Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico e clínico dos casos de HIV/Aids e associar este perfil com a mortalidade. Método: Estudo transversal, realizado com dados das fichas de HIV/Aids do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação, de 2007 a 2019. Foi realizada análise de taxa de detecção de casos de HIV/Aids e calculada a razão de chances. Resultados: Dos 3.113 casos notificados, prevaleceram homens (72,3%), faixa etária entre 30-59 anos (60,9%), com ensino médio completo (39,5%) e raça/etnia branca (67,3%). Houve aumento do percentual de homens (p<0,001), diminuição da idade média (p=0,012) e diminuição do percentual de óbito (p<0,001). Indivíduos do sexo masculino, mais velhos, com menor escolaridade, heterossexuais e com infecções oportunistas apresentaram maior chance de óbito (p<0,05). Conclusão: A associação entre baixa escolaridade e óbito demonstra a necessidade de educação em saúde de modo simples. A maior mortalidade em homens reforça a importância de políticas direcionadas a esse público.
Objetivo: Verificar a associação entre as características demográficas e clínicas com o grau de incapacidade física no momento do diagnóstico e alta do tratamento de hanseníase. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, analítico exploratório, de base populacional, utilizando dados secundários de casos de hanseníase ocorridos entre os anos de 2009 a 2017, extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, conduzido em um município do norte do Paraná. Resultados: Constatou-se que 70,4% dos casos novos notificados com hanseníase foram identificados com incapacidade física no momento do diagnóstico, sendo o sexo masculino (p=0,02) e o tratamento padrão da poliquimioterapia (p<0,01) estatisticamente significantes para o desenvolvimento do grau de incapacidade física (GIF) no momento da alta, considerando o GIF no diagnóstico. Conclusão: A evolução para incapacidades físicas na hanseníase reflete a qualidade dos serviços de saúde em relação a precocidade do diagnóstico e início do tratamento, sendo a Atenção Primária à Saúde a principal porta de entrada para este fim.
Objetivo: analisar a relação espacial por meio do georreferenciamento e tendência temporal dos casos confirmados das PVHIV e/ou com diagnóstico de AIDS em um município do Sul do Brasil. Metodologia: Estudo ecológico, com população composta pelos casos de HIV/AIDS notificados entre 2007 e 2018. Na análise espacial empregou-se a autocorrelação espacial de Moran global, seguida pelos indicadores locais de autocorrelação espacial, análises de Moran bivariadas e de densidade de Kernel. A associação entre a distribuição dos casos nos setores censitários foi avaliada pela técnica de análise de variações espaciais nas tendências temporais, para detectar e inferir diferenças em sua tendência temporal frente ao agravo. Os dados foram processados e demonstrados através de mapas. Resultados: Observou-se aumento progressivo da infecção no período. No mapa dos aglomerados dos casos, verificou-se que o ambulatório de referência está localizado próximo ao local de concentração de diagnósticos. Quanto à distribuição da mortalidade, evidenciou-se um panorama homogêneo. Por meio da técnica de análise de variações espaciais nas tendências temporais, pôde-se interpretar, a partir de sua tendência temporal interna, o grau de crescimento ou redução dos casos de HIV/AIDS no decorrer dos anos dentro do aglomerado, neste caso referindo-se à região central, sendo esta comparada com a tendência externa, ou seja, a tendência em todo o município não pertencente a este mesmo aglomerado. Conclusão: O sistema de informação geográfica mostrou-se uma tecnologia relevante para compreender a dinâmica social da infecção pelo HIV e contribuiu na identificação das áreas prioritárias para o planejamento das ações em saúde.
