RESUMO: Trata-se de um estudo realizado com crianças pomeranas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) residentes na cidade de Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, conhecida como a cidade mais pomerana do Brasil, onde grande parte da população apresenta característica de bilinguismo simultâneo - pomerano-português, o que tem ocasionado alguns desafios no contexto educacional. Assim sendo, o objetivo desta pesquisa foi de descrever comportamentos indicadores de comunicação, a partir de interações estruturadas em Língua Pomerana e Língua Portuguesa, possibilitando a identificação das diferenças nas interações observadas em L1 - Língua Portuguesa e L2 - Língua Pomerana. Para atingir os objetivos propostos, foram selecionadas três crianças do sexo masculino, sendo duas com 9 anos de idade e uma com 10 anos de idade, bilingues pomerano-português, diagnosticadas com TEA há pelo menos um ano antes desta pesquisa e acompanhadas por profissionais de saúde e educação inclusiva. Esta pesquisa adota uma metodologia descritiva, do tipo estudo de caso múltiplo, cujo método de análise de dados adotado foi de caráter qualitativo, a fim de compreender as variáveis subjetivas envolvidas no processo de comunicação e interação de cada caso. Os procedimentos de coleta de dados incluíram a apresentação de Pranchas de História Continuada, que tiveram como objetivo servir de estímulo visual para que a criança pudesse elaborar uma história. Os resultados indicam que, nas interações realizadas em Língua Pomerana, os sorrisos, as gesticulações, o compartilhamento da atenção e as demonstrações afetivas eram mais frequentes se comparados às interações realizadas em Língua Portuguesa, o que indica que a criança apresenta mais comportamentos não verbais nas interações realizadas em língua materna. Esse dado indica, por conseguinte, que as interações na língua materna (Pomerano), atuam no fortalecimento das habilidades de Atenção Compartilhada, competência central para que as interações sociais aconteçam.
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