RESUMO
INTRODUÇÃOSe por um lado o aumento da expectativa de vida significa um ganho em termos de qualidade de vida, por outro significa também o risco de o ser humano conviver com doenças crônico-degenerativas, incapacidades e dependência, que se vão instalando nas fases mais avançadas do processo de envelhecimento. Entre os problemas de saúde que acometem as pessoas idosas, as síndromes demenciais estão entre o grupo de afecções que vêm causando forte impacto na estrutura familiar e na sociedade.As demências se constituem em uma síndrome clínica de deterioração das funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento. Entre essas, a doença de Alzheimer (DA) é a principal forma de demência, representando entre 50% e 70% do total de sua incidência (1)(2) . Estima-se a existência, no Brasil, de um milhão e duzentos mil portadores de DA, dado impreciso, considerando-se a precariedade dos recursos de elucidação diagnóstica em nosso meio. Até o presente, os fatores de risco para DA já comprovados por estudos epidemiológicos são: idade, história familiar e Síndrome de Down. A idade é, indiscutivelmente, o fator de risco mais importante de desenvolvimento das demências em geral e DA em particular, constatável pelo aumento progressivo das demências a partir dos sessenta anos de idade. A DA evolui em diferentes estágios: a) leve (confusões e perda da memória, desorientação espacial, dificuldade progressiva no cotidiano diário, mudanças na personalidade e na capacidade de julgamento); b) moderado (dificuldades nos atos de vida diária, especialmente no banhar-se, vestir-se, alimentarse), ansiedade, delírios e alucinações, agitação noturna, alteração do sono, dificuldade para reconhecer amigos e familiares; c) severo (diminuição acentuada do vocabulário, diminuição do apetite e do peso, descontrole urinário e fecal). Quanto ao tratamento, até o ____________________