baseia-se na reelaboração de suas duas teses e dos vários artigos posteriores escritos com base nas notas de campo. Os Kaxinawa são um povo de língua pano com uma população estimada em 7 mil indivíduos, que habitam a floresta amazônica de ambos os lados da fronteira entre o leste peruano e o noroeste brasileiro, no estado do Acre, onde representam o grupo indígena mais numeroso. São também o grupo pano mais conhecido pela antropologia, existindo a seu respeito vasto material etnológico e histórico. Entretanto, como esse livro buscará destacar, restariam inexplorados alguns aspectos passíveis de serem problematizados à luz da antropologia da arte (Lagrou, 2007, pp. 33-4). Malgrado possamos constatar que não partilham nossas idéias ou nossos conceitos sobre arte ou estética, os Kaxinawa possuem idéias e julgamentos fascinantes sobre o poder das imagens, das palavras e dos objetos. Dimensões estas que requerem uma perspectiva analítica que as apreenda em conjunto, na imbricada trama de relações da estética da vida cotidiana. Tarefa levada a cabo com tamanha maestria pela autora, que faz das muitas páginas desse livro um excelente meio de conhecer a filosofia kaxinawa.
O presente ensaio bibliográfico tem como base o livro que resultou de uma série de discussões promovidas por um grupo de estudantes de doutorado do Departamento de Antropologia Social da Universidade de Cambridge, no final da década de 1990. Não obstante a diversidade dos contextos etnográficos, todos os autores partilham o desafio de reformular a relação entre o método etnográfico e a teoria antropológica no que concerne ao estudo daquilo que se convencionou chamar de cultura material. Donde o título Pensando Mediante as Coisas, além de denotar uma questão antropológica a respeito do que os informantes fazem e de como os autores poderiam desenvolver versões sobre os modos a partir dos quais os mesmos apreendem e concebem as coisas, também compreenda o caráter principal dos encontros que motivaram a redação deste livro.
MESSIAS BASQUES Em cosmética, há cosmos; e não é por acaso que a palavra 'máscara' pode introduzir-se no vocabulário dos institutos de beleza. autor Messias Basques Mestrando em Antropologia Social/UFSCAR
Zora Hurston tornou-se amplamente conhecida na literatura norte-americana como romancista. Seus personagens, principalmente os femininos, opunham-se diretamente às representações estereotipadas de afro-americanos. Contudo, poucos sabem que a aclamada escritora também se graduou e realizou pesquisas de campo em antropologia, sob a orientação de Franz Boas. Este ensaio bibliográfico apresenta uma síntese da vida e da obra de Zora Hurston, a partir da análise de seu primeiro manuscrito, datado de 1931. Por quase noventa anos, Barracoon permaneceu inédito. Assim como a originalidade e o pioneirismo de Zora Neale Hurston, cuja obra ainda é pouco conhecida entre os antropólogos brasileiros.
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