É dito e comumente aceito que tradição do paternalismo médico remonta ao juramento hipocrático. Esse paternalismo é tido como uma das manifestações de uma relação assimétrica entre médico e paciente. Ao estudar alguns dos escritos Hipocráticos, obtiveram-se referências relativas ao respeito do enfermo pelo médico que incluía o diálogo e a sua educação como elementos necessários a tal relação e a equilibrar beneficência e autonomia. Tais evidências se enraízam na noção pré-socrática de natureza (phýsis) enquanto representação da divindade na regulação de todos os movimentos universais. O Juramento preconiza a abstenção de toda a injustiça e a administração do regime de vida conforme o juízo do médico. È possível concluir que a assistência médica ao enfermo foi concebida no contexto da incapacidade do autoconhecimento do doente e da impossibilidade do mesmo se esclarecer sem auxílio do médico e que este aperfeiçoava a natureza (phýsis) em seus movimentos ignorantes e azarosos, saneando-os através de uma razão suficiente (logismós). O paternalismo da natureza (phýsis) era moderado e refletiu-se na arte médica hipocrática.
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