A incidência de acidentes por animais peçonhentos se constitui como a segunda causa de notificação epidemiológica no Brasil. Em 2016, do total de casos notificados, 16% correspondem à região sul. Sendo assim, com o objetivo de analisar a possível relação entre os fatores meteorológicos e os casos de notificação de acidentes por animais peçonhentos no município de Lages-SC entre os anos de 2011 a 2017, buscou-se dados a respeito do número de notificações, além de informações sobre a precipitação e temperatura do ar para o período de interesse. As informações relativas aos casos de acidentes por animais peçonhentos foram obtidas pelos indicadores compulsórios do SINAN, enquanto que os dados meteorológicos foram fornecidos pela EPAGRI/CIRAM. O coeficiente de correlação de Pearson foi calculado utilizando-se o software Excel, em que se verificou que os acidentes por animais peçonhentos apresentaram correlação com a temperatura do ar para todos os anos de estudo, sendo o coeficiente mais alto obtido para o ano de 2013 (r = 0,75). Além disso, os casos possuem maiores frequências para janeiro, sente este o mês com temperatura média do ar mais elevada. Dessa forma, torna-se evidente que medidas de cunho preventivo necessitam ser tomadas para diminuir os registros de acidentes por animais peçonhentos, principalmente nos meses de temperaturas mais altas, em que a população possui maior risco de contato com os mesmos e, portanto, deve ser alertada para tomar maiores precauções neste período.
A crescente urbanização e industrialização das cidades, aliada a uma visão econômica e favorável a minorias, fez com que diversas pessoas se dirigissem para áreas periféricas, com infraestrutura precária. Realizar estudos e monitoramento quanto a ocupação do solo faz com que o planejamento urbano seja regrado, com enfoque na preservação e na qualidade de vida da população. O presente estudo objetivou-se analisar o uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Ponte Grande, área urbana do município de Lages, em Santa Catarina, utilizando-se de imagens de satélite TM-Landsat 5 e 8, ao longo dos últimos 35 anos. O acesso às imagens foi possível acessando-se o catálogo do Serviço Geológico dos Estados Unidos e o processamento das mesmas foi executado no software ENVI® 4.7. Para a identificação das Áreas de Preservação Permanente (APP’s) utilizou-se o software ArcGis® 10.1, com integração de dados para a geração dos mapas. As classes identificadas para realizar a confecção do mapa e posterior estudo foram: floresta nativa, reflorestamento, campo, área urbana, corpos d’água, solo exposto e agricultura. Após análise da ocupação, realizou-se o diagnóstico populacional, utilizando dados do IBGE correspondentes à renda e ao número de pessoas por setor censitário. O software ArcGis® 10.1 foi usado, com a ferramenta ‘‘selecionar por localização’’, para realizar a intersecção dos dados entre a bacia hidrográfica e os setores, e após inclusão das edificações. Verificou-se, a crescente substituição das classes campo por reflorestamento com fim comercial e expansão urbana, que ocupa o maior percentual de classe, com 41,73% em 2019. A classe correspondente a reflorestamento teve um crescimento expressivo, perpassando de 0,18% em 1984 para 5,32% em 2019. Com relação as APP’s, essas foram sendo ocupadas e deterioradas, tendo pequenas parcelas resguardadas, localizadas em áreas com alta declividade e em áreas de cabeceiras. Muitas edificações são precárias, sem o mínimo do que é preceituado constitucionalmente e esse fato está inteiramente ligado ao fato de a renda per capta da população residente na área de estudo estar entre ¼ e 2 salários mínimos. Além da precariedade das edificações e do acesso à infraestrutura urbana, observa-se que 1313 edificações estão situadas em área de muito alto risco a eventos hídricos de inundação. Com a análise dos resultados fica evidente a necessidade de planejamento urbano em áreas periféricas, para que exista consciência ambiental, uso sustentável da terra e melhoria na qualidade de vida da população.
O novo Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651/2012, alterou alguns parâmetros que definem as áreas de preservação permanente (APPs), em especial, a classe de topo de morros. Em decorrência dessa nova definição tais áreas passaram a ser extintas, já que dificilmente são encontradas na natureza, concomitantemente a variação altimétrica maior que 100 e declividade média maior que 25º. Além disso, tem-se dificuldades quanto a interpretação da referida legislação, que apresenta conceitos subjetivamente. Sabendo que a redução do nível de exigência preservacionista dessas áreas pode vir a trazer graves prejuízos ao patrimônio biológico e genético brasileiro, buscou-se realizar uma pesquisa bibliográfica quanto aos métodos utilizados para delimitação de APPs em topos de morro, correlacionando dados obtidos em outras pesquisas e verificando quais obtiveram êxito ou não. A metodologia que mais vem ganhando espaço na delimitação dessas áreas diz respeito às geotecnologias, as quais são viáveis principalmente por dispenderem de pouco tempo para a realização do mapeamento, o que agiliza o processo de fiscalização.
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