The current context of intense social, economic and political transformations has contributed to changes in the health profile of the population and generated discussions about the impact of these changes on the reorganization of society. At the present moment, the increase in non-communicable illnesses and diseases raises major concerns about the paradox of malnutrition and obesity. Based on an in-depth reading and interpretation of texts, documents and databases, this article discusses issues related to nutrition, considering the dimensions of shortages and excesses, the evolution of nutrition over time, and the connection with the new epidemiological trend. We begin with a conceptual characterization, the historical background and the anthropological connections with the guiding theme of the article. We then describe the prevalence, distribution and secular trend of malnutrition and obesity, as well as the temporal relationship with the new epidemiological trend in Brazil within a context of development and inequalities. Finally, we reflect on the issue of (mal)nutrition in post-modernity, the new interests at stake in the health-disease process, as well as international experiences and strategies of partnerships designed to overcome these problems. We conclude by discussing some current advances and challenges in relation to the complexity and speed of contemporary changes.
RESUMO Objetivo: Determinar a prevalência do excesso de peso e fatores associados em mulheres em idade reprodutiva no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Métodos: Estudo transversal com 322 mulheres, conduzido entre os meses de janeiro e abril de 2013 através de busca ativa nos domicílios. O estado nutricional foi classificado pelo índice de massa corporal para as maiores de 18 anos e pelo índice de massa corporal/idade para as adolescentes. A variável dependente foi o excesso de peso (sobrepeso/obesidade) e os fatores associados (variáveis independentes) foram: as condições socioeconômicas e demográficas (idade, escolaridade, alfabetização, trabalho remunerado, classe econômica, condição de segurança alimentar e nutricional, número de pessoas no domicílio, condições de saneamento básico, piso, teto, número de cômodos e de dormitórios), comportamental (prática de atividade física) e história reprodutiva (menarca, número de gestações e método contraceptivo). A regressão de Poisson foi utilizada para a análise dos fatores associados ao excesso de peso. Resultados: A prevalência de excesso de peso nas mulheres foi de 60,9%. O modelo regressão mostrou que a idade (20-39 anos: razões de prevalências 1,84 intervalo de confiança 95% 1,04-3,24; ≥40 anos: razões de prevalências 2,20; intervalo de confiança 95% 1,18-4,08) e a idade da menarca (≤13anos: razões de prevalências 1,37; intervalo de confiança 95% 1,03-1,82) se associaram ao excesso de peso. Conclusão: A prevalência de excesso de peso representou quase dois terços da população estudada e esteve associada com a maior idade cronológica e a menor idade da menarca, o que corrobora outros resultados da literatura científica.
To assess the evolution in prevalence, awareness and control of hypertension for over 10 years in Pernambuco State, Northeast Brazil, two cross-sectional studies were conducted based on random samples of households in urban and rural areas, in 2006 and 2015/2016, involving adults aged 20 years or older. Hypertension was defined as systolic blood pressure of at least 140mmHg or diastolic blood pressure of at least 90mmHg as well as the reported use of antihypertensive medication. A logistic regression analysis was conducted to estimate the influence of the social, behavioral and anthropometric determinants on hypertension. Although social and behavioral factors improved in this 10-year period, overweight and abdominal obesity increased. Approximately one third of the adult population of Pernambuco had hypertension in 2006 and this prevalence was maintained in 2015/2016. In rural areas, awareness concerning hypertension rose from 44.8% in 2006 to 67.3% in 2015/2016, and control from 5.3% to 27.1%, so that awareness and control were similar in urban and rural areas in 2015/2016. After an adjustment for potential confounding factors, the likelihood of having hypertension more than doubled among men (OR = 2.03; p < 0.001), middle (OR = 4.41; p < 0.001) and old-age subjects (OR = 14.44; p < 0.001), and those who had abdominal obesity (OR = 2.04; p < 0.001) in urban areas and among middle-aged (OR = 2.56; p < 0.001), less educated individuals (OR = 2.21; p = 0.006) and those who were overweight (OR = 2.23; p < 0.001) in rural areas. Despite the favorable evolution in the management of hypertension in Pernambuco, public health measures focused in vulnerable populations are still required, mainly in rural areas, to improve primary prevention and decrease the disease rate.
Analisar a prevalência e os determinantes socioeconômicos associados às DCNT em adultos no estado de Pernambuco, em 2015/2016. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 1019 adultos, baseado na IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. Analisaram- se possíveis associações das DCNT com fatores, por meio de Regressão de logística, considerando-se como estatisticamente significantes aqueles com valor de p < 0,05. A prevalência de DCNT foi de 62,5%, sendo maior entre os homens (68,1%), com aumento progressivo a partir da faixa etária de 30-39 anos, entre aqueles com menor grau de instrução (80,2%), de raça branca (69,1%) e que não recebiam bolsa família (70,1%). No modelo multivariado, as variáveis associadas à DCNT foram: sexo, idade, escolaridade, raça e bolsa família. Observou-se uma elevada prevalência de pelo menos uma DCNT e associação significativa com as variáveis socioeconômicas: baixa escolaridade, raça branca e não receber bolsa família. Estes resultados sugerem a necessidade de se intensificar as ações voltadas para os determinantes socioeconômicos, sobretudo em populações mais vulneráveis, com vistas ao seu melhor controle das DCNT.
