Na contemporaneidade, a violência e as torcidas organizadas têm se colocado como importantes objetos de investigação nos estudos do futebol. Tendo isso em vista, o presente trabalho objetiva descrever e discutir como a criação de regulamentos de prevenção à violência nos estádios de futebol, impactou as vivências e os modos de atuação de torcedores membros de um subgrupo de uma organizada, com sede na cidade de Belo Horizonte/MG. Para tanto, realizamos um trabalho de campo, entre os anos de 2014 a 2017, entrevistando integrantes de uma torcida organizada e moradores da “Sé7ima7” - área habitada por pessoas que possuem um baixo status socioeconômico, localizada na região Noroeste da capital mineira. A organização do material teórico e empírico se deu a partir do levantamento de normativas relacionadas à alteração do Estatuto de Defesa do Torcedor em 2010 e à implantação do Juizado Especial Criminal (JECrim), juntamente com a observação de elementos relativos à reforma do Estádio Mineirão e aos relatos de torcedores organizados sobre esses fatos. Como resultados, podemos dizer que o grupo estudado passou a adotar novas práticas corporais nas arquibancadas, caracterizadas por uma maior preocupação em controlar o comportamento dos torcedores e pela institucionalização de regras no interior do próprio grupo a fim de resguardar a torcida organizada de penalidades por comportamentos julgados como inadequados.
Orientado pelas teorias pós-crítica do currículo, esse estudo objetiva compreender as torcidas organizadas como espaços formativos, que atuam na constituição de sujeitos torcedores. Trabalhando com um grupo chamado Movimento 105 Minutos, focalizamos as pedagogias presentes nas interações de seus membros, tomando-as como integrantes de um currículo cultural. Para tanto, foram feitas uma pesquisa bibliográfica, observações participantes e entrevistas semiestruturadas. Na produção dos dados, utilizamos a teoria do discurso de Michel Foucault. Como resultados, notamos um currículo que busca formar torcedores caracterizados pelo amor, apoio e fidelidade incondicional ao clube, aspectos manifestados tanto em falas, quanto em ações. Nesse sentido, os sujeitos adotam posturas ritualizadas, valendo-se de elementos materiais e simbólicos, a fim de formar uma identidade de grupo e transmitir seus modos de torcer.
O objetivo desse estudo é compreender as percepções de indivíduos sobre o ato de ouvir futebol pelo rádio, tomando como referência a comparação com outros meios de comunicação e as transformações que a tecnologia – sobretudo a internet – tem trazido às transmissões radiofônicas. Considerando que essa ação faz parte do lazer de muitos brasileiros, nosso estudo é fruto de combinação entre pesquisa bibliográfica e de campo, com sua parte empírica realizada através de um questionário respondido por 20 ouvintes da Rádio Inconfidência (BH/MG). Os resultados mostram que o rádio é visto como um meio de comunicação que permite uma maior aproximação entre o público e os transmissores das disputas esportivas. Nesse contexto, as novas tecnologias se colocam como ferramentas que estreitam esses laços, possibilitando o aumento da participação do ouvinte durante as transmissões e elevando a identificação do torcedor com a emissora.
Tendo em vista a repercussão gerada em torno do público e da renda das partidas da Copa América de 2019, o objetivo do presente artigo foi analisar a cobertura feita pela mídia acerca desse tema. Para tanto, foram analisadas 17 matérias veiculadas entre os dias 14 de junho e 07 de julho de 2019, pelo portal Globoesporte.com, a fim de compreender a forma como notícias específicas sobre essa temática foram pautadas por esse veículo de comunicação. Como resultados, foi possível perceber uma abordagem objetiva sobre o público e a renda dos jogos, com a presença de representações voltadas para o futebol como evento esportivo e sem a abertura de espaços para reflexões sobre a inserção desse esporte como um artefato cultural da sociedade brasileira. Tal constatação pode ser entendida como uma espécie de naturalização do futebol como um elemento de consumo, construída em um cenário político-econômico de expansão da hegemonia de pensamentos neoliberais, muitas das vezes aceitos e reproduzidos pela imprensa.
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