Dois conjuntos de trabalhos, muitas reverberações, parte I VI A revista 37, por razões que assolam todos os periódicos no Brasil, criou uma enorme coleção de excelentes artigos aprovados e aguardando publicação há muitos meses, assim como de artigos recentes e instigantes, ambos, os grupos, importantes para o momento da pesquisa em arquitetura e urbanismo. Por isso, numa decisão editorial que rendeu ótimas conjecturações e muita esperança, o CADERNOS PROARQ apresenta sua edição 37 em 2 volumes, igualmente variados e substantivos, de modo a "desaguar todas essas falas" no cenário das discussões científicas nacionais e, deveras, internacionais. Os volumes são iniciados por textos-âncora de proeminentes pesquisadores no cenário nacional e internacional, que muito contribuem para dar o "tom" de cada conjunto de leituras. O texto-âncora do primeiro volume, de autoria de Leopoldo Eurico Bastos, tem como base os conceitos de desconstrução de DERRIDA e as teorias derivacionais de DELEUZE para elaborar uma análise acerca da concepção e da forma arquitetônica do Museu Fundação Iberê Camargo, no Rio Grande do Sul, Brasil. No projeto de autoria do arquiteto português Álvaro Siza Vieira, o autor identifica que o espaço flui em sinergia com a memória e as obras do artista plástico Iberê Camargo, e instiga a refletir sobre as percepções sensoriais e estéticas resultantes dos percursos e da vivência dos visitantes nos espaços do Museu. No segundo artigo do volume 1, Felipe Ferla da Costa e Maria Paula Recena tecem semelhanças e divergências nos procedimentos de concepção das obras House II e Piano Phase, através da comparação de trabalhos do arquiteto Peter Eisenman e do compositor Steve Reich durante a década de 1960, cujo foco, de ambas as produções, está no processo, não em sua forma final. Os autores destacam o método da defasagem, empregado por Reich, como uma possível chave de leitura para o processo projetual de Eisenman, que, aliado ao tratamento das partituras do compositor como diagramas, permite aos autores a produção de novos esquemas comparativos, gerando paralelos entre arquitetura e música. Com uma vasta produção de re-desenhos e diagramas, a hipótese do artigo gira em torno da ocorrência simultânea de fenômenos análogos em disciplinas distintas. Dando continuidade aos trabalhos publicados neste volume, Tatiana Casali Ribeiro, Frederico Braida e Antônio Colchete Filho propõem investigar a cidade enquanto uma floresta de símbolos, um lugar constituído para além de seus predicados físicos, mas que também comporta uma dimensão imaginária.