Resumo:O artigo tem como objetivo refletir sobre as dinâmicas de usos de TICs e de experiências de ativismo de mulheres haitianas no Brasil, no contexto de intensificação dos fluxos de imigração oriunda do Haiti a partir de 2010 e de surgimento de espaços comunicacionais de ações coletivas desse grupo migratório. Fundamentado no campo conceitual de interface entre migração transnacional feminina e comunicação, o trabalho proposto constrói-se a partir de uma metodologia de caráter qualitativo que abrangeu a realização de cinco entrevistas com imigrantes haitianas nos estados brasileiros de São Paulo e Santa Catarina e a observação e a coleta de materiais sobre suas experiências de ativismo na internet. Os resultados apontam para o exercício de um ativismo demarcado por três perspectivas: a relevância da educação nos processos de participação pública dessas mulheres, a ocupação e criação de espaços midiáticos para tratar da realidade da imigração haitiana no Brasil e os condicionamentos de gênero para o engajamento das imigrantes em ações ativistas.Palabras chave: imigração haitiana, gênero, ativismos, TICs. Abstract:This article aims to reflect on the dynamics of information and communication technologies uses and Haitian women's activism experiences in Brazil, considering immigration flows from Haiti intensification since 2010 and the emergence of communicative spaces for this group's collective actions. The proposed work is conceptually based on the interface between female transnational migration and communication, adopting a qualitative methodology that includes five interviews with Haitian immigrants in the Brazilian states of São Paulo and Santa Catarina; furthermore, this group Internet activism's experiences have been observed followed by data collection. Results point to the exercise of activism marked by three perspectives: the relevance of education in the processes of these women public participation; the occupation and creation of media spaces to address Haitian immigration in Brazil reality; and gender conditioning for immigrant engagement in activist actions.
RESUMOEste artigo pretende propor uma discussão sobre a importância da visibilização em espaços comunicacionais das narrativas de prostitutas, para que se possa construir e circular enquadramentos que mostrem a heterogeneidade dos indivíduos que compõem o grupo de profissionais do sexo. Acredita-se que tal visibilidade pode contribuir para a transformação de representações que os posicionam entre os polos da culpabilização e da vitimização. A discussão é oriunda de minha pesquisa de doutorado, que teve como procedimentos metodológicos a análise de 65 textos publicados na internet e a realização de entrevistas com oito mulheres prostitutas e de um trabalho de campo. A partir disso, buscou-se problematizar a escassa presença de falas de prostitutas nos textos analisados e refletir a respeito da visibilidade como potencial modificador de estereótipos, mas também como condição que pode aprofundar a marginalização e a discriminação enfrentada cotidianamente pelas trabalhadoras do sexo. Palavras-chave: Comunicação. Visibilidade midiática. Prostituição. Cidadania. ABSTRACTThis article aims to discuss sex workers' narratives visibility importance on communicational content in order to build and circulate media frames which show the heterogeneity of sex workers, and also to change social representations which think about them as victims or guilty people. Based on a 65 media texts analysis, eight deep interviews and a fieldwork developed during my Doctoral Dissertation, we aim to indicate the low presence of sex workers' narratives in the analysed content. We contemplate visibility as a potential stereotype's changer, but also as a condition which can make their marginalization and stigmatization even deeper.
IntroduçãoAssociada a representações negativas relacionadas à impureza e à devassidão, a prostituição é uma atividade marginalizada em uma sociedade que valoriza a união sexual monogâmica e a fidelidade feminina (Rago, 1991). Encontram-se em circulação noções sobre a prostituição que reforçam a estigmatização das pessoas que a desempenham ao pensa-las nos lugares fixos de vítimas ou de desviantes, de sujeitos que precisam ser salvos ou que são culpados por sua "condição".Refletir sobre a marginalização da prostituição exige que consideremos os papeis de gênero construídos socialmente e as implica-Verso e Reverso, 31(78):222-234, setembro-dezembro 2017 2017 Unisinos -doi: 10.4013/ver.2017.31.78.06 Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC-BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Regulamentação da prostituição em espaços comunicacionais brasileiros: os enquadramentos antagônicos do trabalho e da exploração Sex work regulation in Brazilian media: The antagonistic media frames of work and exploitation Natália Ledur Alles Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Av. Unisinos, 950, Cristo Rei, 93022-750, São Leopoldo, RS, Brasil. natalia.alles@gmail.comResumo. Este artigo apresenta reflexões sobre dois enquadramentos comunicacionais acerca da prostituição identificados durante minha pesquisa de doutorado: as compreensões de que a atividade é inerentemente exploração, em especial de mulheres, e de que é uma alternativa de trabalho viável. Tais entendimentos sobre o tema foram percebidos a partir da análise de 65 textos publicados em distintos espaços da internet a respeito do projeto de lei 4.211/2012, que propõe a regulamentação da prostituição e a descriminalização das casas de prostituição. A análise possibilitou observar a existência de uma disputa também nos espaços comunicacionais pelo estabelecimento dos significados da prostituição: de um lado, todas as prostitutas são consideradas vítimas e defende-se a abolição da atividade, enquanto, de outro, pensa-se a regulamentação do trabalho sexual como forma de ampliação de direitos e de afirmação da autonomia e da agência dos sujeitos em relação a suas vidas.Palavras-chave: comunicação, enquadramentos, prostituição, gênero e sexualidade, cidadania.Abstract. This article presents reflections concerning two media frames about prostitution identified during my PhD research: (i) the understanding that the activity is inherently exploitation of women and (ii) that is a viable working alternative. Such understandings about the issue were apprehended from the analysis of 65 articles focusing on 4,211/2012 Law Project written by different authors and publicized on different websites. Analysis allowed us to observe a dispute also in communicational spaces regarding sex work meanings. One side considers all prostitutes victims and supports the abolition of the activity, while another thinks the regulation of sex work as a way of expanding rights ...
Partindo da premissa de que os discursos visibilizados pela mídia são relevantes para construir o debate em torno de experiências socio-identitárias, buscamos identificar noções sobre a prostituição presentes na cobertura midiática de um episódio ocorrido em 2013 que envolve o Ministério da Saúde e o movimento de prostitutas no contexto brasileiro. A partir de trabalho de campo realizado em Porto Alegre, pretende-se compreender a repercussão do caso no cotidiano de algumas profissionais do sexo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.