Objetivo: Descrever as evidências científicas recentes sobre saúde mental nas populações rurais brasileiras. Método: Trata-se de um artigo de revisão com busca realizada nas bases de dados Scielo, Lilacs e Medline, utilizando-se os descritores “Saúde mental”, “Rural” e “Brasil” e seus correspondentes em inglês, e em documentos publicados pelo Ministério da Saúde, pelo IBGE e pela Fiocruz. Resultados: A porcentagem de pessoas que vivem em territórios rurais brasileiros com diagnóstico de depressão é de 7,6%, predominantemente do gênero feminino. Pesquisas nacionais detectaram 24,1% de indivíduos com transtornos mentais comuns e 8,4% de pessoas com transtornos relacionados ao uso de álcool. Entre os fatores associados aos problemas de saúde mental, sobressaem-se baixa escolaridade, baixa renda, uso de medicamento para dormir, tabagismo e problema mental prévio. Destaca-se o papel da Atenção Primária à Saúde (APS) como responsável por inserir as famílias rurais nos cuidados, entretanto, observa-se a falta de ações específicas voltadas para essa problemática e a carência de capacitação profissional em saúde mental. Conclusão: Todos esses dados demonstram a importância do estudo da saúde mental nas populações rurais e de se buscar a prevenção de fatores de risco, fortalecer o papel da APS nos cuidados e proporcionar melhor qualidade de vida para indivíduos com sofrimento mental.
Este estudo busca averiguar a relação entre o modelo hegemônico de masculinidade e a pouca procura por serviços de saúde, considerando seu impacto na organização de políticas públicas. Trata-se de uma revisão integrativa nas bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Business Source Complete (EBSCO) no período de julho de 2019 a abril de 2021. Como critérios de inclusão, considerou-se: artigos disponibilizados completos nas bases de dados, em idiomas portugues ou/e ingles e publicados nos últimos 10 anos. Excluiu-se artigos repetidos nas bases de dados, totalizando 25 artigos para revisão. Constatou-se que a influência da cultura no cuidado em saúde por parte dos homens é evidente, sendo necessário haver mudanças nesse paradigma, através de uma mobilização que envolva usuários, gestores e profissionais dos serviços de saúde. O distanciamento do modelo hegemônico da masculinidade é indispensável para redução da morbimortalidade dessa população. Nesse sentido, estudos com estudantes dos cursos da área da saúde devem ser realizados, com o fito de identificar, compreender e discutir o modelo de masculinidade e o impacto na saúde desde a graduação dos profissionais de saúde.
Objetivo: compreender as percepções de profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) que atuam em territórios rurais de municípios do Nordeste brasileiro acerca das inter-relações entre a saúde e ambiente no processo saúde-doença-cuidado da população. Método: pesquisa de abordagem qualitativa, em que se realizaram 29 entrevistas de sete categorias profissionais. Adotou-se a análise temática para o processamento e interpretação do material empírico. Resultados: foram discutidas a necessidade de informação acerca de questões ambientais e seu impacto no processo saúde-doença e a consciência ambiental na dimensão do território. Há compreensão do ambiente como determinante de saúde, porém sob uma perspectiva embrionária, além de uma articulação insuficiente entre determinação social e práticas emancipatórias no contexto de saúde e ambiente. Conclusões: ressalta-se a importância de fortalecer as práticas na ESF a partir dos pressupostos explicitados na Política Nacional de Saúde Integral da População de Campo Florestas e Águas. Reforça-se a necessidade de se desenvolver processos formativos, envolvendo a equipe para contribuir na transformação da realidade em saúde da população de campo e das águas.
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