Objective: To examine spatial-temporal distribution and risk of suicide, as well as trends in suicide mortality rates, in the indigenous and non-indigenous population of the state of Mato Grosso do Sul, Brazil. Methods: Data were obtained from the Information Department of the Brazilian Unified Health System. Deaths recorded as voluntary self-inflicted injuries (ICD-10 codes X60.0 to X84.9) were considered suicide. Suicide rates were estimated and adjusted by age in the population 4 9 years of age. Kernel analysis was used to assess the spatial distribution of suicide cases, while trend analysis was carried out using a non-parametric test (Mann-Kendall). Results: The suicide risk among the indigenous population was 8.1 (95%CI 7.2-9.0) times higher than in the non-indigenous population. For indigenous residents in the 15-24 age group, the risk was 18.5 (95%CI 17.5-19.6) times higher than in the non-indigenous population. The majority of indigenous cases were concentrated in a few villages in reservation areas, mainly occupied by Guarani-Kaiowá and Guarani-Ñ andeva groups. Rate patterns remained stable over time in both groups. Conclusion: Suicide is a serious public health problem in Mato Grosso do Sul, and has had an alarming and disproportionate impact on the indigenous population for more than a decade.
O texto analisa os resultados de pesquisa avaliativa da Atenção Básica à Saúde do paciente com hipertensão e/ou diabetes em Manaus, Amazonas, Brasil. A abordagem etnográfica utilizou, como categorias analíticas centrais, o acesso aos serviços e a integralidade do cuidado, comparando-se as práticas sanitárias desenvolvidas em unidade do Programa Saúde da Família (PSF) e em unidade básica de saúde não-PSF. A facilitação do acesso à unidade de saúde da família implantada em comunidade carente é limitada pela precariedade de infra-estrutura urbana do seu entorno. A unidade básica de saúde tem, nas grandes distâncias, a sua principal barreira de acesso. A inexistência de sistema de referência entre os distintos níveis de complexidade compromete o acesso dos pacientes a exames e especialistas. O cuidado oferecido nas duas unidades é restrito às queixas físicas passíveis de abordagem farmacológica, comprometendo a integralidade. Há baixa capacidade de escuta dos profissionais para problemas distintos do foco da ação programática. Destacam-se as potencialidades da utilização da etnografia na pesquisa avaliativa de sistemas e serviços de saúde.
O texto analisa o processo de alcoolização em populações indígenas do Alto Rio Negro, Amazonas, Brasil. Baseando-se num enfoque compreensivo sobre o que se bebe, como se bebe e quando se bebe, a etnografia privilegia o estudo do contexto sócio-cultural e histórico no qual se dá o consumo de álcool e a interpretação nativa sobre a questão; discute as transformações históricas nas formas de beber e suas correlações com as permanências e mudanças da vida social. Conclui que as formas atuais de consumo de álcool estão ligadas à adoção de comportamentos e valores engendrados na fronteira das relações interétnicas e às ressignificações da cultura tradicional que hoje enfrenta dificuldade para oferecer parâmetros para a ação e para a simbolização da vida social pelas gerações mais jovens, frente aos desafios do mundo contemporâneo.
OBJETIVO: Analisar as taxas e algumas características da mortalidade por suicídio entre indígenas e não indígenas no Amazonas. MÉTODO: Estudo de coorte retrospectiva, em que os dados de óbito foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade e os populacionais no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram utilizados todos os registros de suicídio do período de 2006-2010 e a interpolação geométrica anual para a estimação das subpopulações. RESULTADOS: Ocorreram 688 suicídios no Amazonas, dos quais 19,0% em indígenas. A taxa ajustada de mortalidade por suicídio (TAMS) nos indígenas, de 18,4/100 mil, foi 4,4 vezes superior a dos não indígenas. A TAMS em indígenas aumentou 1,6 vez em 2010 em relação a 2006. Nos municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, as TAMS foram muito altas, 75,8 e 41,9/100 mil, respectivamente. CONCLUSÕES: Evidenciou-se o comportamento desigual das taxas de mortalidade por suicídio entre indígenas e não indígenas, expondo não só sua importância local, como também sua invisibilidade como problema de saúde pública, principalmente entre jovens 15 e 24 anos.
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