Resumo Este artigo examina o contexto e as implicações da pandemia por Covid-19 na cidade de Belo Horizonte (BH) nos primeiros 80 dias da doença. Utilizamos um recorte analítico descritivo para mensurar a evolução dos casos, o excesso de óbitos, a taxa de transmissibilidade do vírus e a pressão da doença sobre o sistema de saúde de BH e região, através da taxa de ocupação hospitalar nos leitos públicos. Além disso, identificamos as principais políticas de contenção adotadas pelas autoridades locais, bem como as implicações da redução do distanciamento social. Nossos resultados demonstram que o Sistema Único de Saúde (SUS), bem gerido, é fundamental para o enfrentamento da pandemia e a mitigação de suas consequências para a população. O processo de flexibilização que se inicia tem imposto novos desafios que requererão monitoramento atento das autoridades e da sociedade.
O objetivo deste estudo foi analisar o impacto de variações na mortalidade por idade e causas sobre os ganhos na esperança de vida ao nascer, em Santa Catarina, Brasil, nos anos 90. Foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para os triênios 1989/1990/1991 e 1998/1999/2000. Calculou-se taxas de mortalidade infantil e taxas específicas para indivíduos de 1 ano ou mais, por sexo e causas de morte. Aplicou-se, ainda, o método de Pollard, que desagregou as contribuições da mortalidade por causas e idades para a variação da esperança de vida ao nascer. Os grupos de idade que mais contribuíram para o aumento da esperança de vida ao nascer foram o de 0 a 1 ano e o de 70 anos e mais. As causas de morte que mais contribuíram para esse aumento foram as crônico-degenerativas, como circulatórias, nas idades acima de 35 anos, e as afecções neonatais, no primeiro ano de idade. Finalmente, merece atenção a elevada proporção de óbitos por causas mal definidas, o que indica que a verdadeira estrutura de causas de morte no estado é desconhecida.
Resumo A promulgação da Lei nº 13.097/15 estendeu a possibilidade da participação de empresas estrangeiras na área da saúde no Brasil, até então acessível a apenas alguns setores, como o da saúde suplementar. Nesse contexto, o objetivo, no presente trabalho, foi caracterizar a dinâmica das redes de operações de atos de concentração econômica em hospitais e em planos de saúde no Brasil. Para isso, foram coletados dados nos processos disponibilizados no sítio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), organizados a partir da estrutura societária e da origem dos investidores (estrangeira ou nacional) e analisados com a utilização de software para análise de redes. Por meio da análise dos dados, foi identificada a realização de 93 atos de concentração econômica no período de 2009 a 2017 e a participação de 12 empresas estrangeiras com origem predominante nos Estados Unidos da América. Esses atos de concentração evidenciaram a formação de uma robusta rede composta por três grupos econômicos com controle societário predominantemente estrangeiro, bem como uma latente necessidade de que sejam estabelecidas políticas para analisar os riscos e os benefícios dessa nova realidade ao mercado da saúde brasileiro. Caso contrário, colocar-se-á à sorte os potenciais reflexos no sistema de saúde brasileiro.
Neste artigo, são estimados os diferenciais educacionais de mortalidade de adultos residentes em São Paulo. É realizada uma análise comparativa de estimativas a partir de dados do Censo 2010 e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) – Datasus e de três formas distintas de mensuração da escolaridade: registrada no SIM; declarada no Censo para o responsável pelo domicílio; e imputada estatisticamente no Censo para indivíduos que morreram. Para as imputações da escolaridade, utilizou-se o método de Dempester (1977), que propõe o uso do algoritmo esperança-maximização (algoritmo E-M) para lidar com dados faltantes. Foram considerados três níveis de escolaridade (baixo, médio e alto) e estimadas as taxas de mortalidade com base em modelos Poisson. Os resultados indicam que a obtenção de escolaridade pode reduzir em até 77% as taxas de mortalidade entre 25 e 59 anos de idade. Além disso, em um país em que a população tem baixa escolaridade, obter ensino médio representa um ganho significativo do ponto de vista da sobrevivência adulta (cerca de 50%). Encontraram-se padrões de mortalidade por escolaridade semelhantes para as estimativas obtidas com dados registrados no SIM e aqueles imputados no Censo 2010. Além disso, a análise sugere que estimativas assumindo a escolaridade do responsável pelo domicílio resultam em diferenciais de mortalidade atípicos, provavelmente distorcidos pela transição de educação no Brasil. Espera-se que o modelo de imputação proposto aqui possa ser utilizado em futuras análises dos dados de mortalidade a partir do Censo 2010.
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