Objetivo: Analisar a prevalência e os determinantes socioeconômicos do diabetes mellitus em adultos no estado de Pernambuco, Nordeste brasileiro, em 2015/2016. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 1019 adultos, baseado na IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição. A variável dependente foi definida considerando diabéticos aqueles com glicemia de jejum ≥126mg/dl ou que referiram o seu diagnóstico durante entrevista. Analisou-se possíveis associações do diabetes com determinantes socioeconômicos, por meio de regressão multivariada de Poisson, considerando-se como significantes aqueles com valor de p<0,05. Resultados: A prevalência de diabetes foi de 10,8%, sendo maior entre as pessoas com menor escolaridade (19%), aposentados (23%), que não recebiam bolsa família (14,1%) e que apresentavam destino de dejetos (15,9%) e abastecimento de água (15,8%) ofertados de forma irregular. No modelo multivariado as variáveis socioeconômicas associadas ao diabetes foram: escolaridade, ocupação, bolsa família e abastecimento de água. Conclusão: O estudo revelou elevada prevalência de diabetes em grupos com condições de vida mais precárias e não beneficiários do bolsa família, reforçando a urgência de políticas sociais estruturantes para o enfrentamento de agravos crônicos.
Objetivo: Analisar os fatores associados à adesão à farmacoterapia em usuários hipertensos, assim como sua relação com o controle pressórico. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, baseado nos dados do estudo RedeNut, conduzido na Estratégia Saúde da Família nos municípios polos das macrorregiões de saúde de Pernambuco, em 2015-16. Foram sorteados 404 usuários acima de 20 anos. O escore de adesão baseou-se num instrumento validado para este fim, o Brief Medication Questionnaire. Resultados: A amostra analisada foi de 339 hipertensos, sendo 68,4% mulheres. 48,8% tinham a pressão controlada e 45,4%, eram hipertensos e diabéticos. 60% dos hipertensos foram considerados aderentes ao tratamento farmacológico. Na análise multivariada, as variáveis associadas, positivamente, à adesão foram, a idade (OR=1,028; p=0,021) e a renda familiar mensal (OR=2,147; p=0,060), e negativamente, a politerapia antidiabética (OR=0,270; p=0,010) e a dificuldade em tomar vários medicamentos (OR=0,357; p=0,038). Conclusão: Os resultados demonstraram que os fatores socioeconômicos e demográficos, bem como os relacionados à farmacoterapia e algumas limitações dos usuários, influenciam na adesão ao tratamento farmacológico. Recomenda-se, assim, a adoção de estratégias para aprimorar a adesão.
Resumo O objetivo deste artigo é descrever os principais componentes dos sistemas alimentares de Brasil, Colômbia e Panamá. Revisão narrativa de literatura dos anos 2000 a 2022, ancorada no conceito de sistemas alimentares do Comitê de Segurança Alimentar Mundial. Nos três países, predomina um sistema de produção agroindustrial, monocultura, uso de agrotóxicos e exploração dos recursos naturais. A área ocupada por produtores familiares é reduzida. As redes multinacionais de supermercados dominam a distribuição dos alimentos, essencialmente nos grandes centros urbanos, apesar da crescente busca por modelos alternativos. Nota-se avanços na regulamentação da rotulagem de alimentos (Colômbia e Brasil) e na tributação de bebidas açucaradas (Panamá). Os sistemas alimentares predominantes nesses países geram importante e negativo impacto ambiental, favorecem o consumo de alimentos ultraprocessados, a elevada prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis e o aumento da fome, violando o direito humano à alimentação adequada.
Caracterizar os esquemas terapêuticos anti-hipertensivos e suas associações, usados pelos hipertensos cadastrados na Estratégia Saúde da Família dos municípios polos das macrorregiões do estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal descritivo e analítico, realizado numa amostra aleatória de hipertensos. Dos 334 hipertensos participantes do estudo, 144 tinham diabetes. A maioria (62,27%) residia em Recife e era do sexo feminino (68,56%). A idade média dos entrevistados foi de 64,1 ± 13,0 anos. Mais de 50% referiram o uso de diuréticos, sendo predominante o uso da hidroclorotiazida. Este grupo foi o mais presente em politerapia, enquanto os bloqueadores dos receptores de angiotensina, representados por losartana (34,45%), e os inibidores da enzima conversora de angiotensina (30,25%) eram mais usados em monoterapia; observou-se em Recife uma maior utilização dos últimos, enquanto nos polos do interior privilegiava-se os primeiros. Predominou a politerapia com dois anti-hipertensivos e a maioria das associações estava condizente com as diretrizes nacionais e internacionais. Foram identificadas algumas associações inadequadas, como de inibidor da enzima conversora de angiotensina com bloqueador dos receptores de angiotensina. O estudo ampliou o conhecimento dos esquemas de tratamentos anti-hipertensivos utilizados na atenção primária numa amostra representativa de uma população com vulnerabilidades socioeconômicas, numa área em que informações e observações ainda são escassas. O confronto entre prática real e recomendações visa favorecer a escolha adequada da farmacoterapia, sabendo que o controle pressórico é essencial para evitar a ocorrência de complicações.
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