RESUMOEste artigo descreve a inserção e a trajetória de cinco mulheres pioneiras nas ações de educação para o cinema, a partir dos anos 1950, no Brasil e na América Latina. Analiticamente, trata-se de indagar como as mulheres passaram a ocupar lugares de mediação nas experiências de formação pelo/para o cinema, uma vez que os fazeres relativos aos saberes cinematográficos estiveram e ainda estão marcados pela majoritária presença masculina. Para isto recorre-se aos modelos conceituais de Norbert Elias e Pierre Bourdieu, que consideram as redes relacionais humanas no fluxo do tempo, observadas as interdependências e também as interações entre as estruturas sociais, as práticas e as trajetórias coletivas e individuais no espaço de possibilidades. Argumenta-se, ainda, que a ação dessas mulheres ofereceu as bases sobre as quais se construiu uma tradição de forte atuação feminina no campo das relações entre cinema e educação. PALAVRAS-CHAVE:Mulheres. Educação. Cinema. ABSTRACTThis article describes the insertion and trajectory of five women pioneers in actions of education for the cinema, from years 1950, in Brazil and in Latin America. Analytically, it is a question of how women have taken up places of mediation in the experiences of formation for the cinema since the actions related to cinematographic knowledge have been and still are marked by the majority male presence. For this, we use the conceptual models of Norbert Elias and Pierre Bourdieu, who consider human relational networks in the flow of time, observing the interdependencies and also the interactions between social structures, practices and collective and individual trajectories in the space of possibilities. It is argued yet that the action of these women offered the bases on which was built a tradition of strong female performance in the context of relations between cinema and education.
Representations of W omen in Germaine Dulac's Visual Pedagogy. This paper presents the results of a study about representations of women in movies by the French filmmaker Germaine Dulac in the 1920s. Based on articles written by the director and the analyze of two of her films, namely La souriente madame Beudet (1922) and L'Invitation au Voyage (1927), the aesthetic options that guided her visual pedagogy are described and analyzed. In this perspective, it is taken into account the controversy around the aesthetic/political configuration of cinema as art and the struggle for the emancipation of women, of which she actively participated. The arguments highlight the role of education by/for the cinema within the framework of the relations between movies, memory and formative processes.
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O artigo proposto apresenta um painel sobre a ocorrência de festivais e mostras de cinema na Bahia. Faz isto considerando que a partir da realização em Salvador, do I Festival de Cinema da Bahia, em 1951, se desenvolve a constituição de uma cultura cinematográfica, que vai encontrar nesses espaços alternativos de exibição e nas potencialidades dos encontros, possibilidades de formação que viabilizarão a continuidade dessas atividades no estado. Nesse sentido, retoma o percurso dos primeiros festivais para chegar ao mapeamento no âmbito da pesquisa intitulada “Circuitos alternativos de exibição: um mapeamento a partir das políticas públicas de incentivo para cineclubes, mostras e festivais na Bahia contemporânea”. Tomando os dados coletados pela pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2016 acerca dos eventos de exibição realizados na Bahia entre 2003 e 2014, apresenta-se os resultados obtidos pelo estudo, observando a relação dos eventos com as políticas de fomento vigentes no período, bem como a atualização das informações acerca do circuito de mostras e festivais de cinema na Bahia até 2019. Compondo, desta forma, o desenho da dinâmica que viabiliza trajetórias e práticas criando as condições que possibilitam a continuidade de atividades de exibição audiovisual no estado.
O presente estudo apresenta os resultados da pesquisa sobre a trajetória de Francisco Liberato de Mattos, mais conhecido como Chico Liberato, artista plástico e cineasta baiano, diretor do primeiro longa-metragem de animação realizado na Bahia em1984, Boi Aruá. No intuito de compreender quais aprendizados sociais e imagens de memória possibilitam uma conexão entre elementos que se estabelecem nas imagens pictóricas estáticas e que, por conseguinte, se perpetuam em suas imagens em movimento, buscou-se interpretar quais interações sociais são recriadas em sua narratividade e plasticidade imagética que puderam indicar permanências na transição de sua expressão estática para o movimento do cinema de animação. O percurso teórico-metodológico está estruturado em um diálogo entre o conceito de memória social de Fentress e Wickham da sociobiografia de Chico Liberato, consoante às considerações de Norbert Elias. Possibilitando o entendimento da complexidade mnêmica que atua nesse processo criador cinematográfico do artista que se estabelece também como traços de resistência.
Este artigo se configura como uma tentativa de apresentar a perspectiva do pensar subjacente à proposta do método de dramatização de Gilles Deleuze, que se faz por uma valoração positiva da ideia de diferença e do simulacro. Para tanto, apresentaremos, rapidamente, as considerações platônicas em torno da passagem do tempo e da permanência, atreladas à teoria das formas que sustentam a busca pela verdade no método do pensamento representativo, bem como as críticas a esse modelo, realizadas pelo filósofo Gilles Deleuze em discussão entre simulacro e filosofia antiga, contida no apêndice da obra “Lógica do sentido” (1969), com sua proposta de reversão do platonismo para, então, adentrarmos no texto “O método de dramatização” (1967) e, por conseguinte, extrair dele a apresentação de uma nova forma de pensar que, a partir da proposta de valorização da diferença pura, rompe com uma vontade de verdade pautada em fundamentos transcendentes e morais e apresenta uma condição de pensamento imanente à existência, valorando o corpo, seus encontros e suas experimentações.
Em 1970, durante a ditadura militar e a vigência do Ato Institucional nº 5, Glauber Rocha foi um ativo colaborador do jornal humorístico carioca O Pasquim. A parceria entre o cineasta baiano e os membros do tabloide foi colaborativa enquanto se viam como agentes do mesmo campo de produção simbólica –aquele em que se posicionavam os opositores do regime autoritário. Em 1974, uma atitude inesperada de Glauber provocou, no grupo do jornal, um mal-estar gerado pela desconfiança de que o cineasta teria “aderido” ao regime. A partir daí, a relação se modificou e deu lugar a um clima de tensão. Este artigo propõe, com base no arcabouço teórico sustentado por Pierre Bourdieu e em sua elaboração acerca do poder simbólico, compreender as tensões das disputas de sentido ocorridas entre Glauber Rocha e os integrantes d’O Pasquim.
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