A defesa da utilização da história e a da filosofia da ciência no ensino é marcante nas pesquisas em ensino de física. No entanto, parte considerável dos trabalhos desta área aborda essa temática sob a perspectiva teórica, havendo carência de avaliações de estratégias didáticas que trabalham com conteúdos de história e filosofia no ensino da física. Esse estudo relata a aplicação de uma sequência didática que objetivou discutir historicamente a evolução do conceito de inércia. A amostra constou de trinta e cinco alunos de graduação em física e geofísica da UFRN, que responderam a questionários antes e depois da sequência didática. A análise dos dados mostra um aumento significativo do número de respostas corretas, evidenciando que é possível aprender conceitos físicos com uma abordagem histórico-filosófica.
Um importante aspecto que diz respeito ao Ensino de Ciências (EC) e que acreditamos permanecer com lacunas a serem preenchidas diz respeito ao seu objetivo. Este artigo tem como foco discutir a autonomia como um objetivo para o EC, esta pensada à luz da perspectiva filosófica de Cornelius Castoriadis. Em concreto, nos propomos reflexões em três direções, inicialmente interrogar a concepção de formação humana e o objetivo do EC apontando a autonomia como um sentido para pensar esta formação; em seguida, apresentar a perspectiva filosófica de Cornelius Castoriadis e o seu Projeto de Autonomia, considerando sobretudo os conceitos de imaginário, imaginação e instituições sociais, sustentando que a criticidade figura como um de seus elementos constitutivos e; por fim, defender a ideia de que essa perspectiva pode contribuir para a reflexão sobre o EC na superação da ideia de pós-verdade. É na análise crítica das afirmações de conhecimento que situamos a autonomia, podendo parecer paradoxal pensá-la em oposição a pós-verdade quando se concebe nela uma possível relativização da verdade, mas que enseja uma crítica a verdade.
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