Este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa que tem por objetivo discutir e tensionar a construção e (des)arranjos dos scripts de gênero nas infâncias, percebendo as situações que estão em jogo quando o assunto se refere à constituição de corpo, gênero e sexualidade das crianças, especialmente em relação ao tema da transexualidade. A metodologia utilizada foi a da entrevista-narrativa com três mulheres trans e três homens trans . Buscando apoio teórico nos Estudos de Gênero, de inspiração pós-estruturalista, bem como nos Estudos Queer, pode-se concluir que: a) a transexualidade é uma expressão identitária de caráter contingente que sofre constantemente regulações cisheteronormativas, de ordem social e familiar. b) o poder pastoral e a hipótese repressiva tornam-se tecnologias com vistas na regulação dos corpos. c) mesmo diante de todas as repressões sofridas, as crianças que apresentam variante de gênero operam técnicas para subverter a cisheteronorma.
Neste estudo analisamos a percepção de estudantes do Ensino Médio com relação aos conceitos de scripts de gênero e scripts sexuais operados no filme francês “Eu não sou um homem fácil”, lançado em 2018 pela plataforma Netflix. A partir dos referenciais teóricos dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais, em especial na perspectiva pós-estruturalista de análise, procuramos compreender de que modo os/as alunos/as são capturados/as pela narrativa da produção audiovisual, fazendo-os questionar ou reafirmar as oposições binárias entre homens e mulheres. Como metodologia, adotamos a exibição do longa-metragem e uma produção escrita acerca do que mais chamou a atenção dos/as jovens no filme – podendo ser uma cena, um diálogo, uma frase, uma imagem, etc. Foi possível observar o reconhecimento das expectativas de gênero e sexuais pelos/as jovens, assim como o sentimento de estranhamento e, ao mesmo tempo, familiarização com o enredo do vídeo. Alguns questionamentos foram levantados pelos/as estudantes, tanto os meninos quanto as meninas, refletindo sobre o que é ser/se fazer homem e mulher na sociedade contemporânea em que vivemos, tendo scripts rígidos e normativos.
A juventude da periferia na escola: o que é problema? Los jóvenes de los suburbios en la escuela: ¿Cuál es problema? The youth of the suburbs at school: what is problem?Lic. Michele Lopes Leguiça 1 Dra. Alinne de Lima Bonetti 2 ResumoEste artigo objetivou problematizar a noção de "aluna/o-problema", inicialmente definida por critérios como baixo rendimento escolar, indisciplina, recuperação paralela, com vistas a compreender como tal noção é apropriada e resignificada pelos diferentes sujeitos da comunidade escolar e como opera na construção de identidades das/os estudantes Para tanto, utilizou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, a partir da abordagem de Estudo de Caso, entre estudantes do 7º ano de uma Escola Municipal de um bairro periférico da cidade de Uruguaiana/RS. Concluiu-se que a noção de "aluna/o-problema" guarda uma complexidade de sentidos e aponta para o encontro entre universos simbólicos e visões de mundo distintos no espaço escolar, constituídos por marcadores sociais da diferença que se interseccionam, tais como gênero, raça, classe. Ao descortinar esses significados implícitos, esta pesquisa buscou contribuir para o repensar das alteridades no contexto escolar e das relações de ensinagem e aprendizagem. Levando-se em conta que a construção das identidades sociais é um processo relacional, dinâmico e transitório, foi relevante problematizar os diferentes significados atribuídos à noção de problema, de forma a produzir conhecimento sobre essa realidade e, assim, contribuir para a sua transformação. Palavras AbstractThis article aimed to discuss the notion of "student/the-problem", initially defined by criteria such as low school performance, indiscipline, parallel recovery, in order to understand how such a notion is appropriate and
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