Este ensaio discorre acerca da relação entre pesquisa etnográfica e emoções a partir de um compilado de práticas que envolveram uso de imagens em campo, de registros fotográficos de interlocutores e um fazer afetivo em torno de tais lembranças aplicado à técnica da fitotipia. Neste sentido, o trabalho localiza o entroncamento de afetoe pesquisa, corroborando os estudos sobre etnografia, antropologia e imagem como espaço contínuo e estendido à esfera-ofício da pesquisa e circulação.Abstract: This essay discusses the relationship between ethnographic research and emotions from a compilation of practices that involved the use of field images, photographic records of interlocutors and an affective make around such memories applied to the technique of phytotyping. In this sense, the work locates the connection of affection and research, corroborating the studies on ethnography, anthropology and image as a continuous space and extended to the sphere of trade of research and circulation.
Pensado e costurado em tempos adversos, que impuseram reconfigurações nos mais variados âmbitos de nossas vidas, este novo volume da PROA é fruto do esforço e da persistência de um grupo de discentes, pós-graduandxs em antropologia e outras áreas, por manter vivo um espaço voltado aos diálogos contemporâneos entre as Artes e a Antropologia, difundindo gratuitamente o trabalho de tantos pesquisadores. Esse esforço é também um ato de resistência, uma vez que se insere em um cenário no qual assistimos cotidianamente ao desmonte sistemático das políticas públicas e das instituições que amparam nossa atuação, sejam elas as instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão; sejam aquelas ligadas ao fomento e à manutenção do setor cultural; sejam aquelas das áreas da saúde e ambiental, que impactam tão profundamente nossas vidas, hoje e amanhã. As Artes e a Antropologia, confrontadas também com essa complexa e desafiadora conjuntura, não apenas sofrem seus impactos, mas também respondem a ela por meio de expressões potentes e singulares.
O objetivo deste texto é, a partir de três imagens, que chamo de obras, por seu caráter discursivo, problematizar o vínculo entre duas populações-símbolo, plantas daninhas e pessoas em situação de rua, por meio de um vinco em comum: não quisto. O texto busca compreender o encontro dessas fontes discursivas como elaborares sobre espaço e disputas, contemplando um diálogo sobre cidade nas suas variadas dimensões no que refere a convívio, desigualdade e territórios morais.
Este ensaio visual, ao tomar certos muros como anúncios de evocações, se propõe como diálogo entre índices de memória argentina. Atenta-se a um conjunto de manifestações artísticas e culturais (DIOGENES, 2020) como parte de um campo de linguagem e visibilidade relacionados a apropriação de espaço público (CAMPOS, 2012). Transcorreu de um processo de pesquisa que se emaranhou a um índice de significação comum (BOSI, 2012) com o próprio percurso deste ensaio: aproximar-se de lugares e de uma discussão sobre memória.
Este ensaio visual, oriundo de um percurso em torno de museus penitenciários, visa articular a vizinhança entre as duas instituições: o Museu Penitencário António Ballve e a Fundação Mercedes Sosa, ambos em Buenos Aires e instituições vizinhas. Contemplando os campos museológico e de memória, a contar de fragmentos da desativação do museu penitenciário, as frestas entre esta instituição e o espaço memorial da cantora possibilitaram registrar imagens desta relação e apresentar uma narrativa visual sobre museus penitenciários como instituições de processamento social frente às instituições penitenciárias e de memória.
O ensaio parte de dois feixes analíticos, um mais geral e circunscrito ao saber antropológico, sob o diálogo entre arte e antropologia, calcado através da trajetória de Mário de Andrade e os seus efeitos, os diálogos, ações e práticas que verberaram nas gerações sucessoras de antropólogas e antropólogos. O segundo enquadramento localiza as trajetórias de antropólogas, atrizes/atores, pesquisadores e docentes que se vincularam à Unicamp nos anos de 1970 e 1980, através das contribuições da relação entre arte e antropologia para o saber antropológico. Nesse sentido o ensaio e a exposição, realizada no âmbito das comemorações dos 50 anos de criação do Programação de Pós-Graduação em Antropologia Social, se voltam para o momento que em que as coisas e as ideias ganham sentido, através de uma imaginação cultural.
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