic (2006) e de Paul Valéry (2007) no que diz respeito à formalização dos poemas enquanto objetos escriturais genuinamente críticos da linguagem, de si mesmos e do mundo.
RESUMO O objetivo deste estudo é examinar, no poema Da bomba que compõe Reamanhecer, segunda parte do livro Amanhecência (1974), de Stella Leonardos, as relações entre leitura/escritura no exercício metapoético de apropriação do poema A bomba, de Carlos Drummond de Andrade. Tal reescritura metapoética opera por meio do pensamento analógico, em que se esboça a figura do poeta crítico em sua relação com a tradição. Neste movimento duplo, fundamentado no deslocamento do sujeito lírico para fora de si, advém a nossa hipótese de pesquisa: a de um singular livro-antologia no qual a poeta se apropria dos poemas com os quais dialoga por meio de dois procedimentos: o de expansão, gerador do canto paralelo, e o de redução, em que a glosa das epígrafes é recurso chave.
Orides Fontela’s poetry, when establishing intertwined relationships between the subject and the real, asks for a conception of lyricism that brings together, in an exemplary manner, an apparent opposition between emotion (usually linked to lyrical poetry) and matter (commonly related to objectivity). A kind of “tacit conflict”, found in a system of differences, objective lyricism would allow for such axes to engage in a constant game of forces, in which the notion of lyrical subjectivity is reformulated by a movement that throws it out, to an out-of-itself position, thus displacing it from its inwardness, leading it to discover the world as alterity and to becoming an Other to itself.
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