Introdução: enfrentar as hepatites virais tem sido um grande desafio, principalmente para países que apresentam alta prevalência da doença e vulnerabilidades sociais que dificultam o acesso à atenção. Objetivo: investigar a produção científica nacional sobre as estratégias de prevenção, controle e tratamento acerca das hepatites virais. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa operacionalizada mediante consulta às bases/bibliotecas: Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed) via MEDLINE, de janeiro de 1998 a dezembro de 2019. A pergunta norteadora foi: No que concerne às HV em seres humanos, quais as estratégias desempenhadas pelos serviços de saúde para o controle, tratamento e prevenção, descritos em estudos quantitativos nacionais publicados no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2019? Utilizou-se do fluxograma PRISMA para seleção dos artigos. Resultados: foram encontrados 2722 artigos empíricos, 26 deles atenderam aos critérios de seleção e foram agrupados nas seguintes categorias: I. Tratamento - 84,6% (22); e II. Prevenção e Controle - 15,3% (4). Nesse âmbito, destaca-se o tratamento da Hepatite C com uso de Interferons com ou sem Ribavirina (86,3%) e os principais efeitos adversos: cefaleia, anemia e fadiga. Conclusão: evidenciaram-se, na literatura nacional, abordagem maior sobre tratamento, principalmente da Hepatite C, e uma escassez de estudos sobre as estratégias de prevenção e controle das hepatites virais, o que denota a relevância de ampliar as publicações, sistematizando os planos efetivos de intervenção que os serviços de Saúde desempenham.
Foi realizada uma revisão integrativa, com objetivo de identificar quais as estratégias para a avaliação de aprendizagem estão sendo empregadas aos estudantes de enfermagem de ensino superior. A pesquisa foi norteada pela estratégia PICO: qual a efetividade de intervenções avaliativas disponíveis na literatura científica sobre as estratégias para avaliação de aprendizagem aplicadas aos estudantes de enfermagem do nível superior? A busca por estudos foi realizada entre janeiro e fevereiro de 2019 nas seguintes bases de dados: LILACS, Medline, Scielo, BDENF, PubMed, CINAHL e Scopus. Foram incluídas 24 referências e identificadas 8 estratégias de avaliação. A maioria citou avaliação em práticas, seguida de feedback, avaliação teórica, avaliação interpares, autoavaliação, avaliação de trabalho em grupo e por último avaliação qualitativa. Observou-se que 75% (n=18) dos estudos inclusos foram realizados fora do cenário brasileiro. Dos estudos internacionais, 20,8% estão concentrados no Reino Unido, 12,5% em Hong Kong e 12,5% na Irlanda. No Brasil, os estudos se concentraram na região sudeste, com 12,5% em São Paulo e 8,3% em Minas Gerais. Quanto ao método utilizado, 66% dos artigos foram de abordagem qualitativa, 20,8% utilizaram de método quantitativo e 20,8% empregaram método misto, com abordagem quantitativa e qualitativa. Por fim, este estudo identificou como os principais instrumentos de avaliação usados no ensino superior de enfermagem: avaliação em práticas, feedback, portfólio, avaliação teórica, avaliação interpares, autoavaliação, avaliação de trabalho em grupo e avaliação qualitativa. Sugere-se a realização de estudos nacionais, a fim de ampliar as discussões e aprimorar as técnicas de avaliações aplicadas.
Introduction: Straatsma syndrome is a rare disease characterized clinically by the exuberant persistence of myelin fibers in the retina associated or not with the presence of myopia, strabismus and amblyopia. The present study is aimed to describe two cases of this entity. Methods: Retrospective patient's clinical records review. Results: In case 1, a 17-year-old male was referred to the ophthalmology consultation due to decreased visual acuity in the right eye (RE). With no relevant systemic or ophthalmological history, he had a better corrected visual acuities (BCVA) of 20/200 in the RE and 20/20 without correction in the left eye (LE), with no oculomotricity changes and fundoscopy revealed the persistence of myelinated retinal nerve fibers (MRNF) near the upper temporal arch and myopic choroid in the RE and no alteration in the LE. In case 2, a 39-year-old male with family history of myopia was referred with a diagnosis of rhegmatogenous retinal detachment on the LE. On ophthalmic examination, BCVA were 20/20 on the RE and hand motion on the LE. During the pars plana vitrectomy, a total rhegmatogenous retinal detachment was observed in the LE, with MRNF accompanying the temporal arcades and a macular hole (MH). After three pars plana vitrectomies, including an inverted ILM flap technique attempted to close the MH, and eight months after silicone oil extraction, the aphakic LE presented a 20/200 BCVA with the retina fully attached and the MH closed. Conclusion:Despite some controversy in its features, Straatsma syndrome should be included in the differential diagnosis of leukocoria and must be suspected in the presence of refractive errors with anisometropia. The general prognosis is poor to moderate, but better results can be achieved with a prompt diagnosis and amblyopia management.
