Resumo Trata-se da relação entre ética e política e suas ressonâncias na constituição e atuação da liderança política. Consideramos a ação política vinculada ao personagem que a empreende num jogo de relações de poder agonístico, relativo à disputa, luta e conflito. Selecionamos do pensamento de Maquiavel o conceito de virtù e os estudos de Foucault sobre a parresía na democracia ateniense da Antiguidade. Esperamos introduzir a noção de parresía no debate atual da liderança política.Palavras chave: Democracia; liderança política; ética; pensamento político. Political leadership: Virtú and ParresíaAbstract This text is about the relationship between ethics and politics and its resonances in the constitution and action of the political leadership. We consider political action linked to the character that engages the action in a game of relations of agonistic power, related to dispute, struggle and conflict. We selected in the thought of Machiavelli the concept of virtù and the Foucault studies on parresía in athenian
ESCOBAR (orgs.). Cultura e política nos movimentos sociais latino-americanos (novas leituras).Belo Horizonte, Editora UFMG, 2001. 538 páginas. Céli Regina Jardim PintoAs grandes coletâneas são sempre bem vindas, mas ao mesmo tempo sempre vêm acompanhadas de um perigo eminente, que decorre da enorme dificuldade que este tipo de produção tem de reunir um conjunto coerente de textos, que além de um vago tema comum tenha uma proposta realmente integradora. O livro organizado por Alvarez, Dagnino e Escobar é uma dessas obras, que consegue manter ao longo de 538 páginas um claro fio condutor, fruto de um projeto comum de investigação, partindo de uma questão conceitual relevante.A questão central ao redor da qual se organiza o livro é a da presença da dimensão cultural na luta política na América Latina, isto é, na constituição da cultura como um fato político e seus efeitos na luta por democratização, construção de esferas públicas e exercício de cidadania. Dessa forma, desde sua introdução o livro polemiza com o mainstream das análises sobre democracia na região: "as análises predominantes da democracia centram-se no que os cientistas políticos batizaram de 'engenharia institucional', requisito para a consolidação da democracia representativa no Sul das Américas" (p 33).O livro organiza-se em três partes: a primeira trata das questões mais especificas de democracia e Estado; a segunda, de etnicidade, raça e gênero; e a terceira, de globalização e transnacionalismo. Os capítulos que dão conteúdo a cada uma delas trazem todos, de alguma forma, resultados de pesquisas que discutem a questão da cultura em relação a cada uma dos três grandes cortes.Quatro artigos formam a primeira parte do livro, em que são discutidas questões de fundo sobre a organização dos movimentos sociais e seus enfrentamentos com a arena política e na luta por direitos. Dagnino examina a transformação dos discursos e das práticas da esquerda na América Latina e chama a atenção, com muita propriedade, tanto para a herança de uma cultura hierárquica (p. 82) quanto para a importância dada pelos movimentos sociais a uma nova cidadania igualitária. Conclui o artigo trazendo resultados de sua pesquisa sobre cultura, democracia e cidadania em São Paulo. Paoli e Telles discutem o paradoxo entre democracia e desigualdade social, afirmando que este "põe em foco as questões clássicas dos direitos, da justiça e da igualdade" (p. 104). Sublinham também a relevân-cia do aparecimento dos pobres na esfera pública como sujeitos de direito reconhecido. Com referência ao Brasil, discutem a importância de uma cidadania politicamente construída e apontam algumas experiências que consideram de sucesso, como a da Câmara setorial automotiva.Os dois outros artigos que compõem a primeira parte, apesar de examinar duas realidades muito distintas, trazem para a discussão a questão fundamental da relação entre os movimentos sociais e o Estado. Schild, tratando do movimento feminista no Chile, aponta para os efeitos da aproximação do feminismo profissionalizado em ONGs com o p...
OR QUE RETOMAR Shakespeare e Maquiavel numa época em que a política opera fundamentalmente a partir de uma macroabordagem, com destaque para os sistemas políticos e as ideologias, e quando as preocupações estão voltadas para o funcionamento das instituições, a conquista da cidadania e o controle das massas? Esses dois autores indicam rumos para a resposta: Maquiavel, na dedicatoria de O príncipe a Lorenzo de Medici, afirmando que o livro não quer outra coisa que o valorize "a não ser a variedade da matéria e a gravidade do assunto a tornarem-no agradável"; e Shakespeare, ao alertar em Hamlet, que "o tempo está fora dos eixos" ensinam que a política caracteriza-se pela gravidade e pela disjunção.
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