Resumo Este artigo tem como foco as manifestações públicas realizadas por familiares e amigos de vítimas do incêndio da Boate Kiss em Santa Maria, Rio Grande do Sul, atentando para as dimensões emocionais e corporais nelas envolvidas e para as transformações que se processaram com o passar do tempo. Apesar de perceberem o agravamento de seu sofrimento no desdobramento de suas relações com as instituições (Prefeitura, Ministério Público, Câmara dos Vereadores), muitos familiares reorganizaram suas vidas acompanhando o andamento dos processos judiciais e participando de manifestações públicas cujas bandeiras são: para que “não se repita” e para que “os responsáveis paguem pela tragédia”. Através de observação participante, acompanhamento de manifestações e de reportagens sobre a “tragédia”, a pesquisa mostra o trabalho micropolítico das emoções na transformação dos sentidos do acontecimento.
O incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria-RS, vitimou 242 jovens e deixou mais de 600 feridos. Este artigo faz parte de uma pesquisa etnográfica, na qual foram acompanhados os diferentes modos de organização dos familiares das vítimas fatais. Observou-se a formação de redes múltiplas e complexas e, através de uma metodologia de análise de redes, pôde-se identificar a formação de uma rede de apoio que se dividiu em duas subredes: a de justiça e a de solidariedade, baseadas nas ações e expectativas dos integrantes. O contexto de formação dos movimentos de familiares foi cercado de tensões e disputas, e a espiritualidade foi o elo que promoveu a dinâmica da rede de apoio. Assim, analisando o luto e seus desdobramentos, o artigo trata de alguns elementos sobre a espiritualidade como construções simbólicas coletivas de explicação da ‘tragédia de Santa Maria’.
Este artigo traz dados de uma pesquisa antropológica. Descreve a sociabilidade entre homens e mulheres de grupos etários e sociais distintos nos bailes de dança de salão em Fortaleza, Ceará. considera-se os bailes como espaços de sociabilidade, bem como, analisa-se as experiências femininas suscitadas a partir da escolha da dança de salão como forma de lazer e as percepções relacionadas ao corpo e aos afetos. Compreender como as mulheres envelhecem em Fortaleza possibilita pensar sobre como o caminhar para esta fase da vida traz consigo um processo mais amplo de individualização e autonomia. Este artigo traz dados de uma pesquisa antropológica. Descreve a sociabilidade entre homens e mulheres de grupos etários e sociais distintos nos bailes de dança de salão em Fortaleza, Ceará. considera-se os bailes como espaços de sociabilidade, bem como, analisa-se as experiências femininas suscitadas a partir da escolha da dança de salão como forma de lazer e as percepções relacionadas ao corpo e aos afetos. Compreender como as mulheres envelhecem em Fortaleza possibilita pensar sobre como o caminhar para esta fase da vida traz consigo um processo mais amplo de individualização e autonomia.
RESUMO O objetivo desta investigação foi avaliar o comportamento da Rede de Atenção à Saúde (RAS) durante situações de desastres. O estudo foi realizado em Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul, e teve como objeto a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) após o incêndio ocorrido na Boate Kiss, em 2013. Trata-se de uma investigação qualitativa, com características da Avaliação de Quarta Geração. As principais fontes de informação foram entrevistas individuais e coletivas com representantes de grupos com diferentes interesses no tema proposto. A análise de dados identificou três momentos de atuação com características distintas. O enfrentamento inicial dependeu da capacidade de mobilização, conectividade, recursos da comunidade e capacidade convocatória; o atendimento aos sobreviventes e familiares – especialmente atendimento hospitalar – exigiu regulação, financiamento e capacidade de gestão e coordenação de equipes com visão das propostas assistenciais em disputa. Houve abertura para formas menos hierárquicas de gestão dos serviços. A institucionalidade do SUS, com mobilização de recursos, com rede e capacidade de regulação, foi o fator mais importante para enfrentar os efeitos do desastre. A fragmentação dos serviços e a fragilidade da atenção básica limitaram a qualidade da assistência imediata e dificultam o cuidado longitudinal.
Este trabalho problematiza o processo de mobilização social a partir dos contextos dos assentados e posseiros do Assentamento Zé Marcolino, situado nos municípios de Amparo, Sumé e Prata – PB. Foram nossos objetivos específicos: situarmos o MST no Cariri paraibano, analisando a mobilização social de luta e conquistadas terras do Assentamento “Zé Marcolino” e enfatizando a transformação da sociedade com a conquista da terra; observarmos, tomando como referência o caso das agrovilas Lajinha e Cumaru, as várias experiências vividas entre os posseiros e os assentados; e fazermos, também tomando como referência o caso das agrovilas Lajinha e Cumaru, um estudo sobre a venda irregular dos lotes de terras e a relação dos filhos dos assentados com os lotes de terras depois que se tornaram independentes de seus pais, enfrentando desafios para continuarem morando no assentamento. Buscamos aporte teórico nas leituras empreendidas por Albuquerque Jr, Batista, Carvalho, Kauchakje, Lazzaretti e Pereira. O método de procedimento utilizado foi o da análise qualitativa dos dados. A coleta de dados foi feita através de um conjunto de fontes, tais como: livros, teses, dissertações, monografias, documentos oficiais e relatos de memória obtidos de entrevistas semiestruturadas. Os estudos realizados permitiram compreender que os posseiros e assentados tiveram acesso a terra no assentamento em estudo de forma tranquila e que as suas relações sociais de trabalho se deram trilhando caminhos e alternativas em comum. Também evidenciaram que as políticas públicas no assentamento são distribuídas de forma igualitária entre ambos, não existe nenhum grau de dificuldade que impeça o acesso às políticas públicas. Constatamos que o principal motivo que leva aos assentados a venderem seus lotes no assentamento “Zé Marcolino”, segundo as falas dos entrevistados, é porque é um assentamento de solo pobre que não tem muitas alternativas para plantação, só mesmo em tempos chuvosos, pois são poucos os que têm condições financeiras para perfurar poços e eletrificar seus lotes. E outros por serem da cidade e não conseguirem se concentrar ao meio rural. Por fim, tratando-se da relação dos jovens com o assentamento, seus pais destacam que os mesmos sentem a necessidade de se evadirem, mostraram uma fragilidade social e econômica em que muitos dos filhos dependem das parcelas de seus pais. A pesquisa mostra que, por mais que os filhos dos assentados do assentamento “Zé Marcolino” tenham interesse em continuar no assentamento, não recebem apoio do INCRA.
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