Objetivo: Mapear e sintetizar as evidências científicas da atuação do agente comunitário de saúde para as ações de controle da hanseníase com base nos atributos da atenção primária à saúde. Metodologia: Revisão de escopo, conforme Joanna Briggs Institute e o PRISMA-ScR. A pesquisa foi realizada em bases de dados eletrônicas, na Biblioteca Virtual de Saúde, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), U.S National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Grey Literature Report e Google Acadêmico. A coleta de dados ocorreu em 07 de abril de 2021, com o limite temporal estabelecido entre 1991 a abril de 2021. Resultados: Foram identificadas 359 evidências científicas e após a aplicação as quatro etapas de inclusão, resultaram em 13 evidências. A maioria das pesquisas foram realizadas na região sudeste do Brasil entre os anos de 2005 a 2019. As principais evidências encontradas foram categorizadas de acordo com os atributos. Porta de entrada: Cadastramento de casos, detecção de sinais e sintomas na comunidade e visita domiciliar. Atendimento continuado: Adesão ao tratamento, verificação de reações indesejadas e supervisão da dose diária. Integralidade: vigilância dos contatos intradomiciliares. Orientação familiar: orientações sobre o tratamento contínuo e visitas domiciliares para a realização de orientações. Orientação comunitária: reuniões para grupos, sensibilizações nas escolas e produção de material didático. Orientação profissional: treinamentos. Considerações Finais: Os resultados enfatizaram a necessidade de capacitação profissional e por outro lado, foi destacada a importância da sua atuação junto ao indivíduo, família, grupos e sociedade.
Objetivo: verificar a relação entre hanseníase e espaço geográfico, levando em consideração determinantes sociais em saúde e utilizando ferramenta que permita a análise dessas relações localmente. Metodologia: Estudo ecológico, realizado em município endêmico do Sul do Brasil. Foi conduzida a geocodificação dos casos e selecionadas variáveis socioeconômicas de interesse. Após análise descritiva, seguiu-se com a correlação espacial por meio do Índice de Moran Bivariado, seguido de Regressão Linear. Para as variáveis presentes no modelo selecionado, aplicou-se a Geographically Weighted Regression por meio do software ArcGis versão 10.5.1. Na sequência, os resultados foram especializados por meio de mapas temáticos. Resultados: Em relação às características socioeconômicas e clinico-operacionais, houve maior quantidade de casos do sexo masculino (55,3%), faixa etária de 16 a 60 anos (69,3%), raça branca (67,8%), casos multibacilares (80,9%), forma clínica dimorfa (45,2%) e grau de incapacidade I (62,6%). A análise espacial demonstrou incidência média de 1,19 casos/10.000 habitantes, em cada setor censitário. Em relação aos determinantes sociais, as características se apresentam de forma heterogênea no espaço, sendo que aglomeração de habitantes apresentou associação direta com a hanseníase, bem como raça/cor parda, caracterizando-se como fatores de risco nas regiões de maior evidência. Em contrapartida, alfabetização apresentou relação inversa, associando o aumento dela com a redução na ocorrência da doença. Conclusão: Os determinantes sociais em saúde auxiliam na explicação da heterogeneidade da distribuição da doença. Compreender essa relação é fundamental para direcionar ações de profilaxia e controle.
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