Nos anos 80, em particular, pesquisadores e críticos analisaram o manifesto do CPC como síntese da produção artística e intelectual dos primeiros anos da década de 60. Na contramão dessa tendência, procurou-se neste artigo evidenciar a pluralidade do debate sobre o engajamento da arte e como isso interferiu na produção artística do período. Para compor essa relação, tomam-se como parâmetro os conflitos e divergências entre os cineastas e críticos do Cinema Novo e Carlos Estevam Martins. The New Cinema: revisiting popular culture Abstract In years 80, in special, researches and critics they analyzed the CPC manifesto as a synthesis of the artistic and intellectual production of the first years of 60s. Agains this trend, this article seeks to emphasize the plurality of the debate on the engagement of the art and this inter how with the artistic production of the period. In order to establish this relation, the conflicts and divergences between moviemakers and critics of the Cinema Novo and Carlos Estevam Martins is taken as a parameter.
A prática da censura em terras brasileiras tem raízes portuguesas e constituiu-se num fenômeno histórico de longa duração com trajetória sinuosa. Nos períodos democráticos, a função social de combate à licenciosidade e o papel pedagógico na formação do indivíduo justificaram a existência de censura enquanto que, nos regimes autoritários, os governos brasileiros não só se apropriaram de uma estrutura preexistente que se orientava pela moral vigente como também incorporaram a censura política que se amparava na manutenção da ordem.Ao papel de mantenedora dos valores éticos e dos princípios morais, motivos alegados na criação do serviço censório na década de 1940, agregou-se a preocupação com a manutenção da ordem política e da segurança nacional, justificativas incorporadas na reestruturação do organismo censório na década de 1960. Desde a primeira interdição nacional no teatro, em 1965, até a extinção da censura de diversões públicas pela constituição brasileira, em 1988, a estrutura censória auxiliou o governo federal pretendendo preservar os valores morais e manter a ordem vigente.A instituição censória, no plano moral, interditou espetáculos públicos que tratavam de temas "polêmicos" como aborto, métodos contraceptivos, homossexualismo, relações extraconjugais, prostituição, conflitos familiares e consumo de drogas; e, na esfera política, que tivessem como principal objetivo discutir questões políticas, como a revolução brasileira, a luta armada, as guerrilhas urbana e rural, a luta de classes, o movimento estudantil, a doutrinação comunista, a conscientização popular, a repressão política, os mecanismos de controle, as Forças Armadas, entre outros, ou fizessem referências secundárias ao universo político, aos planos do governo nas áreas da saúde, da habitação, da economia etc., à corrupção policial, à política externa, às relações diplomáticas, à sociedade capitalista, às autoridades políticas, entre outros.No campo das diversões públicas, portanto, a análise da censura propicia inúmeras abordagens, desde formas universais de longa duração, como a permanência dos valores morais na sociedade brasileira, até eventos particulares de curta duração, como a orientação política dos governantes no regime militar. Na esfera da censura, desde a sua implantação no século XIX até a sua extinção em 1988, o caso do teatro constituiu-se num exemplo notável, não só para se analisar a dinâmica do processo de centralização da censura e o aumento significativo de obras proibidas como também para examinar um plano de expansão do controle nacional sobre as manifestações públicas que, por si só, converteu-se em medida administrativa de natureza política.No século XIX, a criação do Conservatório Dramático Brasileiro (CDB) inaugurou a institucionalização da censura teatral no Brasil 1 que, por sua vez, apresentou trajetória distinta da censura à imprensa. Criado com o objetivo de incentivar o desenvolvimento do teatro no país, o CDB assumiu também o compromisso de zelar pela moral e bons costumes, pela manutenção do status quo e pel...
Como bem nos indica Marc Bloch, “a incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente”. Nesse sentido, portanto, a presente obra se propõe justamente a compreender o Brasil de hoje, dois séculos após sua independência de Portugal, a partir de importantes reflexões sobre o seu processo histórico de construção política, econômica, social, cultural e identitária da Nação, suas continuidades e rupturas, convergências e divergências, internas e externas, em relação a si próprio e às demais nações.
O consumo de cultura está certamente desprovido em grande parte da intermediação literária; informações não-verbais ou aquelas que, se não traduzidas em imagens e sons, são facilitadas mediante apoios óticos e acústicos, reprimindo em maior ou menor escala as formas clássicas da produção literária. 1
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