O artigo analisa medidas referentes às políticas educacionais dirigidas a jovens e adultos pouco escolarizados, no Brasil e em Portugal, que, a despeito de suas diferenças, apresentam similaridades devidas a sua posição no cenário internacional, assim como se mostram receptivas às determinações emanadas por organizações supranacionais. Comum a essas organizações é a defesa de uma concepção instrumental de educação para a empregabilidade, produtividade, competitividade e coesão social. Os governos dos dois países aderiram às teses de que sua posição na divisão internacional do trabalho é resultado do baixo nível de qualificação da classe trabalhadora. A análise compreende os Programas Novas Oportunidades, em Portugal, e PROJOVEM, no Brasil, e destaca que ambos contribuem para aumentar a subordinação funcional das políticas educacionais aos interesses econômicos e para reforçar a conformidade ideológica da classe trabalhadora nos dois países.
A entrada no ensino superior é, para muitos estudantes, um acontecimento biográfico complexo, que institui uma rotura nos seus cursos de vida. A complexidade deste acontecimento é ainda maior quando falamos de estudantes provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no ensino superior em Portugal. Neste artigo, focar-nos-emos nas conquistas e desafios académicos dos estudantes dos PALOP no ensino superior. Foram, assim, realizadas entrevistas biográficas a um conjunto de estudantes que frequenta o 1º ano da licenciatura na Universidade de Lisboa. Os estudantes enfatizam o acréscimo de responsabilidade, de maturidade e de autonomia quer na aprendizagem, quer face aos seus familiares. Todavia, os estudantes deparam-se com um sistema de ensino diferente, a ausência de estruturas de apoio, a constatação de um fraco domínio da língua portuguesa, a dificuldade em adotar um método de estudo e o desconhecimento do contexto português em algumas unidades curriculares.
O artigo organiza-se em torno de uma questão central: no cenário atual, em que os processos de inserção profissional de diplomados de ensino superior são cada vez mais complexos e incertos, em que medida as escolhas dos diplomados ao longo da sua trajetória académica são influenciadas por razões e considerações ligadas à sua (futura) atividade profissional? Na primeira parte, esta interrogação é fundamentada e explicitada tendo em conta os desafios que hoje se colocam ao ensino superior, enquanto na segunda parte se apresentam dados empíricos provenientes de uma sistematização de vários estudos sobre inserção profissional de diplomados de ensino superior realizados entre 2000 e 2010.
A importância da formação contínua é objeto de um consenso generalizado quer junto da comunidade científica quer dos responsáveis pela sua implementação nos mais variados contextos organizacionais. Todavia, em torno deste consenso, constroem-se significações e práticas radicalmente distintas que nos propomos analisar nesta comunicação. Assim, num primeiro momento pretendemos dar conta das diferentes configurações semânticas que a importância atribuída à formação profissional assume. Para tal, analisamos o papel que lhe é atribuído no quadro da teoria do capital humano e das suas reformulações mais recentes, das teorias de GRH e da teoria crítica. Num segundo momento, as práticas levadas a cabo pelas empresas são analisadas com base nos dados dos inquéritos à execução das ações de formação profissional. Esta abordagem de natureza macro permite-nos identificar as especificidades do investimento em formação profissional por parte das empresas portuguesas com mais de 10 trabalhadores e confirmar que a dimensão e o setor de atividade continuam a ser fatores determinantes para compreender o seu investimento.
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